26 de novembro de 2010

Marisa Monte - Gentileza

Amor, palavra que liberta!


Tanta gente mudou
tanta coisa mudou
e a cabeça inundou com aquela misturinha de sonhos...

Amne

21 de novembro de 2010

Can't Help Myself


As coisas não saíram conforme o esperado
Mas quem se importa, não é?

Os Cortes ainda sangram
Jorrando uma aridez ácida
De fato não me faço entender na maioria das vezes

Não quero mais andar
Não quero voltar
A estagnação é ruim

De fato não me fiz entender
Mas isto é passado, e dizem que a vida seguiu
Tenho aquele novo segundo apontando no relógio agora
Mas não me faço entender
Não me faço entender
qualquer compreensão parece barata demais para meus pecados

Algumas absolvições saem caras demais
Algumas lágrimas também
Mas quem se importa?

Nenhum tipo de casulo é forte o suficiente
Certas influências fazem muito mal...
Talvez um dia
Silêncio seja alegria.

Amne

Quintana


Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...
E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém
também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas
renúncias e loucuras, alguém me valoriza
pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo,
que abusa demais dos bons sentimentos
que a vida proporciona,
que dê valor ao que realmente importa,
que é meu sentimento...e não brinque com ele.

Mario Quintana

16 de novembro de 2010

Surpresas


Não escrevi mais cartas,
agora, apenas amanheço.
Deixei de ver as coisas tão fáceis
É bem provável que mais dias passem
e a vida siga.

Sou agora, e em fim, aquela velha soma
de minhas complexidades.
Talvez eu nem sequer seja tão má
Talvez eu nem sequer seja tão boa
Talvez apenas a soma dos meus próprios paradigmas

Coisas bem menores me causam surpresa
Enquanto tolero imensidões
Sinto falta
Sinto tudo
Algumas Surpresas
com o tamanho do vento...

Amne

4 de novembro de 2010

Fazendo sentido...


"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito e do trabalho, repetindo todos os dias o mesmo trajeto, quem não muda as marcas no supermercado, não arrisca vestir uma cor nova, não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
justamente as que resgatam o brilho nos olhos,
sorrisos e soluços, coração aos tropeções, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte
ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo,
não tentando um assunto que desconhece e não respondendo quando
lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples ato de respirar.

Estejamos vivos, então!"
(Pablo Neruda)

22 de outubro de 2010

Conselhos que a vida nos dá


Pois é minha velha amiga, a vida segue em seus conselhos diários. A vida segue.
Depois da última conversa tão nossa, veio aquele gosto do que fomos e esta nossa mania esquisita de iludir o amor.
Quem éramos ontem...
Pensei tanto, tanto... na pureza daquilo que ousei ser, quem me tornei hoje e estes resquícios de sonhos que um dia possui.Eu não era real, nada entendia das realidades tão reais.
Ah amiga. Quem éramos ontem...brincando com nossos destinos, dentro dos mais puros véus de renda. Isto que me forma tão dura, veio desta incapacidade que ando de chorar.
Isto que ilude o tempo, sente uma saudade tão intensa do que sonhava eu viver.
É o tempo brincando dentro dos nossos faz de conta.
É o peito naquele Tum-tum variável...
Matamos o amor e ele sem piedade nos aniquilou.
As palavras e mais as idas e vindas do tempo, deixando um gosto amargo até nas lembranças que teimam em Tum-tum , daquilo que tínhamos certeza.
Amiga...
Compramos agonias em ideias tortas.
Mas continuamos guardando as mesmas velhas chaves do peito...
Sinto mesmo falta de quem fomos.
Olhei atentamente em quem me tornei, tornamos.
Sorri fria pra última ruga na minha testa.
Eu nada sabia daquilo que dói. Sorrir era meu ápice mais infantil...
Hoje vejo com indiferença tanta intensidade advinda daquele tempo.
Quero que saibas querida, que lá no fundo de nossos olhares ainda somos as mesmas.
Talvez por isto, e por hora, tenha tu escutado Tum-tum em teus dias.
Digo apenas, a vida nos dá conselhos...
Muitas vezes acena eufórica nos conduzindo em caminhos quase utópicos de tão reais...
Um dia ainda seremos quem fomos.

