29 de maio de 2010

Não aguento isto


E vem uma força, uma tempestade,
uma coisa que estraga o momento tênue
que ia tão bem...
Até virar poesia.
Mais ou menos,
da forma que todo o sentido
fosse mesmo dono de alguma palavra.
Não aguento.
Isto me assusta!
Amne

Um dia



O mais provável é que nem mesmo
eu consiga compreender tudo que sinto.
Amne

Coisa de poeta, coisa de amigo.


Poça d' água

"Se pensas que ninguém te pensa, estás enganada.
A luz reluziu e vi nos teus olhos
o caos.
Coloquei, então a frenética liberdade
de te conduzir.
Em frente avistamos um rio, pedras, o sol.
Esta imensa solidão passa.
Como a chuva que cai e se faz poça dágua
sob nossos pés". Beijo, Amne lindinha...

Do meu amigo e poeta
Nestor Lampros

25 de maio de 2010

Quanto custa?


Surpresa na vida.
Parece que fizeram uma bagunça nas cordinhas que guiavam a marionete aqui.
Lembram-se que certa vez falei que minha vida é norteada por novidades?Pois é...Todo dia algo acontece.E mais...toda noite algo acontece.
Deus brinca mesmo com a gente. Pra sair da rotina, pra mudar o foco, pra embelezar a vida e ensinar pormenores.
Pormenores? Pormaiores.
A gente leva cada susto, se agita e ao final...
Bom, sou parecida com quase todo mundo, mas com histórias bem diferentes pra contar.
E não é que a vida é mesmo surpresa.
E quando a gente menos espera...mais uma, vez por outra, mais outra!
Se bem que não deixo mesmo passar nada! Fico quieta, com meus olhos ainda maiores e mais atentos, as células sensoriais sempre em pleno funcionamento.
Assim dá até pra sentir tudo, olhar pra tudo e mais do que tudo, guardando cada sensação dentro daquele meu velho baú de histórias.
Parece que tudo fica com cheiro de pitanga no pé...
Tudo isto pelo parco preço de um suspiro pela manhã, mais 24 gotas de poesia dosadas ao longo do dia.
Imagens que falam à distância, comunicando-se entre si.

Amne

19 de maio de 2010

Lá no Pico


Quanto prazer existe em não se dizer nada.
Andei passeando nas nuvens, contando histórias sem métricas, andando descalça no chão...
E lá bem perto do céu percebi, a delícia de se deitar no chão.É de uma complexidade não ser nada por instantes.Tendo a paz de uma planta ao sol da manhã.
As pessoas sobem nos picos da vida e acabam "sendo" demais.
Existe tanto prazer no silêncio de nada ser.
De simplesmente não ser nada relevante...
O riso quando não se é nada, tem até sabor diferente.
As grandes coisas da vida, as coisas mais simples exigem silêncio e labor.
Muitos segundos são necessários quietinha pra se ver estrela cadente...
Parece que tempo suficiente pra se fazer um pedido.

Amne

"Não se volta se a meta é a estrela"


Aí a vida muda.
Sabe aquilo que eu chamava de "Fenômeno da minha existência"...então...
Passou à ter como pilares coisas bem pequenas, as menores coisas do mundo.
Grãozinhos de areia, o vento, estrela cadente ou talvez apenas ficar dois minutos inteiros com os olhos fechados sentada no sol.
Andei sacudindo tanta poeira do meu corpo, que minha alma andou amanhecendo mais leve. O que eu tinha como conhecimento armazenado, era quase um pólen comum, com o tamanho de um pulgão.
Não na mesma intensidade, é bem verdade... Mas acredito que perder, largar, afrouxar e desapegar das estruturas é bom... Acredito que é o tipo da coisa que faz muito bem obrigada. E faz bem, ou faria, pra todo mundo, embora de fato a estagnação é bem mais cômoda.
Agora lembrei daquele desenho tão lindo “Up -Altas aventuras”, quando o velhinho se vê obrigado à jogar fora um monte de coisas que para ele eram realmente importantes. Reavaliando sua própria vida, ele percebe que o relevante nos deixa marcas no corpo, na alma e claro... no coração.
Ando pensando muito em minha vida...Pensando no que tenho feito com minhas marcas. Ao que parece o pensador tem razão:

“O importante não é o que acontece...e sim o que a gente faz do que acontece com a gente.”

Dia desses algumas pessoas insistiram no fato de que eu deveria imprimir minha história em páginas branquinhas.
Pensei fração de segundo, e cheguei a conclusão que tanto por fazer tornou minha meta principal alcançar estrelas.
Sigo pensando.
Por enquanto, nunca gostei tanto de plantar sementes em algodão.
Amne

7 de maio de 2010

"Se você não pode ser forte, seja pelo menos humana!"


Demorou para eu compreender destas coisas tão maiores, então fiquei avaliando como sempre me apaguei aos despropósitos. Com um olhar atento ao ciclo de vida das lagartas.
Difícil entender, mas sempre me compreendi melhor nos silêncios, obtendo solidões aos pedaços.
Amplificando as pessoas, com meus sorrisos tão instáveis, capazes de variar ao vento do dia.Coisa que todo mundo faz...e ninguém se permite.
Parece que nunca esperei amanhãs como tenho buscado o agora.
Tem dias que me sinto tão só...
Tem dias que a mutação me toma, em algumas tardes tão cinzas.
Andei lendo sobre a metafísica do amor e suas improváveis variantes.
Parece que hoje sinto a dor do crescimento.Como a agonia de uma semente de feijão, presa em um copo plástico com tampa dentro de um quarto comum.
Aprendi, dia desses, onde trabalho que as pessoas podem ter cara de peixe.E que se o abraço for forte, forte mesmo "chega acelera o peito".
Outro dia estava fitando paisagem mínima, daquelas que encontramos nas garrafinhas de areia colorida.
Hoje em dia vivo desertos e quase não escuto mais sons, daqueles...sabe? Som típico de passarinho logo cedo.
Ando cansada, e a revolução interna é a revolução contemporânea que mais me assusta e preocupa.
Sempre achei quinas coisas complicadas demais.Por isso queria me transformar em um reflexo dos lugares onde me sinto bem.
Embora eu tenha a impressão que a janela do meu quarto guarde tantos infinitos, tantas eternidades...
Acho que mais uma forma que encontrei de dar unidade ao destino.
E assim falando do que eu não sei, sempre me indisponho com o universo.
E os dias somam.
Parece que sonho é mais real que a vida.
Muitas vezes a minha vida parece teimar no começo, outras vezes ela parece já ter morrido faz tempo...
Continuo sorrindo tristezas, vendo invisibilidades e escrevendo.
Parece que não estou apta pra conversar!

Amne

2 de maio de 2010


"As coisas que não têm nome são mais pronunciadas
por crianças."

Manoel de Barros