23 de setembro de 2008

Borboletas que aparecem


Escute o vazio

Pare por um segundo e
escute nosso silêncio
Feito de nossas expectativas
com esta vida pequena
Traga um pouco de mim para seu mundo incolor
Porque ficou tão claro, e até para o céu,depois que nos vimos
Como da última vez que a borboleta se deitou em minhas costas
...todos riam de minha capacidade de atrair borboletas!
Os dias foram pesados, principalmente com estas notícias que chegaram
Meus pés custam a sair do chão
Ando tão só
Mas falaram que tudo se modifica
Então acabei me agarrando nas esperanças alheias
Ando por aqui a tecer linhas embaixo do cobertor
Que tem sido meu único escudo
Minha única proteção
Aí fico a vagar ... eu e minhas prosopopéias
Nunca pensei que seria capaz de sentir falta de algo que sequer existe
Preciso dormir um pouco.
Ajeitar os olhos, para arrumar as coisas na cabeça
E todos estes sentidos
Afinal o que é certo? Me diga então!
Tudo cheio de objeções,
A vida numa complicação bem adulta
E eu com este coração de criança

Amne

20 de setembro de 2008

Eu
solta no espaço
cheia dos ventos
por todos os lados
sem pretensões
onde irei parar?
cheia de esperança tristonha
quem sabe eu desça antes do escurecer?
Amne

9 de setembro de 2008

Inocência

Talvez esta noite eu durma nos braços de algum anjo
Que desça até aqui, para que o conforto saia do vazio
Quem sabe só por hoje a paz me encontre
Porque as lágrimas deram para multiplicar-se no escuro
Tudo o que realmente almejo
Corre entre meus dedos, nesta loucura que é a vida
Parece que sempre tomo para mim o que se sente aí fora
Mas com meus baús cheios de lembranças se acumulando
pela casa , tenho corrido imóvel enquanto a raiva não passa
Sinto o calor das lágrimas aquecendo meus olhares
Sinto que o que falaram de minha inocência semana passada
Talvez esteja mesmo a me prejudicar
Preciso mudar.
Só ainda não sei como...
Porque não acredito que se mude a essência de alguém
O que nos cabe é abdicar dos defeitos
Mas nunca , nunca a essência
Olho para este céu teimando em virar paisagem na minha cabeça
Quando percebo já estou levitando sobre as paredes da casa
Sopro as flores do caminho, que balançam alegres.
Continuo só...


Amne

4 de setembro de 2008

Todos em rede

Na tela

Tela cheia de friezas corriqueiras
Rostos, olhares, sorrisos
Uma imagem qualquer
De um personagem alheio
Regue-o e terá uma flor

Porque ultimamente andamos
Enchendo as mentes com fragmentos
Cheios de lugar nenhum
Roubamos sorrisos e sonhos
E este “só” já nos basta

Na tela fria dos dias
Vivemos, andamos
E buscamos o tudo
Que aos poucos
Preenche nosso dia vazio
Que pena.


Amne