Beijos
Teu coração é o caminho.


Amne

18 de outubro de 2010

Boa noite


Tenho falado o meu "boa noite" ao acaso
Tenho estado imóvel na ida e vinda da última lua...
Tenho vivido e respirado girassóis quase gigantes.
Mas em nenhum momento apaguei minha memória!

Amne

17 de setembro de 2010

HOJE.


hoje me deu uma vontade tão grande de ver Miró!!!

Amne

11 de setembro de 2010

Diz tanto...



"Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos.
Tenho abundânciade ser feliz por isso.
Meu quintal
É maior do que o mundo."



Manoel de Barros

5 de setembro de 2010

#@!"


Hoje não dá
Está um dia tão bonito lá fora
E eu quero brincar
Mas hoje não dá
Hoje não dá...

Vou consertar a minha asa quebrada
E descansar

Gostaria de não saber destes crimes atrozes
É todo dia agora e o que vamos fazer?
Quero voar pra bem longe mas hoje não dá
Não sei o que pensar e nem o que dizer

Só nos sobrou do amor
A falta que ficou...


Fragmento da letra da música "Os anjos" Renato Russo

Aprendiz


Paz pra ser gente
Ando extinguindo o sentir da vida de dentro

Quem sabe se tem paz assim...

Paz pra cantar, pra escrever
Pra acordar, pra ligar pros amigos
E andar descalça aos domingos
Pra ir e vir, e merecer
Paz pra poder ler

E comer o último naco de qualquer coisa
Tudo bem que nem tudo que parece simples,
É mesmo simples e de fato.

Mas andava precisando da paz da distância
E daquela de um minuto inteiro do silêncio.
Paz pra compreender as menores coisas
E quiçá as maiores

Pois pra aceitar a vida só tendo paz ...
Hoje entendo de minhas necessidades mais radicais
E sigo aprendendo a viver em paz.

Comendo paz
Merecendo paz...
Vivendo.

Amne

30 de agosto de 2010

Fragmento


Ah... mas se eu pudesse morrer de amor...
Por quem eu morreria?
Que dor me caberia?
De quem mais eu seria?

Caminhos que só se cruzam devagar
Mexendo com o recheio da gente
Carinhando nossa morte...
nossa vida?
Tanto querer
...que a gente nem sabe que sente.

Amne

29 de agosto de 2010

Minha Namorada (Vinicius de Moraes) - Inês Carreira e Pedro Limpo




"Meu poeta eu hoje estou contente
Todo mundo de repente ficou lindo
Ficou lindo de morrer
Eu hoje estou me rindo
Nem eu mesma sei de que
Porque eu recebi
Uma cartinhazinha de você..."

26 de agosto de 2010

Regionalismo interno


Estou pensando escrever um diário.
Então comprei um pedaço de chita e embrulhei um caderno.
É importante começar de algum lugar...
Pra separar ideias, fitas de "nosso senhor".
Graciosas, coloridas, quase vivas de tão alegres.
Aí fiquei lá com cara de boba, um caderno colorido nas mãos...
E mais tantos pensamentos nos bolsos...
Fazendo de sorrisos amarelos puro regionalismo interno.

Amne

20 de agosto de 2010

Norah Jones - Feelling the same way

Saiu a Kalango!


Nós "semo" foda!

Como diz o Thi Cervan
"De ganhadora do Jabuti à ilustrador da Folha de SP..." mais nós?

Semo foda amigo!!!

Vida pra Kalangooo e sucesso pra todos nós!

http://revistakalango.wordpress.com/


Amne

Sábio mesmo é o silêncio.


Amne

16 de agosto de 2010

SAMBA DA GAMBOA ROBERTA SÁ AGORA SIM



"Amor assim, não tem, não, quem não queira
Quem me quer bem, é bem quem eu queria
Agora sim me sinto mais inteira
No meu caminho, nessa companhia
Agora sim me sinto mais inteira
No meu caminho, nessa companhia
Agora eu tenho quem come em minha mão
Que antes só, só em sonho eu tinha
Quem me completa mente e coração
E tá completamente sim, na minha
Dona Melancolia já não me detona sem dó
E a senhora Alegria já não me abandona
Pois agora eu não sou só eu só..."

