24 de novembro de 2008


Nestor Lampros...um poetinha que eu conheço...

Falando nisso...muito prazer!





Um dia um cara que dominava o céu na época, olhou para mim na minha estradinha de jasmins e disse :
-"Em sua vida encontrará pessoas muito especiais , terá de se curvar para muita coisa e situações, isto lhe fará bem, talvez seja até um ser humano bem melhor do que agora..."
Parece que foi um decreto.
Não!
Na realidade foi uma lei.A lei da minha vida, uma vida que resolveu começar desbravando todas as minhas impossibilidades de tamanho, situação e escolhas dos outros, algumas vezes duras para toda minha ternura no ser... outras abrandadas.
Inclusive doeu muito para perceber a realidade das coisas como elas são, simplesmente cruas. E são assim e pronto!Porque em geral a minha realidade nunca foi real...vim assim sem paradoxos e utopias...sem raízes, sem história alguma, sem combinar com nada, nem com ninguém, apenas vim... e cheia de pretensões.
Percebi como um perfume e um sorriso faz toda a diferença; como é bom ser colorida, mas também quando volto a ser eu, toda cinza ...todo mundo se vai outra vez.Percebi também que minha alma é enorme e cabe um montão de pessoas,e estas pessoas em geral tem formas, cores, sentidos e opiniões diferentes, aprendi até a observar a grandeza delas, porque no fundo somos todos bem iguais com defeitos, iguarias, quimeras e algum egoísmo camuflado.O que não se pode é rotular, pois somos humanos! Vou falar bem baixinho, preste bastante atenção: dentro é tudo igual...é gente! Carne ,osso e sentimentos , cheios cada um com um pouco de suor e provavelmente alguma história ímpar, que pode ser igual à sua também.Meu tom sempre foi intenso, o amor desesperado, a indignação relutante e em geral desbravadora, até raiva muitas vezes(mas estou trabalhando nisto)tenho tentado ser melhor, mas não é fácil ser sempre uma força contrária, absorvo pessoas, dias e até coisas .
Não sei bem o por que da distração daqueles que me fizeram , e me fizeram lenta ...fiquei cheia de amigos antigos , embora tão jovens em suas almas claras.
Dissolvo as tristezas e problemas (que em geral não o são) com minha varinha mágica que brota bolhas de sabão todo dia quando acordo.O doce feito na panela com um tanto de lirismo e cacau ainda me faz muito bem.Obrigada!
Tenho refletido e chorado muito em tardes perdidas.
Me desespero por nada, e sempre foi assim...mas é preciso ser forte e grande, e sempre foi assim também.
Tenho um verdadeiro apelo pelas artes e tudo o que transformam em nosso organismo.
Existe até grande amigo...que será sempre grande, sendo ou não meu amigo.
O mais complicado da história é que acabo sempre falando muito além do necessário, depois me arrependo... claro!É que me sinto tola e crua... aí pronto, visto minha camuflagem cotidiana de bobagens e lá vamos nós outra vez ganhar um milhão de pessoas e não possuir mais ninguém. Mas existem coisas que provavelmente ninguém sabe e nem o saberão, fica parado no meio de todo o meu silêncio. Dentro do meu baú de tristezas...vontades e frustrações com escolhas do caminho de pedras.
Vivo meu mundo imaginário todos os dias, vivencio apenas o que realmente pode me modificar. Se é que alguém muda...não é?
Todo dia sem exceção alguém carrega algo de mim, me refaço e pego para mim o pedaço de alguém, para que não me faltem partes.
Choro muito quando alguém vai embora, seja para morar nas nuvens ou na cidade aqui ao lado.
Sou muito , muito ansiosa e isto também me faz mal...já fui muito magra, muito gorda, mas com o tempo percebi que o que vale é apenas o que sou, e não quilos em uma balança. (porque sabemos que a balança é tão manipulada quanto a opinião pública em época de eleição!)As pessoas que resolveram me amar ou que deveriam, o farão sempre independente do meu formato.
