19 de dezembro de 2008

...por hora...



Lirismo

Ando assim sendo
Desenhos inacabados
Magias em tardes amarelinhas
Pedaços de elegia
Frescor das manhãs
Tardes acinzentadas (mas só para alguns)
Absoluta redenção
A unidade das estrelas
Sonhos...e um pesadelo
O colorido da fantasia
O pão e o queijo também.
O giro da canção
O vazio da solidão
As gotas de chuva
A crença contida
Um poema inatingível.

Amne

18 de dezembro de 2008

Devaneio do dia ou da noite?

Detalhes






Depois daquela última conversa sobre à mesa , a caneca ficou ali estática me olhando, em um tom ríspido quase me repreendendo.Apegada ao nada ali sozinha , pensei nos detalhes. Voando longe para longe...Lembrei de quando pequena eu gostava de olhar as mãos das pessoas, admirando formatos, texturas e tendências, eu gostava de olhar meus pés indo e vindo na balança do parque.

Fiquei olhando à caneca, continuo a mesma, me encontrando nos detalhes alheios.
Porque eu gosto tanto de detalhes, pequenas ações ... perfumes.
Acabo me apegando aos detalhes, muitas vezes eles tornam-se mais importantes para mim, que as próprias pessoas, é através deles que nos tornamos essenciais, estes detalhes fazem com que nunca eu consiga me esquecer de ninguém, que passa por mim...são os detalhes que me deixam de presente e que me fazem tanta falta...como o cheiro que vinha dos bolinhos de chuva banhados na canela, nas tardes da minha infância..
As pessoas se vão...e seus detalhes ficam impregnados em mim...então fico ali chorosa morrendo por dentro.
Na realidade ando tão desonesta comigo ultimamente,talvez a caneca tenha percebido isto, o que sou hoje, uma "ativista" do nada, que romanceia o absurdo, para adormecer entre lágrimas.
Somos tão inacreditáveis...vivemos a forma que achamos e não da forma que deveria ser...
Lembrei ao lado da caneca anarquista, protuberante olhando para mim, que eu já ousei respirar um dia, com um algodão doce azul em minha mão.Sinto pena desta forma de gente que não se apega à devaneios, não são passionais...não se mostram.
Outro dia falaram de meu tom confessional, falaram de minha evolução e de minha essência.
Será que dá para arrancar a minha essência e colocar normalidade no lugar?Será?
Teve um poeta que disse, que preciso deixar algo verdadeiro para o mundo...me senti tão só ali...porque não tenho nada para deixar, não sou feita de nada...porque de "tudo" falta em mim...Fico sempre a juntar meus detalhes nestas folhas cúmplices do meu vazio.
Ele disse que eu era criança, o que não percebeu, é que cada um se defende com as armas que possui, eu semeio flores que dançam e que possuem poder cicatrizante.
Sempre gostei do pequeno, sempre gostei de detalhes, porque crianças encontram o tudo no pouco.
Os detalhes se mostram sozinhos preenchendo sonhos e deixando muita saudade!
E assim palavra alguma precisa ser dita.As vezes, é possível dizer tanta coisa em silêncio.
Amne

5 de dezembro de 2008

Expressão


Batom

Folheando a última edição da revista, que estava entre um jornal
e folders de anticoncepcional , eu estava esperando me chamarem
para uma consulta outro dia. Uma simpática senhora, sentou-se ao meu lado, (lembrando os regionalismos, que nós hoje em dia nem percebemos mais) com um vestidinho de algodão florido,
“molecas” de pano nos pés, cabelos bem presos com aquelas presilhas finas.
Virei a página da revista, mexi apenas o canto da minha boca
(esboçando um cumprimento, tipo :é isso aí “tia” ,se sente e fique à vontade).
Ela nem mesmo esperou eu virar a página novamente e disse :
Batom vermelho... é bonito! Você tem a pele tão clarinha... deveria usar!
Olhei para ela (e nesta fração de segundo pensei :
”acho que não hein? fico parecendo uma puta!”(ou melhor para os acanhados, mulher de vida fácil , que cá entre nós nem é assim tão fácil...)
então, sorri amarelo e respondi :
É bonito sim, mas não combina muito comigo...
Nisto chamaram meu nome ( como sempre me chamaram de tudo,menos é claro, pelo meu nome!!!) guardei a revista, acenei à senhora entre um sorriso e a porta do consultório.
Voltei com a história do batom em minha cabeça, porque outro dia li uma crônica do Jabor que dizia que batom vermelho só fica bonito em senhoras.
Mexi nas coisas, enfim um batom vermelho... me enchi de coragem e o passei, fui ao espelho e percebi algo daquilo que ele( o cronista) queria dizer...
Afinal eu fiquei a cara do coringa do Batman (me imagina gargalhando com um charuto na mão? Nem eu....rs).
O buraco é sempre bem para baixo...
Batom vermelho é muito mais que sua própria simbologia, aquela que vem de sua cor, está ligado a maturidade para lidar com os efeitos causados por ele...ele funciona como um divisor de águas, já
que para encaralo sem grilos e “preconceitos”,
você tem que estar madura, eis o que o Jabor falou, do encanto
que ele traz as jovens e às “jovens”... e o efeito distinto que se dá para cada grupo.
Olhei para meu rosto e minha “pele branquinha” e para a cor vibrante naquele momento em minha boca...e seus significados...
Vi o tamanho de minha falta de preparo para o mundo, vivi tanto,
bem mais que a maioria eu posso garantir...mas minha boca ainda só suporta os tons mais róseos, porque a gente não muda a natureza das coisas...tudo tem seu tempo exato!(A gente é que tem uma mania esquisita de atrapalhar a ordem).
Lembrei da senhora do hospital e compreendi porque para ela a cor era bela.
Talvez porque conforme envelhecemos, ( e só tenho percebido isto agora) as coisas e a própria vida vá perdendo a cor, aí passamos a nos fixar nos detalhes, nos apegando as cores dos outros.
Porque de algum modo a nossa tinta acabe, e seja mais conveniente viver na transparência há ter que lidar com as emocionantes cores...cores sim...como o vermelho.