2 de agosto de 2010

Para Uma Menina Com Uma Flor

Para uma Menina com uma Flor

Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino,
o que, aliás, você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado.
E porque você é uma menina com uma flor e chorou na estação de Roma porque nossas malas seguiram sozinhas para Paris e você ficou morrendo de pena delas partindo assim no meio de todas aquelas malas estrangeiras.
E porque você sonha que eu estou passando você para trás, transfere sua d.d.c. para o meu cotidiano, e implica comigo o dia inteiro como se eu tivesse culpa de você ser assim tão subliminar. E porque quando você começou a gostar de mim procurava saber por todos os modos com que camisa esporte
eu ia sair para fazer mimetismo de amor, se vestindo parecido. E porque você tem um rosto que está sempre um nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, parecendo uma santa moderna, e anda lento, e fala em 33 rotações mas sem ficar chata. E porque você é uma menina com uma flor, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velho: mas só quando eu der uma paradinha marota para olhar para trás, aí você pode se mandar, eu compreendo.
E porque você é uma menina com uma flor e tem um andar de pajem medieval; e porque você quando canta nem um mosquito ouve a sua voz, e você desafina lindo e logo conserta,
e às vezes acorda no meio da noite e fica cantando feito uma maluca. E porque você tem um ursinho chamado Nounouse e fala mal de mim para ele, e ele escuta e não concorda porque ele é muito meu chapa, e quando você se sente perdida e sozinha no mundo você se deita agarrada com ele e chora feito uma boba fazendo um bico deste tamanho. E porque você é uma menina que não pisca nunca e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação, e você é capaz de ficar me olhando horas. E porque você é uma menina que tem medo de ver a Cara-na-Vidraça, e quando eu olho você muito tempo você vai ficando nervosa até eu dizer que estou brincando.
E porque você é uma menina com uma flor e cativou meu coração e adora purê de batata, eu lhe peço que me sagre seu Constante e Fiel Cavalheiro.
E sendo você uma menina com uma flor, eu lhe peço também que nunca mais me deixe sozinho, como nesse último mês em Paris; fica tudo uma rua silenciosa e escura que não vai dar em lugar nenhum; os móveis ficam parados me olhando com pena;
é um vazio tão grande que as mulheres nem ousam me amar porque dariam tudo para ter um poeta penando assim por elas, a mão no queixo, a perna cruzada triste e aquele olhar que não vê. E porque você é a única menina com uma flor que eu conheço, eu escrevi uma canção tão bonita para você, "Minha namorada", a fim de que, quando eu morrer, você, se por acaso não morrer também, fique deitadinha abraçada com Nounouse cantando sem voz aquele pedaço que eu digo que você tem de ser a estrela derradeira, minha amiga e companheira, no infinito de nós dois.
E já que você é uma menina com uma flor e eu estou vendo você subir agora - tão purinha entre as marias-sem-vergonha
- a ladeira que traz ao nosso chalé, aqui nessas montanhas recortadas pela mão de Guignard; e o meu coração, como quando você me disse que me amava, põe-se a bater cada vez mais depressa.
E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço, e o mato à nossa volta se faz murmuroso e se enche de vaga-lumes enquanto a noite desce com seus segredos, suas mortes, seus espantos - eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aléia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfrentando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações - porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor.

Vinicius de Moraes

25 de julho de 2010

O tempo


E as entranhas se modificam com seus átomos descrentes
Sinto a pele mudar
Sinto alma expandir
Sinto.

Minha mão tem outras linhas
Os sonhos ganharam até aspecto
A face não é nem de longe a mesma

O recheio todo se modificou
nem pareço mais comigo!

Amne

Conversa


Dos dias de sol
e sua falta de pedaços,
dispensando encantamentos
das coisas mais brejeiras
das simplicidades da alegria.
Então inunda-se nossos mundos
apenas se fazendo conversa
em silêncio.


