30 de abril de 2009

Porque hoje ninguém entenderia!


"Eu não consigo compreender,
quanto mais eu cresço menor eu fico.
Parece que qualquer hora
acabo virando criança novamente!"

Amne

29 de abril de 2009

Pai dos Burros


Pessoas, venho pedir desculpas pela vergonha que passei!
Mas como poeta, (título meu,que obviamente nada se refere à minha escrita pobre, ou
mesmo à minha má gramática, título adquirido pelo sentir apenas...e por meus tons que só alguns conseguem ver),preciso confabular sobre a língua.
Dia desses escrevi logo abaixo “ilariante” e não “hilariante”, após a vergonha situada pela cor da minha face, foi notório que existem olhares sobre tudo o que escrevo e sou.
“QUE BOM!”
Este substantivo masculino, oriundo do latim, que tem por significação na língua portuguesa denominar aquele que alegra...é apenas mais uma palavra, diferente da pessoa que vos fala, eu não sou apenas mais uma pessoa.Eu sou eu, tão desvanecidamente contraditória, crua e imperfeita.
É obvio hoje, que para ser “poetinha” tenho muito para aprender...mesmo porque, aqui nesta TERRA DE MALUCOS HERÓIS , este país belo e triste de se ver, já existem “analfabetos demasiados”, não posso contribuir para a pouca sapiência popular.
Peço desculpas pela vergonha que passei...embora me sinta plena ao errar, pois houve um tempo que eu não me permitia os tais erros (mesmo ligados apenas a tal complexa língua...), muita evolução no meu errar, SOU ENFIM HUMANA.
(Observe você o que lhe digo, isto de maneira alguma desmerece os criteriosos, que reproduzem as críticas que me fazem melhor, ao contrário, os torna dignos de minha humildade. Mas esta, já é outra história!)
Nós nunca cansamos no aprender, e nem quando passamos vergonha.
O que não devemos é virar estátuas de sal..."acomodados com tudo aquilo que nos incomoda."Neste caso em especial, esta minha má gramática!
Beijos e abraços de uma menina que anda precisando de livros, e aceita doações de conhecimento!!!
;)
Hoje menos Hilariante e mais "ilariante" do que nunca!
Acho que agora começarei à fabricar novas palavras,
devo mesmo ser POETA!
O que acham??? rs
PS-Direto do mundo dos "SHUS"

Amne
=)

28 de abril de 2009

Pipa no vento


Ora Menino...
O que lhe é importante?
Um punhado de verdade ou
uma inocência contida?
A admiração por uma pele branca,
ou a vontade em tocá-la?
As noites no claro
ou os dias no escuro?

Menino...
Nunca cresce.
Apenas surge maior.

Fitando menina que voa
Que dança...
Que coleciona nuvens.

Cheio de pormenores
Cheio dos medos vagos e tolos
Tipicamente... de menino
Que nunca cresce.

Mal conhece anseios.
Mal sabe de si.
Tanta coisa para aprender e apreender também.

Menino
Que já destruiu gigantes com espadas de plástico,
Agora tem medo de um olhar...
Muita ironia em um espaço tão curto de tempo,
Que não passou.

Menino
Que se esconde atrás de uma força
que não possui.

O mesmo menino...
Que comprou um futebol de botão
E andou com bolsos carregados de bolinhas de vidro
Correndo descalço,
Partindo para voar em uma tarde qualquer
Com capas imaginárias
E lutas previamente vitoriosas

Menino
Que agora range os dentes e digere vida.

Mesmo ainda sendo um menino....

Amne

Fechada pra Balanço!


Sarcasmo!!!
Violência hilariante...
narcótico pro dia!

Amne

26 de abril de 2009

Lasciare che vanno



Decisões do Espelho

Acordei disposta no acordar.
O espelho tão incisivo,
nunca me encarou tão sério.
Parece que andei permitindo sonhos vazios demais,
para tanta permissão.
Porque é no fim que aparece todo o começo,
nos perdemos novamente.
Porque eu andava mesmo em falta com meu espelho
...andei me perdendo de tudo aquilo que construí...
me permiti fugir,voltar,voar e o final solidão.

Sai do caminho que eu vinha semeando minhas flores,
todos os meus valores...
desenhei no escuro, chorei no escuro...até sorri no escuro!
Perdida e com medo.
Agora eu sei que mesmo no escuro, luz ( a minha ).
Para à solidão, companhias (todas que me cabem).
Para à chuva, amigos ( que conhecem cada centímetro do meu caráter!).