Por isso agora ando tentando me formar em desenho de nuvem, ou quem sabe em cheiro de pipoca doce da praça no domingo.
Realmente encontrei alguns especiais no caminho, ainda os procuro, porque ainda tem muita gente minha perdida por aí.
Sorrio sempre quando conheço alguém ...parece ser um código primata de boas vindas.Tenho muita, muita fé no amanhã!O mais interessante da fé, é que me faltava e hoje me mantêm naquela base que me forma.
A gente acaba passando muito tempo desacreditando em nossas próprias conquistas, algumas tão pequeninas, isto nunca devia acontecer!
Deveríamos sair por aí festejando cada vez que nosso dia fosse bom, conseguíssemos sorrir para alguém apesar de tudo, porque a vida hoje está mesmo uma loucura e o que realmente é importante, descartamos junto com o lixo reciclável do dia, não é ?
O meu coração é grande e meio atordoado, mas apesar de tanta confusão anda sempre cheio, principalmente quando do ninho das minhas poesias, brotou um anjo meio humanizado feito de mim... cheio de meus olhares e adivinhações. Para ele escolhi um nome; mas na realidade era para ele se chamar " felicidade",a minha, o meu motivo, minha razão, minha existência...meu choro, meu riso e toda minha complexidade no amar, toda a minha dependência, cheia de dúvidas no tomar a mínima atitude.
Amo dançar, quase que tanto quanto amo cantar, mas não o faço muito, já mencionei o tamanho de meu coração que me faz pensar nos ouvidos próximos ...já que nunca sei a letra da música, e acabo por misturar várias, o que em geral é péssimo! Mas também sou muito aplaudida por não tentar ser cheia de técnicas... mas é o que tenho a ofertar , sou assim sem métrica e arranjos mesmo.Vivo caindo!Tem pessoas que me encontram e mesmo antes de dizer um típico "oi" perguntam dos meus joelhos ! Tudo bem, também isso faz parte do que sou.
Tinha mania de estabelecer o que é certo e errado, sofria muito porque falta-me evolução, hoje apenas tento aceitar o que me faz bem e o que é bom para os outros, já que somos livres no "ser".
Parei de julgar(ao menos por hora), isso é muito ruim! comecei a aceitar mais o tudo de todos, o que tem sido melhor.
Tentei diminuir as coisas da minha vida, a gente arranja bagunça demais, mas o que precisamos é deveras bem pouquinho, bem simples...bem natural.
Aceitei meus cachos(pelo menos por hora), percebi que sem eles, aquele amigo tão antigo que me chamava de leãozinho , não o faria mais...cantarolando a música do Caetano , que prefiro não imaginar em que pensava no momento que à fez.
Ando temendo tanto minhas madrugadas cheias de livros , poemas , sentimentalidades, papéis e palavras que quase não cabem mais em mim...a poesia está trazendo uma loucura sem fim,para a minha solidão corriqueira, que encontro entre a louça na pia e juntar brinquedos do chão (da casa inteira...).
Você provavelmente não irá acreditar, mas tenho criado borboletas nos estômagos alheios.Coisa típica de menina que acha que é fada...porque por mais que eu tente minha meninice não passa.
Outro dia mandei a nuvem ficar parada, porque ela também tem teimado muito em ser coelho.Proibi os desenhos do corredor de dançar, mas cada vez que passo por lá eles se escondem cheios de peraltice.
E sabe o que percebi ontem? Que eu preciso vencer, não tenho muitas escolhas.Vencer para mim está intrinsecamente ligado a minha condição respiratória.Posso contar com minha sombra, todo dia para sonhar,porque não se depende de ninguém para ser feliz!
Falando nisso...já são cinco horas!
Vou ali correr atrás do prejuízo que alguma geração passada me deixou como herança!
Beijos e abraços do tamanho do universo todo.
(Frase de um menino pequeno, mas de coração enorme e puro, que certamente será um grande homem!)
Até logo... talvez amanhã!
Ou quem sabe até agora.

Amne de Hoje
Porque provavelmente amanhã eu já seja outra, e tenha algo mais para acrescentar...