Amne

23 de julho de 2010

Vejo


Aí você fica aí,
tão longe da minha mão.

Amne

Lástima


Percebi com o tempo,
que no mundo real
é tudo de mentira...

Percebi que sempre que
algo começa, é porque está próximo
do fim.

Que ninguém é integral
quando diz ser só verdade.

E por fim
que nem sempre vale a pena
se mostrar integralmente.

Até dá uma tristeza na utopia
dos crentes
Dos amantes
Dos poetas

Lastimável...

Amne

22 de julho de 2010

Diversão



Escrever é a arte do meu ofício
Resultado do meu vício
Tudo que eu finjo saber...
Amne

21 de julho de 2010

Ops


Ando falando baixinho
O ser me torna só.
Mesmo eu não sendo absolutamente nada.
Um ácaro na atmosfera dos fiéis
Um pólen do tipo comum
Chega que dá um nó no medo do dia.
A sutileza insana de não perceber as cores
A fragilidade mundana de nada ver
A volta da idéia torta
A vinda da falta de alguém,
quase desconhecida.
A ida de tanto sentimento...
Via vento.
Por isso, não penso mais no nó...
Na dó.
Na dor que morava no escuro
e abriu a janela.
Penso em acaso!


Amne

20 de julho de 2010

Florbela Espanca


Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só...

Florbela Espanca

19 de julho de 2010

Desapego


E você ainda tem um coração.
E eu, que nem coração tenho mais?!?
Amne

Perdão



Tem dias que acordo perdoada
Tem dias que não perdôo ninguém

As vezes as lembranças transbordam do corpo
contrariadas, infinitas...
Teimam em ser perdoadas
Mesmo não tendo sequer existido.

É difícil falar sobre desconhecimentos
É dificil perdoar nossas próprias falhas
Pouco sei de heroísmos




Sei-me apenas de mim
e minha intensa mania
de guardar tudo no bolso...

Perdão, hoje reservo-me o direito
de nada saber sobre o assunto...
Parece que feriram-me em demasia...
E falta perdão pra esta gente.

Amne

18 de julho de 2010

Sobre minhas verdades


Ando sem chão
Ando sem estrada
E um tanto quanto sem caminho.
Ando.

Remendei pela última vez minhas asas
Peguei o lago dos peixes apertados e guardei nas mãos
Com a sobra fiz história,
daquelas da carochinha.

Amne

12 de julho de 2010

Eu não sei o que virá


...Nunca se leve tão a sério
nunca se deixe levar,
que a vida é parte do mistério,
é tanta coisa pra se desvendar...
Lenini

Devir



Eu queria ter muitas vidas
Um punhado de areia nos bolsos
Eu queria que todos por instantes
conseguissem poetizar a vida
Nesta experimentação quase abstrata e utópica
dos sonhadores...


Eu queria matar lembranças com meus suspiros
numa resignação que o tempo leva
Como aquelas bandeirinhas que enfeitavam a praça
nos dias de sol


Poderia querer finais
Mas ainda anseio começos
Não tenho forças nos braços
pra calar o que sou e o que sinto.
Não sei disfarçar muito bem...

Amne

11 de julho de 2010

You


Tantas as gaiolas mágicas e seus pássaros sem asas
(Em silêncio)

Sem silêncios.
Nunca mais corra no caminho que desconhece
Nem por um segundo qualquer.
Dance delicadamente entre as mãos do agora.
Porque é noite mais uma vez.
E nas noites poucas são as cores
Em olhares tão perdidos,
quanto os meus.

Esta incompletude de quem guarda universos.
Esta quietude da sabedoria do sentir.
A contra mão do tempo eterno.
Nunca mais falarei dos verões e suas noites quentes.
Talvez, um dia eu escreva noites quentes e suas brisas do mar.
Hoje digerindo o último ontem.
Porque no fundo o todo mora na gente...