Cada dente meu, eu fiz renascer nos últimos anos...
"tantos planos"...
E num passe de mágica,
Aniquilei com o meu sorriso!!!
...como pude ser cruel assim?

Pediram dia desses, que eu não fosse embora.
Parece depois da tempestade,
Que continuo no mesmo caminho torto
(Me fazendo mal)
Permitindo que ditem o que sou, o que mudou em mim
Mas sou tanto, e sou muito...
e nem acredito no que ando escutando.
Fico aqui deixando de ser eu!(Porque sou tola)
Perdendo-me, depois de tanto me achar...

Vozes Puras me assombram, na tentativa de me fazer menor.
De derrubar tudo aquilo que construi a duras penas...
"penas" que sinto por mim!
O engraçado é que alguns se espantam com meu tamanho.
Me abraçam, e me convidam, e me levam no sorrir...
Demasiadamente.

Hoje o espelho me disse baixinho
Num tom severo:
VOCÊ!
Eu olhei bem fundo nos meus olhos,
Achei até minhas grandezas.
E tomei muitas decisões!

Amne

22 de abril de 2009



"Que dizer de um poeta?
Um poeta é apenas um plagiador da vida!"

Amne

21 de abril de 2009

Fazendo o impossível...



In(habitado)

Todo poeta é tolo ao acordar dançando
Na noite do dia
Eu sou tola também e carente
por nunca dormir...

Fico aqui me entupindo de contemporâneidades
e aí fica faltando passado,no meio
bem no meio, de uma saudade azul
que fabriquei dia desses

Fico então descrevendo sutilezas
apalpando o que não me pertence
e povoando lugares inabitados

Num breu dum dia de sol como hoje
Para você criança,
deixo apenas meus sonhos e algumas
palavras neste papel, que o tempo consumirá.

Amne

20 de abril de 2009

Out Of Reach



Subliminar

Amo sensações.
Amo Seres.
Amo coisas.

Tão burra.
Tão crua.
Sou assim,
uma desordem no CAOS.

Ingênua?
Tola.
Dispersando no vento.
Endurecendo na fronte.

Solidão vazia.
Cheia de tudo que me cabe.
uma desordem no CAOS.

Um grito no silêncio
da dificuldade de ordenar ações.
Um sorriso desesperado que não sai.
Um medo,
Uma dor.
e enfim uma "poesia".
uma desordem no CAOS.

AMNE
obra-Maurits Cornelis Escher

18 de abril de 2009

Vociferações



Criando clima para as "tristezas".

Abrindo as portas.
Abrindo os braços.
Abrindo a alma...

Sábado, um dezoito qualquer... Aretha Franklin ...Ella Fitzgerald...
na esperança de acalmar todas as tempestades...

banho?Água morna...lenta ...demorada sobre os olhos dolorosos de vazio
creme contínuo e suave sobre a pele molhada...macadâmia...
passos leves, descalços no escuro...
faltando pressa no sentir.
abrindo uma garrafa de vinho, de uma taça solitária...

..."Um brinde à mim "...
Onde a casa fica parecendo maior...

uma lágrima virando espinho no escuro da sala.
pensamentos brutos, difíceis...indigestos...pouco mastigáveis.

Taça vazia de amigos..."um brinde à falta deles"...
taça cheia, de todas as angústias...
Um brinde! À todos que se foram...
Taça, abandonada ...
que se colocou dentro do escuro de uma noite qualquer...

... pés conversam em um balé medíocre.
mãos contraem-se tamanha inquietação...
um cheiro narcotizante vindo do passado.

Taça cheia ...um brinde!
palavras seguem baixinho...como se pudessem ser tocadas, pano de fundo.
Querência em ser maior ...ultrapassando os limites da razão.

Precisando de pareceres cheios de verdade
menos acomodações e criatividades destrutivas...
Uma falta de cumplicidade com o tempo,
variando dentro dos pensamentos congelados e suas ações sem "sentidos"
completamente solta dentro do escuro e da falta
Um brinde! À taça...e a genialidade da vida!

Todo ser que a casca se foi... segue sentindo!
Toda terra na espera de chuva...
Todo o sol ao acordar...

Sonhos se perdem dentro de uma sala que dança...
me acomodo em meus próprios braços, secando as lágrimas da taça...

Sorrio em silêncio.
Abraçando devaneios
e mastigando solidão!
Amne

imagem: Olhares.com

15 de abril de 2009

Viajar é preciso!



