28 de fevereiro de 2009

Só uma menina...



Só uma menina que eu conheço.

Eu conheço uma menina
Que de tão doce andou fazendo doçuras
Que tão pequena andou sendo grande
Que agora acha que merece...

Que de tão triste fabricou lágrimas que se transformaram em chuva
Que não tem certeza de nada
Que tem medo de tudo!
( inclusive dos pormenores)
Que adora achar desenhos nas nuvens
Sem mencionar os doces de maracujá
E brigadeiro de panela , o
Cheiro de canela ...daquele bolinho que o menino tanto almeja quando chove

Que agora faz borboletas dançarem em estômagos por aí
E nem toca mais no chão quando anda
Que adora caixinhas para poder guardar sonhos
Que ama o lápis número dois da Faber
Que acorda de mal humor ( mas ele vira sorriso em seguida)
Que adora delicadezas e carinhos
Que é rabugenta e sistemática, porque o caderno tem um padrão!
Que gosta de gente estranha
E tardes ensolaradas
(sem falar do vento...ah o vento...)

Que canta sem saber a letra
Que dança mesmo caindo às vezes
Que adora hora certa e local combinado
Que prefere não crescer por medo da dor
Que não aprendeu como ser “gente normal”
Que adora pintar os olhos e as unhas do pé
Que lê Quintana como parte da família
Que ri sem ter motivo
(Ficando vermelha depois...)
Que adora joaninha
E morder pés que ainda não cresceram
Que não gosta de quiabo
Nem de bananada...
Que se preocupa com o futuro
( do planeta também ...sem falar nos seres)

Que não se parece com nada, e provavelmente nem se parece com ninguém
E tem medo do “monstro” barata e suas antenas
Que procura tatu bola
E gosta de sorvete de limão
Que briga em palanques
(mesmo sem saber a motivação)

Que se indigna com pouco
E não tolera injustiças!
Que se esquece de tudo
Mas carrega pessoas no bolso
Que odeia a louça na pia, mas adora brinquedo no chão
Que não sabe passar roupa
Que explode bolos,
Mas faz um “menino” como ninguém

Que se perde dentro dela toda hora
Que tem problemas com nomes e datas
( sem falar nos botões)
Que adora desenho animado
E ri muito cada vez que o “pica pau” sobe no “pé de pano”
Que é criança por opção, menina por dedicação e mulher por necessidade
Que não sabe onde é o norte
Mas anda se equilibrando no meio fio
Que odeia tanto...
E que as vezes ama também

Eu conheço uma menina que se "pinica" até nas pétalas das flores
E que é capaz de furar pessoas com um único olhar
Que não gosta do errado!
Que gosta de cheiro bom
E de toque macio.
Que cresceu para dentro e coleciona amigos.

Que confia muito pouco
E mesmo assim se entrega em tudo
Como a entrega dos “mortos”

Que roeu unhas por ansiedade
E pintou a boca por vaidade

Eu conheço uma menina que
também pode ser personagem de filme
Aquele de lata...porque nesta menina às vezes mora o vazio
( mesmo um vazio tão cheio)

Eu conheço uma menina ...
que quase não cabe mais dentro dela,
Que dobra a alma todo dia para que caiba no corpo!
( e pretende aprender à voar...)

Amne

24 de fevereiro de 2009

Meu motivo


"Amor sem fim...
eu ainda não descobri
"onde eu começo e ele termina".

Amne



23 de fevereiro de 2009

A chuva choveu no sol


O dia que o amor não me quis.

Sabe quando você leva aquele tapa da vida?
Acorda!!!
(Ela grita em sua cabeça, batendo na tua cara...)

Fiquei voltando para meu recheio.
Abri um pedacinho daquilo que costuma me proteger,
coloquei a cabeça para fora,um pedaço da alma também
e lá veio a vida com seus pontapés e utopias.
Fechei bem rápido.
Que susto!

Voltei para cá...falta coragem.
"No dia que o amor não me quis".

Agora reforcei à porta.
Talvez eu nem saia mais,
mas o provável é que ninguém mais entre!

Amne


Foto:Olhares.com

Para todos que têm cara de pavio


Oi gente !!!
olha não costumo fazer isto, trazer palavras que não são minhas.
Mas hoje eu estive navegando no blog do Paulo

-http://caradepavio.blogspot.com/

(um amigo meu muito bacana, que cresceu tanto que acabou por virar criança!)
Aí sorrateiramente eu roubei isto:
Com vcs Paulo Netho...um poeta na vida:

"Eu odeio você
quando olho pra dentro do seu universo
e não encontro nada de mim.

E lhe odeio mais ainda
quando vejo em você
o que não é cabível a você:
metáforas sem sentidos
ritmos descompassados
restos de tudo
que um dia foi inteiro.

Inteiro como um sol intenso ao meio dia
ou como uma lua cheia sem nuvens,
sem a possibilidade do quase.

Dessa vez passa, mas saiba que eu lhe odeio
por você permanecer aí calada e vazia
quando eu mais precisava da sua companhia
e do seu conteúdo pormenorizado
de emoções passageiras.

Guarde bem isso!
Eu odeio a sua ausência de vida
Nessa terça-feira
em que a solidão insiste
em querer se apoderar de mim.


lindo, né?
Porque a vida segue!
simples assim.
Beijoka minha ;)
Amne

16 de fevereiro de 2009

Outro dia



Andei sentindo...acabei voando!


Outra forma, outro ponto, outra visão
Também sinto medo!
Muita coisa, tudo junto e ao mesmo tempo
Medo de existir daqui até o sempre
Assim tão sem peso
É possível?

Aconteceu um momento... eu parei de pensar!
Em um segundo cheio de toque
Com o impalpável
Irreconhecível demais para nós e toda nossa mania digna de
Ajeitar o mundo, que anda tão perdido.

Em que momento nasci tão pura?
Sem culpa...
O que há aqui dentro?
Você conseguiu ouvir?
São as borboletas dançando em meu estômago trêmulo.

Meninice não passa?
Dei para ser “eu” novamente?!
Qualquer hora me pego há pular amarelinhas...
( Contar estrelas no céu)

Você se "ri" ... pudera!
Também não se reconhece.

E agora pulamos? Segurando um no outro...
Tive uma idéia...fechamos os olhos! Quem sabe não passa?!
Preciso de um par mágico de sapatos...
pode até ser de cristal
Tenho mesmo detalhes miúdos
( e tão delicados... também pudera sou que é só açúcar...)

Tenho uma pequena parte tão feia,
Feita de solidões!!!
(Guarde isto, não veja jamais!Nem olhe...)

Leve só uma doçura que fabriquei para você
Em um instante em que eu deixei de me pertencer
( de respirar , de pensar... será que morri ou que nasci ali?)
Sem pensar em amanhãs.
Sem manifestações concretas de futuro.
Sem tocar o chão...pura forma minha
Flutuante...

E naquele momento tão diferente de mim...
tardinha,que se fez na noite.
Porque amanhã provavelmente é outro dia...
que bom.

Amne