29 de dezembro de 2009

2009 um simples Desatino


2009 é muito e também não é nada pra mim!
Eu achava que havia me recuperado melhor deste ano que graças ao papai Noel ou do céu (eu realmente não sei...rs) finda esta semana.
Mas ao que se apresenta, provavelmente este ano deixou feridas que ainda não possuam formas de cicatrização...o bom das feridas é que te indicam o ferimento que existiu ali, fica mais fácil de se cuidar melhor.
Tentei mandar no tempo e construir máquinas imaginárias, me joguei do sétimo andar ao menos uma vez, e foram várias as tentativas de cavar um buraco no chão com os olhos...
Cavei tanto que acabei indo parar na China,e suas leis frias.
Parei enfim de fazer planos e estabelecer metas, isto sim me esgotou e frustrou profundamente este ano, com esta minha “vista” que tudo e nada vê...
Parece que o universo é mesmo quem manda.
Talvez aquela história da hora certa pras coisas seja mesmo verdade, porque não tem nexo algum, querer arrumar as coisas e elas se tornarem cada dia mais bagunçadas, parece que o fardo é um pouco maior do que eu acreditava que fosse.
Parece que ainda tenho um “bocado” pra aprender.E mais e mais e mais...Guimarães disse já ” Viver é etecetera...”
Acabei transformando minha vida, em apenas um ano, em uma extensa reclusão.Pseudo proteção barata de quem tinha medo de crescer. Minha reclusão foi algo extremamente difícil e necessária p mim...uns chamam de depressão, eu chamo de pausa!
Momentinho de olhar pra si, como se faz nas últimas horas antes do último suspiro por aqui.Peneirando medos, erros e acertos pra melhorar a vida.
Aprendi. E posso até bater no peito por isso...
Aprendi com muita dificuldade , que por mais certo que seja, nada mas absolutamente nada justifica um erro. E um acerto também não é digno de palmas, por ser um acerto e pronto.
Independente disso tudo, de alguma forma não podemos deixar enquanto for nossa responsabilidade que laços se quebrem por problemas internos e nossos , neste caso apenas meus...
Desde criança alguém dizia (não sei exatamente quem me dizia isso): “Uma conversa muda o rumo de uma guerra” ...passei anos mastigando palavras, digerindo idéias vomitadas em pouco mais de 3 dias. Atiradas como dardos.
Fazia muito tempo que eu não olhava tanto pra fora, o mundo acontece e a gente nem vê, todo dia e o tempo todo...o mundo “é um monte de coisas pequenas juntas”.
Mas somos mesquinhos em nossas tristezas absolutas, que até é preciso que te mostrem a lua...
E ali olhando pra lua fica fácil de se ver completamente só, e perceber que amor é algo que cabe na mão.E também é como um passarinho ferido em sua delicadeza de não mais voar, morrendo macio entre nossos dedos.
Algo passível de reconstrução?
Nada é nada e ponto. Percebi que até a escuridão tem variação de tons, neste ano...
Me tornei maior com meus erros maiores ainda.
Se eu tivesse criado uma máquina do tempo certamente faria tudo diferente...sendo mais honesta com vida!
Só quem perde algo se levanta pra procurar, mesmo no escuro.
Mas é pra isso que o tempo é dividido em passado, presente e futuro.
É pra gente ter a chance de fazer melhor, viver melhor, amar melhor, ser melhor.
