31 de julho de 2008

Quando alguém me vê

Transparência

Porque é sempre assim
Me diminuo perto
Me contraindo longe
Por mais que tente
Pago sempre o preço mais alto
Julgamento
Simplesmente por que
Apesar de me mostrar tanto
Não desaponto
Só incomodo muito
Causo alergias
Questionamentos
Euforias
Lágrimas
Inquietudes
O que tenho é medo!
Depois inibo os ausentes com
esta minha boca feliz
que estiveram por aqui
Raros os que amam
Poucos os que ficam
Alguns que admiram
Muitos bradam!
Mais é sempre assim
No final minha pele
acaba perdendo água
Infelizmente não fui feita
Apenas sobrei por aqui
Continuo Transparente
Talvez por isso ninguém
me perceba!!!

Amne

30 de julho de 2008

Declaro

Declarações

Declaro agora todo o meu vazio
Tão rico de um tudinho
Órgãos ,anexos ,utensílios ,ferramentas ,pessoas,
questionamentos,sentimentos ,tijolos,lembranças,
julgamentos,perdas,empréstimos ,decepções,alegrias,
emoções,fantasias,experiências ,buracos e pedrinhas ...
D eclaro minha existência recente,passageira e um tanto
quanto inútil
Declaro minha beleza de traços e vontades,
Pretensões,laços,florzinhas e ventos perfumados
Declaro meu descontentamento fúria ,imperfeição ,
fraquezas e pecados,segredos e camuflagens...
Declaro meu dia solitário e meus entardeceres complexos
à esperar as noites povoadas de ambições perdidas.
Declaro com muita sutileza ,minha declaração de direitos ,
vontades e algum dever impropriamente imposto.
Declaro todo meu egoísmo à me proteger com vagas
letrinhas meio muito agrupadas,em ordem desordenada,
em pitadas de euforia ,amor,ódio,pesar,nenhuma idéia de
concretização ou justiça...
apenas singelas brutas declarações !

Amne

Meu dia

Chegou o Dia

Para falar a verdade, hoje minha naturalidade tristonha
Deu um pequeno lugar ao sorriso que tinha guardado na gaveta
Nossa! Meu corpo está exausto com a força que
fiz para abrir a janela e ver o sol , correndo contra a correnteza
Saudosista, cheio de ironia este dia.
O amadurecimento dos meus olhos
Faz com que acabe só hoje
Enxergando o longe...tão longe
Mesmo sem saber o que realmente eu sou
A rocha ou a flor?
Não importa.Acho que nem mesmo para mim
O meu pé está encostando até no chão...
O abraço pode até durar um segundo inteiro
As notas que dei para o mundo
Aquelas cheias de travesseiro
E o meu adorar as nuvens, hoje só hoje
Se encheram da gotinha da minha concretização
Dos passos calmos que resolvi empenhar
Aonde for espero apenas um sorriso
E a garra , a luta e um pouco de fé
Para abrandar meu amanhã...

Amne

Tudo que se sente

Esperança

Presta mais atenção
Quando meu riso chora
O mundo anda tão só
Em minhas vontades
Mas de qualquer forma
sempre se têm as cores
Talvez o amanhã consiga até crescer...
Quem sabe ele não brota?
Devíamos apertarmo-nos um bem perto do coração do outro
Talvez poderíamos até andar no vago chão natural
Natural o doce caminho dos ingênuos que sonham.

Amne

Acha que devo?

Evoluir para onde ?

Porque acabo por estar só criação
Sem falar nos delírios da cabeça
E do riso descarado
E da força que demonstro
Sendo quase que só pó mesmo
Quase que manto
Quase que nada...
Acham graça de meus anseios
Estando entre o acreditar e a realidade corrompida
De quem julga ser a evolução e o amadurecimento
Que eu deveria ter
A verdade é que a sensibilidade é quase que,
uma doença que acaba por
Nos tornar mutação
E o que eu, simples delírio solitário ei de fazer então?
Evoluir?
Ei é de rir da dureza dos tolos mascarados.



Amne

Pranto meu

Tantas


Noite passada fiquei esperando a lua cair do céu
Eu, meu coração de menina e aquela árvore perfumada dali de fora
Me sinto tão só ...só
E a lua ainda não caiu
A intenção era tão doce
Esperando você pela estrada
Lhe proferi tantos devaneios
Eu estava aqui comigo e as minhas paredes
Meus papéis e meus prantos
Mas singelamente nada aconteceu
Tudo isso porque sou assim cheia de coisas pequenas
Vagando pelos planetas imaginários de meus dias
Porque você anda deixando a doçura meio gasta
Já nem sei se bruxa ou fada fui...que sou, serei, seria
Me torno todos os dias
tento ser um pedaço de qualquer coisa
e mais dia que vêm assim para mim
numa brutalidade natural do universo
que anda muito a conspirar por nós
brinco de poeta nas tardinhas mansas e em noites vazias
este é o meu pouco a ofertar
sei que é bem pouco, pobre
só Deus sabe o quanto me custa meras palavras
Sóis ...chuvas cheias de alguma tempestade
e gotículas de areia fina
comecei minha dura vingança
agora desmereço as flores e suas cores

