3 de julho de 2013

Sobre o dia em que nasci...

Amado, Antonio
Outro dia brincava em meu ventre 
Mexendo com meu recheio...
Hoje, brinca de crescer 
Mexendo com minhas profundidades

Outro dia lhe dediquei uma poesia, 
pois você completava seus seis anos, lembra-se?
Afirmei naquele instante sublime, que eu fazia um menino...
Já fui bem mais ingênua, pois eu nunca lhe fiz. 
Foi você que me fez e, nos últimos dez anos.

Eu nasci há exatos 10 anos!

E nesse tempo tive um grande professor
Muitas vezes com um gigantismo de um metro e pouco
Infinito na alma e no sorriso
Me ensinando uma matemática improvável
Incerta e variável...

Me ensinando o valor das coisas e dos olhares distintos
As vezes, mas principalmente, nos últimos tempos
Fico deslumbrada com suas lições diárias e atômicas 

Me ensinando como ser gente formato melhorado
Pois você veio com um coração expandido
E pontos de vista estabelecidos no céu

Me ensinando como é bom viver sem medo,
sonhando e vivendo cada fração do segundo dos dias
Me ensinando como errar pode ser a maior aventura de todas
E que não podemos ignorar o andar das formigas (nunca!)

Me ensinando por maiores, muito maiores que a multiplicação do infinito
Vendo que tudo tem um lado bom e cheiros improváveis
Aproximando minha fantasia do pão com manteiga
Dando norte e sul aos meus passos, pulos e cambalhotas

Me ensinando que pensamentos são tão variáveis quanto
Pingos de chuva ou a vontade do vento
E que mudar de ideia é ótimo, afinal, 
algumas vezes, nós dois jantamos
Brigadeiro para lanchamos sopa de feijão

Me ensinando a ter menos pressa 
E mais momentos sobre a cama rolando de rir 
E que almoçar sentados no chão com perna de índio
Pode ser a maior navegação de todos os tempos e,
desde de Cabral ...

E que a felicidade é rir de chorar 
Pelo barulho incomodativo do “pum” de axila 
Ou do resgate de um bonequinho de plástico
Pelos heróis: mãe e filho

Eu nasci de você!

Que me ensinou a chorar pelos motivos corretos
E correr atrás de tudo aquilo que acredito
E por tudo isso, e muito mais, obrigada por me dar a vida, Antonio.

Eu te amo e por isso, apesar de ter muito menos tamanho que você,
Lhe aconselho a continuar sendo Gente! 

Nesse formato que é...
Se indignando com injustiças
Acreditando naquilo que os outros não veem 
Esperando seres sempre melhores
Com uma doçura fabricada com mel
Sendo honesto e digno até com as folhas
Respeitando as razões da vida
Pois, existe sim o bom em tudo e em todos.

Viver vale muito a pena.
Temos uma sorte danada, afinal, somos eu e você.
A maior menor família do mundo.
Obrigada por tudo.
Eu te amo.
Amne Faria - 03/07/2013

2 comentários:

Lídia disse...

BONITO!!!
PARABÉNS!!!
1 BEIJO LÍDIA

XD disse...

Que linda declaração de amor! quero um dia sentir isso...