Andei refletindo dentro dos meus silêncios, divagando entre tanto "não".
Não compreendo quantas fogueiras precisaremos para tanta vaidade...
Será que falta ou sobra a tal sensibilidade pro mundo?
Eu ando é meio perdida com o despreparo dos homens, fico avaliando quieta, eu que nada sei, sei bem mais que tantos...
Não entendo como este mesmo homem, destrói tudo aquilo que ele mesmo contrói...como as pessoas por exemplo, as relações entre elas, que acabam sem ter existido de verdade( e o pior, acham normal...e seguem procurando outras para fazer tudo igual novamente...)Porque por alguma quimera não se permitiram ser elas mesmas...vai entender...
Pensei em domingos, pessoas cheias de "nada" juntas.
Pensei em motivação, daí lembrei como falta amor entre os seres de um modo geral.
(Hoje ninguém mais fala bom dia... já reparou? e se você ousa falar todos te olham com ternura...no pensamento delas você é apenas uma exceção, que sofre de exceço de amor...)
PS.EXISTE EXCEÇO DE AMOR???nossa...
Somos seres solitários, despatriados, rotulados e indignados com a falta de nossas próprias escolhas.
PS II(que cá entre nós...nem sabemos quais são realmente)...VAI ENTENDER...
Achamos fácil demais dormir, e travamos os olhos a hora que o sol nasce, todos sem expressão.(facial, artística ou mesmo "HUMANA"...vai entender...)
Pensei em paixão e as modificações momentâneas dentro dos organismos que já estavam dormindo faz tempo...(PORQUE É MAIS FÁCIL DORMIR À LIDAR COM INSÔNIAS...)
Pensei em como um olhar modifica uma percepção, é tudo tão simples, mas hoje temos barreiras!
PS III (eu diria muralhas maiores que na China)para nos proteger...mas nos proteger de quê? por quê?)
Nossa... já imaginou se as pessoas soubessem como é legal ver um broto de sorriso causado com um simples "bom dia", no rosto de um desconhecido?
...certamente olhariam mais nos olhares alheios.
PS IV (porque nem mesmo teus irmãos sabem quem você é...VAI ENTENDER...)
Tanta gente...tanta coisa para se aprender...assimilar ...ensinar.
Pensei se nos colocássemos parados em silêncio no meio de um grande aglomerado de seres(preferencialmente humanos, mas não é uma regra...porque o vento também ensina),poderíamos sentir (apenas...o que é muito hoje em dia!)
...PORQUÊ TEM GENTE QUE GOSTA DE MOLHO, TEM GENTE QUE TEM CICATRIZ...TEM OUTROS QUE FALAM SOZINHOS...OUTROS QUE CHORAM ESCONDIDO...OUTROS QUE NUNCA SE OLHARAM...MUITOS QUE NUNCA SORRIRAM DE VERDADE...
Pensei que existem pessoas que um dia acordam e são capazes de "viver uma vida em um dia",enquanto outras nem sabem nada sobre viver ou que ainda vivem.
O fato é que as primeiras sempre terão o que recordar, enquanto as outras só viverão de recordações que elas mesmo criarem.
PS V(mas que cá entre nós...nem existirão por causa das barreiras que eu já falei antes...).
E os amigos? Bom, uma vez escutei, que esta era a parte generosa do cara que criou toda esta bagunça...vai entender...
Acho que as pessoas quando conseguem ter a capacidade de escolher outras entre tantos, são plenamente felizes...você poder olhar é raro!( e quando a outra pessoa te compreende em toda a tua grandeza,nossa...é mesmo algo divino!), o se doar de verdade, com verdade...e sem nada, absolutamente nada em troca, as vezes uma conversa em silêncio, as vezes um abraço apertado...as vezes o nada
(simples e real) ou aquela distância(mesmo sem você pedir...)
...Por isso eu cultivo amigos ...parece que o cara que criou a bagunça é meu chapinha...me enche das mais inapropriadas companhias, para que eu possa melhorar, crescer e aprender.(com os tais olhares, sorrisos, e aquele monte de nada que se faz uma amizade).
E sobre o amor?
Campo indeterminado!
porque por mais que hoje existam fórmulas, rótulos e rituais para tudo...nada é certo (ou errado).
Qualquer hora te dão uma coca-cola no lugar da flor...tudo tão pouco, pífio e sem cor.
Acredito nos bombons( mas sempre desconfio das velas)...acho que tem muito mais haver com os primeiros raios de sol da manhã, e menos muito menos com um papel que codifica o que talvez nem exista!(nem se cuide mais)...vai entender...
O amor tem mais a intenção do cara que sai pelo mundo, em uma bicicleta e uma mochila nas costas, há lidar com regrinhas e determinações...sei lá...vai entender...
Somos seres perdidos em um mundo onde tudo é permitido e tudo é condenável.
Preço alto para tanta evolução.
As pessoas nem aprendem mais nada...apenas respiram e seguem!pena...
PS VI(O triste é acharem normal, por isso odeio a normalidade...porque não gela, geme, treme, aquece, queima, lateja...a normalidade é normal demais...)
E a vida?
Bom este é um caso sério...porque ela que manda, não nós!
( sempre achamos o oposto até nos darmos conta, chega há ser engraçado, não acha?)
Feliz é o pescador que tem dois "amor" e ainda sai para pescar...