Amne

Um pouco de Melodia

Melodiosamente

Tem gente fabricando saudade para mim.
Assim há vista de qualquer um
Eu pensei em ser feliz chorando
Mas acabei mobilizando a massa contrária ao meu riso
Não tem jeito não... Porque sempre fui grande até mesmo quando era bem pequena
Porque tinha uma vontade enorme em ser uma versão melhorada de mim
Queria é que não existisse nenhum final no imaginar
Queria andar por aí dedicando rimas caras
Mas ando fraca em devaneios e alvoreceres
Ando libertando os pássaros e o teu andor
Andei respirando poemas
Pensei até em fabricar um samba para me fixar no tempo
Mas samba é sempre bonito
E eu? Ainda sou apenas eu
Então, tentei colar versos nas paredes
Fiquei rodando na chuvinha de palavras que bagunçaram todo o chão da sala
Tudo enfeitado de melodia...Tudo quietinho julgando meus pés bailarinos
Juntei todas as minhas melancolias e as bordei uma a uma
Assim a vida quem sabe fica um pouco mais colorida
Preciso de uma caixinha maior para guardar tanta saudade, papel e fantasias que dançam em minhas manhãzinhas
Vi as crianças perfumadas de vida ...Tantas faces para uma só moeda boa
Abracei as minhas quimeras diárias cheia de olhares tristes
As rimas ficaram mudas por causa da dor que andam me causando sem pesar algum
Brincando estão com meus sonhos
Tem nada não
As nuvens ainda me olham e apesar de tudo ainda tenho as flores.
Amne

29 de julho de 2008

Meu hoje

Personagem de hoje


Somos personagens
Enaltecendo tudo aquilo que não presta
Desmerecendo tudo o que realmente vale a pena
Cada decisão passa a ser
Simplesmente inábil
Dia após dia
Somos uma nova nação
De refugiados em nós mesmos
E acabamos por nos achar
Em um sorriso qualquer
Qualquer olhar alheio!




Amne

Apenas uma resposta ao poeta!

Resposta

A verdade se colocou na minha retina
Passando tudo tão claramente aqui dentro
Fiquei pensando o quanto voou
Observei a tua vontade se transformando em poesia
Fiquei sonhando que era até humano
Que talvez eu até pudesse pegar e tocar na tua alma

A minha verdade, costuma ser tão incoerente
Mas ainda é também vaga
E eu também crua

Observo tua vontade ao longe
Como pretendes a busca pelo chão?
Já que tanto te aplaudem
Você se sente só!
Talvez tanto quanto eu... mas ainda ousa o pilar
Daquele instante de cruz onde te exaltam

Somos é palavras, pouco nos resta mesmo
Triste combinação e sina esta a nossa,
daqueles que fazem do corpo a
Continuação da idéia e do sonho

Continuo a esticar meus braços até o céu
Tenta nem que por instantes tocar o chão
e voltar para a seguridade de nossas cavernas de papelão.
Só me apego as esperanças do dia.

Abraços aos braços meus e teus na imensidão da distância.

Amne

Presta atenção

Olha o que se fez

O que pretende afinal?Senão agonia? Sabe o tanto que me tem ajudado? Como consegue ter alguma idéia de dimensão? Talvez você tenha até percebido... E hoje zomba da minha meninice que não passa!
Parace que algo mudou.
Tantos dados, conceitos e ideologias que estavam na caixinha, agora estão pegando um certo pó.
Tanta saudade dançando no vento.
Descobri que o tempo não cura, também não aniquila tudo que tenho tentado sentir, andei achando é que ele é muito, muito cruel. Tenho passado os momentos solta no precipício, mas não há de ser nada.
Comecei a cavar a minha própria superfície, em geral chego onde ninguém vê.
Abaixo tem tanta coisa ...o nosso elo invisível continua aqui guardando segredos.
Parece que aconteceu uma intimidação real dos fatos.
Mas também não há de ser nada, muitas vezes torno pura intimidação, acabo que não percebo os atos tão falhos meus.
Continuo inutilmente, apenas não me dei conta desta, como eu posso dizer...proximidade?
Ultimamente o que mais tenho guardado são os pedaços de fuga.
Porque para mim o que é importante, é bem pouco visto de longe.
Nem ira crescente, nem mesmo distância que anda tornando a vida sem cor!
Não tem como, espero cada fração do mísero segundo para ver se algo acontece, decifrando tudo que é migalha, crio fantasias que sequer estão aqui, nesta presente história.
Então me sinto tola , querendo virar o mundo ao contrário.
Apenas os problemas continuam no seu plantão diário. Minha teimosia com a vida, as dores vem e vão, eu as devoro numa ânsia com o amanhã.
Quero apenas estar por aqui, ser , tornar...
Ando blefando, tamanho medo de me mostrar, falaram do meu estado “mutante”,sorri.
Fugi novamente deste tipo de tom.
Sou eu apenas, um pouco, muito...cheia de irregularidades cruas, puras, incontestáveis.
Por que na realidade as possibilidades são mínimas, fiquei pensando o que é realmente palpável ?
Talvez apenas olhares o sejam, são pelo menos um pouco mais verdadeiros, não é?
Em geral tudo está tão quieto, na realidade, eu paro o mundo, cada vez que olho.
Apenas não contei antes, para não desmotivar o riso.
Espero não ter sido conservadora em demasia.
Andei inclusive fazendo mágica. Até fiquei transparente, você acredita? Claro que acredita! Hoje passou por mim, dentro de mim, sequer percebeu. Fiquei tão chorosa no meu vazio transparente... chovi por dentro, ali estática.
Não há de ser nada, acabo virando também cicatriz.
Doces os inquietos, andam a afagar o que restou depois que me furtaram a vida.
Sabe, parei de sonhar!
Só não conte à ninguém , sonhar chega a ser imoral..
Ando tão preocupada, olhei meus pés, vi que viraram pedras!
Aí sim, de chorosa virei foi choro.
Mas existiam lágrimas não... não as admito no meu tom árido, só solidão caia no rosto cheio de sentimentalismos baratos.
Não fui embora, estou aqui como sempre!
Talvez acabamos por escolher nosso caminho.
Sinto sua falta!


Amne