Amne

10 de julho de 2010

Sobre laranjas


Duas pantufas azuis bordadas com uma borboleta cada, o lado direito tá mais gasto, devo mesmo pisar torto.
Fiquei bom tempo sem tirar o velho pijama de estrelinhas , e a xícara parece que amanheceu mais uma vez em minha mão.
Pessoas e situações,e dentro de uma única manhã.
O que é bom, quando se mora sozinha, é mesmo escutar o toc toc da porta, é sempre sinal que alguém se lembra de você.
A vizinha do apartamento da frente trouxe bolo de banana.
Cheirando caramelo com canela hummm...
Andei escutando música latina.
Revendo rostos familiares de antes do agora.
É aquele negócio de forjar lembranças pra velhice.
O mundo é muito legal.

Tenho uma amigo que está surfando na Indonésia,
outra que acaba de sair da Tailândia.
Fiquei sabendo hoje, que tem um que vai mochilar pela América,
como fez meu pai há tempos, lembra?
Fico pensando que significa um sonho? E que isso pode ser até ser um detalhe num fragmento de um sorriso de alguém...

Tocou na maçaneta a menor mão do mundo agora há pouco, a saudade sempre fala mais alto, nestas coisas de mãe e de um menino.
O mundo é mesmo muito legal!
Aí vem aquele sotaque de filho, e um abraço demorado como quem cresceu milésimo de centímetro nos últimos dias...

Apesar da tosse, que não me deixa nem por um segundo tem tempo, e eu estar aparentando à sutileza de um elefante por conta do estado “catastrófico” degenerativo do meu pulmão, vou bem obrigada!

Comecei a ler aquele livro que você me emprestou, no começo estava preocupada com o fim, hoje queria voltar e começar a ler outra vez.
Estive vendo a esquadrilha da fumaça aqui na minha cidade, os caras tem mesmo muita coragem sem falar na precisão...
Se bem que se fosse eu com o meu na reta dando pirueta no ar, também pensaria até pra respirar.
Mas deve de fato ser muito legal rodopiar lá em cima...
Por segundos eles devem ter a sensação divina do poder e da liberdade.
Estive conversando com o homem laranja, e escutei que estou melhor, fiquei mesmo fortalecida.
As feridas curam de dentro pra fora.
As pessoas nunca sabem quanto vale um olhar pro outro , e articular observações, daquelas do tipo que nos fazem bem.
Fizemos mais reunião poética, cada dia me convenço mais da loucura que cerca esta gente.
O mundo é mesmo muito legal.

Andava tristonha comendo bis com coca, no almoço e no café.
Tem três dias que como arroz com feijão.
A gente melhora é mesmo de dentro pra fora!
A gata cresceu como meus últimos objetivos.
E por incrível que pareça, até pra mim, existe alguma luz neste túnel.
Será que eu agüento?

A bem da verdade é que só se vive, vivendo.
E as escolhas estão aí, como os sorrisos, as lágrimas e até as caixinhas cheias da mais genuína e inesperada surpresa.
O mundo é mesmo muito legal...
Amne

9 de julho de 2010

Oswaldo Montenegro


"Meu amor,
a vida passa num instante
E um instante é muito
pouco pra sonhar..."

Dentro


Nunca estive tão calada.
Deve ser meu coração pensando...
Amne







Obra. Eduardo Marinho

7 de julho de 2010

Sabedoria


"Amo a liberdade,
por isso as coisas que amo deixo-as livres.
Se voltarem é porque as conquistei.
Se não voltarem é porque nunca as tive."
Bob Marley

Foto que fiz na cidade...

6 de julho de 2010

La Vie En Rose



Fazia tempo que não acordava tão infinita
parece que nunca estive tão bonita,
nestes últimos cem anos...
Tenho a séria impressão que não perdi os tempos passados.
Ganhei foi sabedoria pros que virão!
Poucas vezes em minha vida me senti tão minha, tão bela e tão passageira...
É certo que nada entendo de caminhos.