Amne
Obra: Romero Britto

14 de abril de 2009

Decidindo como saltar do mundo!


Sobre ter vida.

O mundo ficou pequeno
O giro que antes demorava,
eu consegui entre o abrir e fechar
da pálpebra.

Sangrei com os espinhos
e chorei baixinho
quase em silêncio,
continuei descalça sobre o quente do chão

A lua até caiu do céu
(ou será que ela se jogou?)
No meu sertão brotou foi lágrima
que umideceu um sonho.

Em um tempo em que não se viveu
e talvez nem existiu...com uma falta
de asas absurda.
onde tudo pareceu impossível.

Ando aprendendo à rezar.
já que todo o canto se foi...
e a noite chegou sem pressa aqui dentro da minha vida.
dentro da minha colcha,casca protetora
ansiosa com meu mundo imaginário!
triste com tanta luz sobre o tecido...

presa vou com o desinteresse humano
pensando em me jogar do mundo...

Amne

12 de abril de 2009

Esperando a tarde cair...



NA COSTA

Eu nem mesmo sabia quase nada sobre meus próprios sonhos
E mesmo tendo vaga idéia,
Jamais me mostraria assim para alguém
E eis que hoje me vejo em ti
E tudo o que ousa ser para meu ser
Enquanto ouso ser aquela alma
Onde tudo se entristece.

Enquanto ousa ser minha ânsia de viver
Tudo anda tão incompleto...
Cada olhar (até dentro da perfeição que se mostra!)
Cada tentativa no sorrir
Até quando tudo já fora dito.
tudo as claras...como uma tarde na costa.

O que me deslumbra é mesmo a tormenta
Toda a lenda me encanta.
No país dos meus sonhos,
Cheio da mais eterna tristeza
Que cabe na palma da minha mão...
E aquela alegria que me presenteou
Se perdeu dentro dos meus próprios sentidos.

AMNE

10 de abril de 2009

Conversando com o mar...



Um tom rosa na pele

Do que somos capazes por um olhar sincero?
Feito daquela tarde e de um tom de pele mais róseo...
Quanto carinho cabe em uma cumplicidade?
...chega à surpreender, não é?
Não existem distâncias ...só existem adivinhações!
Mimetismo até no pensamento.
Contraditório, entretanto tempestade.

Parei de comer (enfim) minhas esperanças com pão,
Hoje eu até as encaro.
Dizem que ando grande...mesmo continuando pequena.

Agora, agora mesmo fiquei olhando para o céu
Seu tamanho modificou-se no meu olhar.
Comecei a gostar de não ter certeza
Apenas contrariedades...logo eu, preterida pela razão.

Então me refaço
Tramando poesia no cair da tarde
De frente pro mar...

Pensando em sentir
Lembrei da dor!
Contei minhas graças e meus sorrisos tolos de menina
Que encantada ...encantou um certo encanto de alguém.

Porque o que é impossível de se perder a gente não perde,
Mesmo tentando.
Apenas fecha em uma caixinha e guarda no bolso
...para que brote
Dentro de nós.

Porque até o sol se jogou na água neste instante.
Agora, quando eu e meus devaneios choramos sorrindo
Com inveja do sol...
Mas a brisa, a brisa que o mar trouxe, me acolheu.
Juntando as conchinhas que sobraram.

Passo a passo sozinha de areia venho e me refaço
Refaço
Refaço...
Passo a passo na areia!
Eu e o sol.
...que deitou bem no seio do mar e dormiu sendo afagado
Pelas ondas.
Em mais uma tarde de espera.
Onde um olhar silenciou-se entre o sol e o mar.

Amne

8 de abril de 2009

Dente de leão


Desça!

Fala de força?
Que sabe da vida?
Que sabe de fragilidade?
Eu pouco sei...
Mas vou lhe contar para que me entenda,
Caso um dia passe tua humanidade tão humana...
Dentro dos confins da invisibilidade de tuas escolhas errôneas.

Pensei nos erros
Me achei tão santa...
Do púlpito onde andei fazendo morada.
Do manto que me colocaram como vestimenta.