As percepções se dão no silêncio da gente com a gente mesmo.Mas é preciso parar o mundo, o teu, e descer em alguns segundos da vida.
Isso é estar vivo.
Reconhecer a vida e fazer o que acredita. Correr contra o tempo?
Uma vez eu tive um problema, perguntei pra alguém com vidrinhos de sabedoria armazenada como proceder.Escutei “ Compre um relógio” . Com 13 anos de idade a gente definitivamente não sabe ao certo o que fazer com o tempo.Será mesmo que algum tempo é perdido?!?
Prefiro crer nos ganhos da coisa toda.
Equilíbrio é a palavra de ordem pras luas que virão. Nem tanto céu, nem tanta terra...nem a emoção da razão, nem a razão da emoção.
Definitivamente elas precisam ser separadas em minha vida que virá .
Parei de pensar nas nuvens, agora lotarei meus travesseiros com elas, e amarei quem sempre amei!E mais e mais e mais...
2009.Cheio dos contos dos meus dias.
Com a integridade da ausência do peito que bate ao seu lado.
Mundos particulares cheios de essências vazias.E a vida é tanta...
Desejo mais pra nós, nós todos!!!Em 2010 e pra sempre.
Em menos de uma semana se encha de amigos...de chocolate...de gargalhada de criança!
Erre, mas acerte em números maiores.
Valorize as pequenas coisas e atitudes também.
Um bolo caseiro vale mais que uma festa inteira...bem mais.Eu sei.
Olhe pra quem você ama, no fundo da alma da pessoa, e relembre o que lhe fez se importar e pra sempre.
Acredite no lado bom que todo mundo tem...aposto que cada um de nós conhece alguém vidrado por cinema, por velhinhos, por desenho animado, por futebol, por pipoca, por papo no botequim...por coisas...por pessoas.
Apenas separe o joio do trigo e tente desesperadamente melhorar o mundo! O teu mundo!
Eu tenho uma amiga que adora colagens e canetinhas coloridas, e ela é incrível.
Tenho um outro amigo que curte medicina ayurvédica, ele também é demais...atrapalhado, iluminado e incrível.
Conheço uma menina que acha que é gente grande, e quer por que quer fazer uma tatto no verão...daquele tipinho incrível...
Conheço uma mulher que tem 3 filhos e rala muito pra cuidar deles, mora longe de mim...mas também é incrível...
Tem uma moça que é meio morena e meio rosa...sabe tanto ou mais de MPB que o Tom...rs ...e ela é incrível.
Conheço um poeta preso em um mundo diferente, ele tem um coração enorme e adora café...quando a gente se encontra sempre parece que faz tempo, por isso ele é tão incrível.
Tem um senhor que é menino e é meu amigo, ele ta “bombando”, porque ele é simplesmente incrível!
Tenho uma amiga, daquelas do peito, que quer casar em 2010...anda preparando as coisas e reclamando rs...e ela é incrível!
Conheço um rapaz incrível que me disse que em 2010 vai voltar a tocar clarinete.
Tem um que troquei o nome pra um simples som, ele tem uma capacidade incrível de me fazer sorrir toda hora ...é incrível...
Eu conheço e Amo cada um com uma forma diferente de amor...
E desejo PAZ!
Eu...
direto da "Pokebola" , deixando pra trás em 2009 as lembranças de um ano insignificante na tristeza, mas cheio de estrada.
Virando a página do agora, porque evoluir é preciso!
Ahh, comprei o relógio!
Lá vou eu lidar melhor com o tempo mais uma vez
...e que assim seja!