3 de dezembro de 2008

Proteja sua cabeça!

Como parte do que sou, ontem lembrei do "Chico", aquele que disse que a Geni era um poço de "bondade", aquela em quem jogamos pedras, por ela ser boa para apanhar, ser boa de cuspir e sem falar do fato dela dar para qualquer um...Ontem lembrei da cidade que fazia romaria para beijar à sua mão...Ando tão preocupada... não! Ando é "puta" mesmo, odeio lembrar que existe fatos que não se modificam, como as pedras na Geni. Será que só eu percebi?Ou ficaram todos loucos do deserto da decência?Sem falar que a decência muda, dependendo do lado que você está!Porque somos todos tolos, sorrindo para qualquer um?Que inocência a nossa, imaginar e crer. Porque no final quem manda mesmo é a falta de postura e vergonha na cara.Você entrega sua mão , aperta a do seu companheiro, e quando você pula e olha para o lado, veio sozinho.Tantos sorrisos, olhares que lhe enviam, tudo tão vazio, se doar? Para quê? Não, irão te julgar...jogue à pedra, jogue à pedra, jogue à pedra!Jogue à bosta e acabe com esta Geni...ela foi feita para apanhar.Que raio de postura, que todos têm e eu percebi que me falta? Preciso me adaptar melhorao mundo...caramba, será que voei tão alto que não vi acabarem com a Geni? Bom o fato é que somos humanos, então vamos errar à vontade ...deixem que sobrem pormenores, na nossa cabeça não vai cair, vai?Porque sou uma "anta" e fico aqui a pensar no sentido das coisas...utópica idéia esta a minha, nem pessoas têm sentido, quem dirá suas posturas!!!Muto minhas varinhas de condão, tentando melhorar os caminhos, e trabalho diariamente na construção de alguém ...para quê?Como diz alguém que conheço, é bem provável que a ética tenha sido extinta, e então existe uma espécie de falta de modos massiva.Vamos andando e cantando, e pisando na cabeça da Geni...ninguém fora os ossos de sua face perceberá.E a Geni sempre abrirá seus braços quando precisarem dela... Então é fácil... joga pedra na Geni, joga bosta na Geni, ela é feita para apanhar,ela é boa de cuspir...ela dá para qualquer um e ainda possui ética, porque o Chico acha que ela é feita de bondade...mal sabe ele...
Amne
IMAGEM SITE OLHARES.COM

2 de dezembro de 2008

Sobre quem cospe e bate no peito!Urra e grita para ser mais que a maioria, e sem dúvida é órfão de ética!