Pensei em toques.
Me achei coberta da mais fina camada de vento
Um vento feito de ternura, da mais ambígua ingenuidade com a vida.

Pensei em passos
Vi uma estrada de açúcar que um dia desenhei num papel.
Lembrei de um olhar
Acabei vendo arco-íris, num mundo áspero e sem vida.
Acabei sentindo que só eu via, ou me alimentava com olhos vendados.

Pensei em punição!
Retribui com a outra face...
Porque onde quer que eu vá
Me faço tão frágil.
Até com aqueles que me arruínam.

Pensei em me calçar
Mas meus pés são da terra.
Vou colecionar pedras e espinhos...
E meu toque independe do céu.

Talvez na distância eu me encontre,
Ou apenas me torne mais humana.
Cheia de mágoas, decepções e conformismo.
Tipicamente racional.
Talvez, enfim eu seja forte!
Uma pena ...

tanta força que pode ser levada pelo vento...

Amne
Foto-Olhares.com

7 de abril de 2009

Pendências



Vamos, seres aniquilados!

Loucura só reflete o tamanho da dor.
Loucura só reflete que há pendências com a realidade.
Loucura é a desculpa para falta de equilíbrio.
Um momento igual a todos os outros , dentro de uma vida pequena e sem valor como a minha!
Loucura é um estágio perdido , sem razão no existir.
Loucura se ocupa de vazios.
Loucura é diante tentativas se jogar mais uma vez contra uma “decepção”.
Loucura é viver o impossível, acreditando que ele existe.
Mesmo a vida sempre provando exatamente o contrário...
Loucura é acreditar nas pessoas como em nós mesmos!
porque elas nunca, nunca condizem...
Loucura é ter uma pureza tão pífia,tola e crédula.
Hoje, relutante.
Loucura é não crescer agora.
Loucura é ter lágrimas de sangue, mesmo quando delas fizeram pó.
Loucura é transformar nuvem em nada.
Loucura é pintar uma tela em preto , na tentativa de cores.
Loucura é se deixar levar por um olhar que nem mesmo é real.
Loucura é sofrer mais uma vez por histórias que nem existem...
Quem se importa com o passado, quando não se tem raízes?
Talvez por loucura alheia ou por falta de verdades no agora.
Para mim o universo está pouco, a dor intensa e a contrariedade esmagadora.
Porque queria ter a minha pureza que fora roubada sem pudor
...de tudo o que eu desconhecia.
Chega de loucuras por hoje!
Loucura é o ócio.
A Decepção engolida em não ser o nada,
nem absolutamente nada para ninguém
...para nenhum outro ser na Terra.
provavelmente só mais uma "Loucura" , não é?

Amne
Obra. Salvador Dali

6 de abril de 2009

Aqui jaz o restante do que não tinha.

Cortejo Fúnebre

Sigo de cabeça baixa atrás do cortejo
Me balançam tranquilamente enquanto
levito sobre o chão
Tão tola e tão crente!
...Rezo sobre meu corpo
Velando aquele último sono,
Passo a passo me aproximo do nada.

Sigo de cabeça baixa atrás do cortejo,
Saboreio com temor à areia em minha boca
E as asperezas das pétalas que jogam em meu caminho
Pétalas negras em sinal de luto.
Gritos silenciosos em sinal de respeito.
Dores insignificantes em sinal de descontinuidade.

Sigo de cabeça baixa atrás do cortejo
A última lágrima bate no chão demoradamente,
Limpando o caminho para os que vêem atrás
Todos vestidos de preto.Todos descalços.Todos em silêncio.
Apenas sigo de cabeça baixa atrás do cortejo...

O algodão travou no nó da garganta
Mesmo sua intenção sendo outra
O meu corpo enfim cinza!
O meu peito enfim costurado,
E o músculo quietinho, parado!

O sino balança
A fumaça o acompanha em sinal de devoção
O homem de chapéu preto canta em silêncio na frente
Muitas palavras de antes, mas que só brotaram agora.
Enquanto me balançam tranquilamente,
enquanto levito sobre o chão.

Dentro da cova me mexo imóvel, tamanha perplexidade
Com os atos de quem leva meu esquife dolorido
Que derrama sangue no chão...

Sigo de cabeça baixa atrás do cortejo, me olhando de longe
Cavo ferozmente tentando me enfiar na terra
Me escondo dentro do buraco bem fundo
bem mais que sete palmos do chão.
Parece ser meu último suspiro.

Descanso em paz?
Ou sigo chorando poeira?

Amne
foto: Site Olhares.com