Amne

O fim do caminho


Sou o que sobrou do mundo no dia em que nasci
E fico aqui avaliando as tempestades que
se fazem no silêncio dos meus pensamentos solitários
Ouso pensar ainda que as faces da morte
Transmitem mais força que à própria vontade da vida
Quantas vezes errar o mesmo erro no espelho e chorar
Lágrimas que ninguém vê?
Queria um sol particular
Deste que se guarda no bolso
Queria uma lua no meu dia
Que curasse de vez feridas que não se calam
Sendo mais do que sou
Não apenas aquilo que me transformam
Anseio amanhãs deitada , escondida
Por uma manta fina de algodão...
e uma crosta grossa de feridas revolvidas
Por uma vida inteira
As escolhas não mais me pertencem
O caminho fechado,
com um tipo de capim doloroso
Não se abre pra “fraqueza” dos meus pequenos braços sem vontade.
Amne

23 de dezembro de 2009

Natal aqui em "GAZA"

Antigamente as coisas eram diferentes.
O Natal, por exemplo, demorava pra chegar.O ano era um tempão, e o mês de dezembro passava conforme grãos de areia soltos tentando se encontrar.
Acho que nem pras crianças o Natal demora mais. Vupt e chegou o Natal.
As vacas e os carneiros são quase tão esquisitos quanto o próprio dia pras crianças de hoje em dia.Pois é...
Semana passada eu estava lá vendo um presépio que é montado pela Igreja, aquela Matriz que tem um sino nas cidades assim como a minha, e um "gordinho" de uns 4 anos gritou apontando " Olha tem vaca mãe"...Pensei: "caracas, vacas hoje em dia são tão raras quanto o próprio reconhecimento do menino Jesus, são como ets meio obesas saidas do além...".
Vivemos em um mundo esquisito!
Hoje em dia o povo vai fazer compras de Natal na 25 de março, segurando as bolsas pra não serem assaltadas. Mas as compras eram de Natal?!? Época de paz, e se repensar boas atitudes...parece que um dia, naquele tempo do tempo mais lento, já foi assim.
A rotação da Terra era calculada na mão, tipo metros por segundo, era algo como 1.674km/hr...hoje as máquinas não comemoram Natal e a Terra anda girando 200.000km /hra no mínimo, eu acho e sinto.
Uma vez em um Natal bem distante, acho que eu tinha o tamanho do "gordinho", ganhei uma tira enorme de balas coloridas pra colocar na árvore, a pessoa passou uma tarde grudando as pontinhas das antigas balas "soft".
Era um cordão mágico todo colorido, rodelas de açúcar pro Natal.
Hoje nem as balas existem pra isso. Nem a intenção da simplicidade do cordão.
A gente anda pela cidade e os bonecos de papai noel falam boa noite?!?
Vivemos em um mundo esquisito!
Eu este ano farei algo que faço todo ano,viverei o espírito de natal : Ajudando o papai noel a dar pequenas simplicidades pela cidade...vou vestir o pequeno "doende" que tenho em casa, e as oito da manhã o papai noel vem com sua roupa vermelha pra ganharmos muitos e muitos símbolos daquele natal que já existiu.
São "risinhos" tímidos, com pés descalços na poeira da estrada que pára pra escutar os sinos que balançam sobre uma pickup "Strada"...
Tempos modernos, onde os dias passam cada vez mais rápido e quando vemos é 25 de dezembro sem nenhuma formalidade!
Espírito de Natal deve estar mais pra dar um abraço no vizinho que nunca diz bom dia há cortar um frango enorme que custa "carão", enquanto tem gente passando fome...
hohoho!
Mesmo porque a galera em GAZA não comemora Natal, e continua guerreando pela terra "Santa" rsrs...pois é...
Vivemos em um mundo esquisito!
Feliz Natal?!?
Amne

18 de dezembro de 2009

Esperança


Nunca escrevi uma carta pro papai Noel.
Inclusive quando eu era muito pequena mudava muito de casa, e sempre tive a impressão que ele não me achava por isso.
Sempre olhei para ele com desdém , diferente das luzinhas que sempre me emocionaram.Muita espera , enquanto as luzinhas eram espalhadas por casas pela cidade toda, piscavam materializando magia.Eu era muito adulta quando era criança...minha visão das coisas sempre era rígida.
Meu filho diferente da mãe, sempre escreve cartinhas...enfeitadas...cheias de sonhos.Esta semana terminou a deste ano.
Trocou de roupa, penteou o cabelo e sorrindo disse:
Vamos encontrar o papai Noel mãe?
Andamos pela cidade ...a tarde caindo e as luzinhas se acendendo aos poucos...me emocionando, voltas e voltas com o carro...decidimos estacionar e andar pelo centro à pé. Cidade do interior tem destas coisas, presépio na praça...com grupos rezando pra história do menino Jesus.
Virando a esquina escutamos o sino... ele parou estarrecido e gritou :
deve ser ele mãe... deve ser ele .
Sininhos e um sorriso cheio de inocência...emocionante.
Lá estava ele acenando pros carros, cheios de bracinhos balançando...
O pequeno parou ao lado dele meio envergonhado...ele disse :
Hohoho, esta cartinha é pra mim?
Meu filho simplesmente o abraçou...me aproximei, com aquela dificuldade rígida de criança.
Ele percebeu e disse: A mamãe não trouxe sua carta?
Respondi : Nunca escrevi cartas para o papai Noel!
Ele me estendeu a mão, segurando as minhas e disse :
Pois devia! O papai Noel pode até levar um tempo, mas sempre realiza nossos sonhos!
Pela primeira vez dei um abraço no papai Noel, ele é um homem cheio de esperança!
É muito provável que a esperança use vermelho as vezes.
Amne

Não sei


Eu tenho pensado tanto na morte
Mas este silêncio não é morte.
Este silêncio todo,
que escapa entre meus dentes
é apenas para lhe dar bom dia.
Amne

16 de dezembro de 2009

Minhas gavetas internas e ponto final.