Amne

5 de julho de 2010

Tudo


Parece que a emoção estourou as comportas
A liberdade tem um sabor de vento
Pois eu não sabia que conseguia abraçar o mundo
Eu vinha tecendo flores na seca
Em dia que fazia sol quente
Não tinha idéia da agonizante matéria
que jamais se decompõe
Talvez apenas agora eu entenda um pouco sobre tardes frágeis
Agora eu penso mais no amarelo
E não confirmo mais coisas que tanto sei
Eu hoje nem caibo mais em mim
a Liberdade me Toma
me move,
me esquenta...
Tenho bem menos medos
Hoje em dia, fico inventando emoções pra amanhã.
Qualquer hora deixarei de caber nesta terra!
Amne

Talvez ele tenha razão!

3 de julho de 2010

Parabéns FILHO!


E aí o menino cresce, e a mãe...
A mãe se assusta!
Quase que chora, mas disfarça meio sem graça
Então bate palmas gritando VIVAAA.
Porque toda mãe sabe que um dia o menino cresce.
Mas no fundo tudo o que ela queria
era o menino por mais um segundo dentro dela!
Amne

2 de julho de 2010

Vendo-me


É um delírio calado
Nosso.
Um sentimento mastigado e digerido
Tantos cálculos pra se somar distâncias
Tantos vazios.
Segredos e sossego em vão
Minha liberdade por um pão...
Amne

29 de junho de 2010

Desde ontem



Lírica.
Inquieta, inquietante.
Brinco com a vida,
Brinco de versos.
Louca!
Decorando paredes imaginárias
Me desculpe...
Mas prefiro minha loucura
à calma gélida dos demais...

Amne

26 de junho de 2010

Oceano


A distancia sempre protegeu os olhos,
Jamais protegeu a mente
Tão pouco o coração.

Seguimos...
com esta mania tão feia de nos proteger ao ponto de inexistir.

Só nós sabemos de fato,
Quantos foram os dias e
Quantas foram as noites escutando oceano...

Amne

23 de junho de 2010

Quem inventou o amor, explica por favor...




Descobri que não sou moderninha.
Calma que já explico!
Hoje em um papo bom com uma amiga, aliás, esta semana inteira as palavras amor, paquera etc, rondaram os papos, parecem que existem épocas mais propícias pra isso...pois é!
Andei “rindo” muito, das pessoas, das situações ...e mais, das percepções que cercam este universo hoje.
Eu meio gasta, e fora do “mercado” tem um tempo, não tinha idéia de como a coisa hoje anda “descambada”...hehe...pois é!
Que medo...que engraçado...que pena...
Chega ser mesmo assustador o amor ou a falta dele. Esta coisa esquisita que chamam de relacionamentos hoje.
Escutei que existe até “sexo casual com todo respeito”...a gente escuta cada uma?!?
Tudo bem que hoje a liberdade é também a maior amarra, no campo incerto onde ninguém se joga por inteiro...coisa de hoje em dia.
É tanta a liberdade que a gente nem sabe o que fazer com ela, e se frustra!
Renato já escrevia destas coisas “esbrumelengas” que nos incomoda na barriga:

“Enquanto a vida vai e vem
Você procura achar alguém
Que um dia possa lhe dizer
-Quero ficar só com você
Quem inventou o amor? explica por favor... “