Final de ano é uma época engraçada, porque a gente querendo ou não acaba fazendo limpeza.
É aquela tentativazinha de começar o mês que vem de um outro jeito.
Bom, aí a doida aqui pegou um milhão de papéis, uns já meio amarelados.
Um milhão mesmo, porque só o que será jogado fora lotaria fácil um saco de 100L.
Nossa, a gente tem esta mania feia de guardar tanta bagunça, na esperança que um dia lá na frente a gente tenha alguma surpresa. E deu certo!
Surpresa que não se acaba nunca mais!
Encontrei o fio da meada da história da minha poesia, ao menos do ano que finda.
Um ano que fez de minha poesia uma contínua evolução, mesmo oscilante, fraca e ofegante.
Achei emoções dobradinhas, mas depois de sorrir e separar calmamente palavras, me deparei com três textos inacreditavelmente especiais pra mim.
Embora lidar com verdades acabe diminuindo o brilho da intenção de quem escreveu.
Não foi apenas a minha poesia que cresceu!
Ah se eu fosse "eu assim" há algum tempinho atrás..Porque hoje, o que era belo antes, ganhou sabor e curvaturas...equacionando mais e mais o meu sentir.
O engraçado é que nosso olhar muda, e muda quase que diariamente.Ainda bem que guardo papéis pra ler depois.
Pois é, muitas vezes, na maioria delas minha dispersão não permite que me recorde do fato de tê-los guardado.
São peculiares, cada qual a sua maneira, e a própria intenção tratada no momento da fabricação.
Quanta beleza delineada por sutilezas inclusas:

"Me ensina a encontrar minhas asas
a tê-las e vê-las e batê-las assim
como você faz com as suas"


Lembro-me disso, só não compreendia que voar é mesmo um dom.
Então muita coisa se perde no caminho, pros papéis, menos a emoção de quem os lê.
E a lágrima que teima em acalentar a leitura.

"Quanta dor a gente agüenta antes de desistir de viver?"

A gente desiste de viver por não conseguir sentir nada, nem ao menos nortear o próprio sentimento.
Na realidade temos uma dificuldadezinha com dores, aí na maioria das vezes a gente desiste até de sonhar.
Não deveríamos nos permitir a derrota, mas ainda temos a desculpa de sermos humanos,fracos e ralos.
Certa vez li que "tristeza" é uma forma de egoísmo!

"Tocando a alma, tirando a poeira de tempos ruins"


...poucas vezes me deparei com minha própria alma tão trêmula assim, ainda bem que existem folhas palpáveis quando se têm sonhos oníricos.
Eu e alguns papéis...que estranhamente voltam do além.
E olham firmes pra mim, mostrando que não se apaga passado nem futuro.
Desenhando em palavras minha própria história.
Saudade entre o hoje e os amanhãs.
Delicadezas diárias que perdemos quando guardamos papéis amarelados,
e esquecemos das gavetas cheias de vida : a nossa...
QUE PASSOU!
FIM.
E é depois do Fim que vem o PONTO FINAL.

Amne

15 de dezembro de 2009

Perturbação da paz



Sou uma poeta
que tem problemas sérios com a poesia.
A poesia é corrupta na medida que corrompe.
As vezes eu acho que ela me transtorna.
Amne




Imagem: Ana Cañas

"Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente...
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre, sem saber, que o pra sempre
Sempre acaba..."
Renato Russo

A galinha do vizinho


Somos seres ambíguos, capazes de odiar até o amor.
A gente nunca sabe dar certezas nem pra gente.Isto sim é uma verdade cheia de certeza!
Nada é mesmo tão normal na vida da gente frente a grama, e a galinha do vizinho.Lá a galinha é mais gordinha, e a grama sempre tão verde...
Mas, e nós? Como adubar a nossa grama? Tentamos engordar a nossa galinha? Imagina...Jamais o fazemos.É muito mais fácil sonhar com a “coisa” toda do vizinho.
A gente se prende na teia de nossas fantasias ilusórias, aquelas projetadas no terreno do lado de fora, longe do mundo tão nosso que criamos todo dia. Ignoramos o fato que a realidade também mora ao lado...na frente, ou do outro lado da tela do computador.
Criando situações, pessoas e galinhas narcotizamos e diminuímos nossas próprias escolhas...nos entregando ao nada que recebemos por isso.
Porque a resposta pras fantasias sempre vem em forma de vento...
Nada de amor, nada de felicidade, nada de laços...nem mesmo nos sapatos. (A era contemporânea dos velcros, me dá um baita saudosismo das orelhinhas dos ratinhos, que era como a gente aprendia a amarrar os sapatos).
A sabedoria popular está perdendo muito pra nova vida fabricada em alta escala.A sabedoria “cuide do que é teu,senão alguém leva”...pois é...a gente nem sabe mesmo mais o que de fato é nosso, foi, era...a galinha do vizinho é mais gorda? Certamente ...gorda! Mas é puro drive thru de uma ciscadeira triste...
Sinceramente acho que o meu vizinho também sofre entupindo a grama de merda na expectativa que ela cresça, e fique mais verde também...igual a minha? Nem grama eu tenho.
Puxa que pena de nós!
É tão fácil se enganar, se iludir , com expectativas “totalitariamente” individuais.
É tão pequeno o pensamento do “dar valor depois”...em contrapartida, o valor se não foi dado existiu de fato um motivo, nosso ou não.Vai saber.
O fato é que buscamos o inatingível, e o atingível perde espaço, míngua e morre.
E então a gente pára sem saber porque estamos tão tristes, e buscamos mais gramas com galinhas gordas, mesmo que de fato saibamos que são alimentadas com merda e drive thru, e provavelmente nem existam fora da imaginação da gente!
Que pena que não exista em minha casa um cimento verde.
Quem sabe em algum quintal que eu achar?
Dizem que verde é esperança.
Esperança de que uma hora saibamos lidar com nossas galinhas, e cuidar da nossa grama com carinho...antes de sonhar com as frustrações dos vizinhos e seus jardins de plástico.
Benditas aquelas frases “ De perto ninguém é normal”, e “Só podemos avaliar alguém quando dividimos com ela ao menos um quilo de sal”...
Dividir açúcar é fácil, colorir galinhas gordas também...
O que proponho é “ Alimente sua galinha com sal”, se ela sobreviver ...bom, será mesmo real e um tanto forte!
Mas deixo advertido que galinhas assim são raras, e só nos damos conta disso no final.Que é quando nos deparamos com a realidade, que nunca dá as mãos pra fantasia, e dói...embora seja mesmo tudo que possuímos!
Amne

12 de dezembro de 2009


Descobri que o que me dava prazer nas
leituras não era a beleza das frases,
mas a doença delas.
Manoel de Barros

Marcas, pontos, cicatrizes e lembranças


Lembranças...
Sem crises
Sem dias
Sem horas
Sem culpas
Sem provas
Sem pedir nada em troca.
Pra sempre apenas e somente...
nos oceanos dos dias que não passam.
Amne

9 de dezembro de 2009

L'amour


Como sempre muita coisa acontecendo, "viver é mesmo uma arte"!
Sábio o criador da frase.
Como todos sabem , eu e minhas poesias tivemos uma rusga...parece que tomei um “porre” de mim.
Tenho tentado incansavelmente escrever as tais poesias dolorosas,mas vamos esperar o tempo, e lidar com tudo com mais sabedoria...não é?
Os dias andam seguindo com um gosto estranho de palha...nunca escutei tanta música francesa, uma música que tem uma elegância meio irritante, quase petulante, em geral mais me incomoda do que qualquer coisa.
Sigo dançando minhas marionetes pintadas... tenho sonhado teatros de bonecos de pano.
Ganhei um livro muito interessante sobre mulheres e suas condutas, é muito engraçado ver os tais estudiosos estabelecerem padrões pra nós “Humanas”...na realidade é hilário.Agora pense comigo a capacidade feminina à instabilidade...multiplique por milhões, e então observe valores, culturas e padrões variantes pra cada país...Hilário! Tentam massificar a própria raça...como se eu e a Rose (sabe? É a minha vizinha...) tivéssemos a mesma história e os mesmos desejos...
Também tenho escutado bossa nova...nosso jazz preguiçoso e denso. Tenho apreciado sucos diversos e ventos frios nas tardes...
Pouco tenho recordado que um dia já possui até um coração.
Lembrei daquele verso:

"E você, meu amigo galvanizado, você quer um coração?
Você não sabe o quão sortudo és por não ter um.
Corações nunca serão práticos,
enquanto não forem feitos para não se partirem..."