O amor hoje tá difícil, tem hora, email ...rede social.
Pobre é o amor.
Tem que ser belo, falar direitinho, nem defeito, nem desajeitos com os defeitos da gente...ninguém anda mais de mão dada, coisa mais esquisita que eu já vi. Tem que saber se comportar na frente dos amigos. Sem essa de espontaneidade pelo amor de Deus!!!
E pra amar hoje , nem precisa gostar este tantão todo não, um pouquinho e pronto.
Tem que ter a medida certa, e estar em dia com padrões.
Não pode ter mania, inha ou vinha! Tem que ter carro pro passeio ( hoje em dia, ninguém mais anda à pé...as pessoas estranham até o vento, coitado)...
Tem que ter gel, e falar pelo menos duas línguas.
Tem que ter cheiro caro e dia vazio.
Não pode ligar muito, mas se não liga ... bom, aí “esta moça não quer nada sério”.
É dum fingimento só, o amor de hoje em dia, é um tal de “ser de alguém”.
Ser? Eu preferia a época que a gente “era” de alguém...a modernidade brinca demais da conta com os verbos desta língua que vos fala.
É um tal de não mais se conversar...por isso gosto da chuva, é uma boa desculpa prum papo legal, sem TV, rádio ou novela.Pro cafuné em silêncio, quando se ama o silêncio mas de forma acompanhada.
Falta “combinação” pros carinhos, e carinhas e seus bicos!
Falta compromisso com a felicidade dos demais e com a nossa também.
Hoje é só uma noite, e mais um tantão de vazios pra se colecionar.
Que graça que tem, nem ser assim de alguém?
Pois é, chegamos na feliz frase apreciada por alguns “ Ninguém é de ninguém mesmo”, temos a maior solidão de todos os tempos.É pra se "penar" com mãozinha na testa de tamanha tristeza.
Mas quem aí que você conhece quer mesmo ser de alguém?
Pode ser perigoso, o ministério da brejeirice adverte.
O amor hoje não tem tempo. Não tem vento...nem pôr do sol.
Pobre do amor, que sofre um risco pleno de extinção.
As pessoas não amam as pessoas...elas competem entre si, dizendo-se perdidamente apaixonadas.
Mundo moderno, onde se compete até com quem se diz amar...
Acho que ando cafona demais, pensando em redes (mas nas de pano...), com fruta no pé e pé sem roupa.
...Ah, parece que não existe momento dentro do passado que vivo, que mostre esta solidão instantânea que se propaga no ar, quando conhecemos alguém hoje em dia ( mas só neste dia).
Sei lá, deve faltar versão 2.0 pro meu coração que é vagabundo e continua querendo guardar o mundo em mim...
Ando preferindo minha própria companhia à solidão acompanhada...
Devo ser mesmo esquisita.Dizem que não sou daqui.
Sou do tipo que escuta Noel...Que coleciona fita amarela gravada com o nome dela...Que não quer alma ensangüentada, nem choro nem vela...
Prefiro aquelas "bobices" tolas, como um bom e velho veneno no olhar de lado, com certezas de sorrisos promissores.
Aquele falar arrastado pra conversa durar um bocadinho mais!
Tenho um amigo que quase tem um derrame cada vez que o celular toca, ele pertence mesmo à namorada dele. Tenho uma vontade de rir, com graça e com pena.
Ao observar ele tremendo, explicando que o dia dele foi bom, e que foram ao todo 236 suspiros de amor...O amor pede satisfações!
Será que pra se amar é preciso tomar parte da vida de alguém?
É um tal de criar distancia.
Porque não se fazer parte junto?
Pena que tem coisas que só a vida ensina!
Penso que gosto do sotaque que o amor cria, a voz parece boa e deve ser assim todo dia.
Amor de verdade ao que parece , fora filmes, odisséias e poesias...deve ser este que encontrei ao chegar em casa hoje, e deparar com a gata com o cuca que é puro chiclete...ri sozinha do amor do tal menino, que só por hoje vai dormir perdoado.
Enquanto a pobre da gata cheira Tutti Frutti por uns dias...
Falta-me modernidade pra chipar a gata, ou o menino.Aprendendo que ninguém mais “junta” escova de dente.
Todo mundo acorda em sua própria casa nestes dias tão normais.
Coisa mais esquisita estes amores modernos, não é minha amiga?
Amne

20 de junho de 2010

Hoje a tarde...



Porque eu estava olhando céu,
e ele era quase uma pintura...
Amne

19 de junho de 2010

Parapluie


Quantas vidas me serão necessárias
pra que eu converse com a felicidade?
Tenho contado o tempo.
Seguido cada lição (lentamente).

Suavemente volto passo à passo contando as pedrinhas do caminho
São caminhos tão cuidados,então me equilibro diariamente
Replanto as flores que teimam chorosas em crescer
São distancias sem medidas
Proporções infundadas

Delicadezas que fabriquei pro vazio
É claro que em meu ritmo,
aquele de quem nada sabe.

Não sei ... dizem estar tudo bem.
Mas meu mundo e seu giro contrário ainda me doem...
Sinto-me presa em alguma caixinha de música,
Girando solitária com meu guarda-chuva nas mãos!
Amne

Voar...


Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí?
EU ADORO VOAR!

Clarice Lispector

18 de junho de 2010




"Apesar das minhas fragilidades, avanço."
Lya Luft

Apesar de tudo


Tenho um gosto diferente...
Gosto dos emaranhados!
Aí fiz eu uma listinha tentando resgatar sensações.
Fechei meus olhos...
Aconteceu aí uma tremenda preparação.
Aquela coisa de sentir o sentido que passa todo dia por nós.
São momentos frágeis que forjam os gostos da gente:

Gosto tanto do barulho da chuva, aquele momento que a gente abre o olho no escuro da madrugada e chove...e aí é só voltar à dormir, pois o céu está sendo lavado. Parece que até o suspiro do sono sai mais molhado...
Gosto daquela ansiedade, daquele pedacinho de segundo, entre a boca e o brigadeiro.
Gosto mesmo é do calor do sol, quando a gente senta pra escutar o tempo... à tarde, logo após o almoço, num domingo... e “tudo parece que faz tempo” como diria aquele poeta que eu também tanto gosto.
Observar as pessoas também é muito bom, eu gosto de ver nelas suas manias, seus sonhos camuflados, quando elas mudam de assunto meio sem graças na tentativa de esconder quem sonharam ser.
Gosto de sentar feito índio, com uma pantufa surrada no pé e um copo de chá em uma das mãos, escutando música do tipo calma, pra divagar meus próprios sonhos e encobrir meus pesadelos.
Ai, eu gosto tanto de parecer paisagem... quando meu corpo reclama com minha alma esta movimentação aleatória na minha vida.
Gosto de conversar por horas assuntos trazidos no bolso de alguém, meio gente, meio corada...sem jeito quando por motivo barato repararam meu tom.
Gosto das curiosidades do dia, quando no chão tem caminho de caracol, mesmo eu sabendo que ele já passou faz tempo...
Prefiro os filmes antigos com amores utópicos o bastante pra nos tocar...
Me emociona a orquestra caipira, e aquela fusão original que bagunça com o íntimo da gente.
Eu sorrio por dentro quando alguém ao meu lado sorri de verdade, se enrrugando ao ponto de seus olhos não lembrarem de nada por instantes.Quase um instante inteiro!
O som do piano me acalma...mesmo quando abandonei as aulas...
O barulho do mar me faz bem, e aquele caminhar ligeiro das tartarugas bebês correndo pra vida. Na construção de suas histórias na água.
Eu quase escuto o pôr do sol todo dia...
O vento tem sua diferenciação notável ao carregar meus carinhos, mesmo que os destinatários mal saibam das delicadezas assopradas na ventania do vento passando por mim...
Gosto de bolo quente! Ele exala fumaça com cheiro bom...
Eu quase flutuo ao beijar as pálpebras pequenas que sonham coelhos de nuvens, e suas mãos gordinhas, finas e não acabadas de criança.
Me agrada os mais novos, muito mais novos, e aqueles que se opõem ao tempo, sempre se aprende com eles...e suas mãos já gastas.
As vezes parece o mundo ser tanta coisa pra se gostar...apesar de tudo!
Amne

Vazio


Sinto sua falta neste exato momento.
Lembro-me bem a primeira vez que nos vimos...
Naquele momento, senti o medo mais sublime de minha vida!
Alguém me ensina à viver longe de ti por instantes...
Amne

Frágil


Nunca escutei dizer
Que existiram poetas que sofreram menos.
Do contrário não se tornariam poetas!
Eles são o tipinho de gente
que encontram delicadezas em espinhos...

Amne

Deixa pra lá!



É um tal de não nos conhecermos.
É um tal de sermos qualquer um...
É um tal de não ter coragem...
Ai credo!
Tenho medo do que nos tornamos.
Parece que promessas podem ser vagas...
Isso é tudo?

Amne

Luto póstumo!



Sempre chega a hora em que descobrimos que sabíamos muito
mais do que antes julgávamos.José Saramago - *16/11/1922 - +18/06/2010


Hoje estou mais triste...
Menos gente, por perder um pouco de Saramago...
Amne