E depois dizem que desenhos e filmes infantis não são altamente instrutivos...o são, e como! O ano já está findando, e ainda não aprimorei meus dotes musicais, talvez 2010? Ainda preciso do violão...
Aprimorei-me este ano em coisas menores , crio quase todos os dias mundos bem pequenininhos...impenetráveis e protegidos...calmos e silenciosos...Mundinhos meus, bem delicados!
Também percebi que aquela frase também é genial “ O futuro é incerto”... pura verdade, e é assim sempre.
A gente fica planejando as coisas de acordo com aquilo que fantasiamos, e no fim nem 10% acontece, quem dirá da maneira desejada...aí já seria um milagre.
Errar dói muito, mas faz bem, abre os olhos da gente!
Continuo fabricando coisas...até aquelas que eu nem sei nada sobre elas :são sabonetes, artesanatos, chás, mantas, enfeites, colagens em fotografias...ocupando os espaços tão vazios. Na tentativa dos tais mundinhos...
Tenho também falado cada vez mais baixo e menos... Evolução? Sei lá...cansaço talvez.
To confundindo minha alma...lendo...lendo e lendo.Demoro pra absorver as coisas, mastigo e diluo bastante pro tempo passar.
Minhas ambições parecem tão menores, talvez por isso tenha cortado meus cabelos...ando querendo menos peso e mais plumas ...leves... pra voltar a voar com asas imaginárias, e risadas bobas vindas dos tais ...os amigos, que com ou sem meus cabelos rirão das bobagens no café, aquele dos sábados à tarde.
Coisas esquisitas acontecem enquanto a gente dorme... o mundo gira pacientemente.
Dá uma idéia que estamos perdendo algo.
Comprei um livro pro meu filho " Cada família é de um jeito", fala das famílias contemporâneas e suas inúmeras combinações...e mais uma vez ele, e sua vasta sabedoria, soltou :
" É mãe...tem muitos tipos de famílias, existem até famílias de ETs, todas verdes".
Não adianta a gente perde enquanto pisca, enquanto dorme. Já as crianças compreendem e assimilam enquanto respiram!
Queria voltar a estudar a língua italiana que deixei...e o curso de cinema também...
2010? Hum...talvez eu cante em 2010... “O futuro é incerto”.
Talvez eu morra em 2010!
Talvez eu viva em 2010...quem sabe?
Talvez melhore minha gramática...
Talvez eu raspe de vez os cabelos...
Talvez eu faça uma viagem pra Guiné...
Talvez nunca mais exploda um bolo...
Talvez eu nunca mais tenha um ano tão triste e solitário...
Talvez...
Porque como sabemos “ O futuro é incerto”...
Amne
TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
_ que é uma questão
de vida ou morte _
será arte?

Ferreira Gullar

7 de dezembro de 2009





Pouca sinceridade é uma coisa perigosa,
e muita sinceridade é absolutamente fatal.
(Oscar Wilde)

6 de dezembro de 2009

Nota do dia

Não existe solidão maior
do que se encontrar entre as amarras
de pessoas que não lhe amam...
A falta de amor constrói muros de chumbo,
derrama olhares de ácido
e nunca lhe faz companhia.
Por mais que isto,
lhe doa...
Por mais que você realmente precise...
Nada pode ser mudado!
Nem mesmo a inabalável capacidade de absorver tristezas...
Toda punição do mundo me pertence.
Toda a solidão do mundo mora em mim.
Hoje, tentando escrever...
Alegrias? Nunca as vi, nem as conheço!
Sempre lerão tristezas, que moram na companhia da minha
solidão.
Amne

4 de dezembro de 2009



"Morrer é apenas não ser visto.
Morrer é a curva da estrada."
(Fernando Pessoa)

3 de dezembro de 2009




Quero conhecer os pensamentos de Deus...
O resto é detalhe (Albert Einstein)

Se escondendo do mundo


A ESTRELA

Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.

Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.

Por que da sua distância
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alta luzia?

E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia.
Manuel Bandeira