Atkishkin

Terra de malucos X Terra de heróis
Terra de malucos

Quando todos nós teremos ética?De forma plena, abrangente e bruscamente verdadeira?Teremos que nos melhorar muito, até que sejamos um pouquinho aceitáveis...Teremos que aceitar mais, perdoar mais, punir mais, redimir mais e assim talvez sejamos mais !Mas é tudo relativo, visto do ponto de vista contemporâneo, não acha?Antes o assassino era o herói e nós apenas plebeus observadores, não criticávamos, apenas povoando o mundo...Mundo dos dinossauros, cheios de ética perpetuando a espécie numa real matança, do maior para o menor... afinal pudor é apenas para nós que possuímos primos, até que enfim vieram gigantescos meteoros. E quem somos nós então e a ética?Certeza é que a maçã cai, se não caímos nós.Aí amanhece, crianças morrendo á ter abutres roendo carcaças, e nós ?Aquecendo ao sol cheios de nossas temperaturas com cremes , gordura e luxúria parcialmente sustentáveis .Ficar de pé, este sim seguramente foi um ato cheio de ética e petulância, usar a máquina de Deus cheio de aspirações, ajeitar até a mínima anatomia da coluna. Ética para motivar os incapazes de rabo, que acreditem ou não, ainda temos quando queremos descansar por falta de nossa ética diária.Ética ?Respirar é o oposto da ética, afinal o ar não está sujo?Está! Não está?A chuva hoje fura até os carros, e olha que foi dela que brotamos...vai entender o ciclo maluco, órfão de ética.Comida , água , nós e a ética.Dois mil anos e ainda tem gente chorando sobre o pó santo, precisamos levar ética para eles!Mas antes vamos operar nossos depósitos de alimento, semidigerido , cavidade, elo de ligação entre a vida e a própria morte, ou pularemos sobre mais uma cabeça , crânio, membro superior ali na calçada , alma que se encheu de ética e voltou a ser normalmente bicho,voltou a andar descalço , pêlos,cabelos,alimento escasso,cama de pedra e liberdade.Liberdade que nos fez povoar continentes, desbravando bárbaros .Vomitemos toda esta ética engasgativa, que nos forma uma forma de felicidade...trocada ,imposta,impune, nojenta de gente sem ética!Para que serve planeta sobrando, se eu nem posso roubar um para dançar descalça ?Do contrário queimo meus pezinhos pequenos e pesados como a cruz que ele carregou nos ombros.Porque provavelmente possuía ética em demasia.Se nem a eternidade restará para a ética, o que será de nós, senão o pó?Banais ,vis e inacreditáveis nos tornamos feios, para então assim não ter ética ,tendo consciência de nossa chacina multiplanetária !Quero mesmo um tom verde, como as folhas pensativas que digerem até Lixo,poluição,escuridão...Planta?Serei astronauta solitária em minhas loucuras verdadeiramente reais, cheias do vazio da ética!Cheia de sonhos com alguns amanhãs nesta terra de malucos.

Amne

24 de novembro de 2008


Nestor Lampros...um poetinha que eu conheço...

Falando nisso...muito prazer!





Um dia um cara que dominava o céu na época, olhou para mim na minha estradinha de jasmins e disse :
-"Em sua vida encontrará pessoas muito especiais , terá de se curvar para muita coisa e situações, isto lhe fará bem, talvez seja até um ser humano bem melhor do que agora..."
Parece que foi um decreto.
Não!
Na realidade foi uma lei.A lei da minha vida, uma vida que resolveu começar desbravando todas as minhas impossibilidades de tamanho, situação e escolhas dos outros, algumas vezes duras para toda minha ternura no ser... outras abrandadas.
Inclusive doeu muito para perceber a realidade das coisas como elas são, simplesmente cruas. E são assim e pronto!Porque em geral a minha realidade nunca foi real...vim assim sem paradoxos e utopias...sem raízes, sem história alguma, sem combinar com nada, nem com ninguém, apenas vim... e cheia de pretensões.
Percebi como um perfume e um sorriso faz toda a diferença; como é bom ser colorida, mas também quando volto a ser eu, toda cinza ...todo mundo se vai outra vez.Percebi também que minha alma é enorme e cabe um montão de pessoas,e estas pessoas em geral tem formas, cores, sentidos e opiniões diferentes, aprendi até a observar a grandeza delas, porque no fundo somos todos bem iguais com defeitos, iguarias, quimeras e algum egoísmo camuflado.O que não se pode é rotular, pois somos humanos! Vou falar bem baixinho, preste bastante atenção: dentro é tudo igual...é gente! Carne ,osso e sentimentos , cheios cada um com um pouco de suor e provavelmente alguma história ímpar, que pode ser igual à sua também.Meu tom sempre foi intenso, o amor desesperado, a indignação relutante e em geral desbravadora, até raiva muitas vezes(mas estou trabalhando nisto)tenho tentado ser melhor, mas não é fácil ser sempre uma força contrária, absorvo pessoas, dias e até coisas .
Não sei bem o por que da distração daqueles que me fizeram , e me fizeram lenta ...fiquei cheia de amigos antigos , embora tão jovens em suas almas claras.
Dissolvo as tristezas e problemas (que em geral não o são) com minha varinha mágica que brota bolhas de sabão todo dia quando acordo.O doce feito na panela com um tanto de lirismo e cacau ainda me faz muito bem.Obrigada!
Tenho refletido e chorado muito em tardes perdidas.
Me desespero por nada, e sempre foi assim...mas é preciso ser forte e grande, e sempre foi assim também.
Tenho um verdadeiro apelo pelas artes e tudo o que transformam em nosso organismo.
Existe até grande amigo...que será sempre grande, sendo ou não meu amigo.
O mais complicado da história é que acabo sempre falando muito além do necessário, depois me arrependo... claro!É que me sinto tola e crua... aí pronto, visto minha camuflagem cotidiana de bobagens e lá vamos nós outra vez ganhar um milhão de pessoas e não possuir mais ninguém. Mas existem coisas que provavelmente ninguém sabe e nem o saberão, fica parado no meio de todo o meu silêncio. Dentro do meu baú de tristezas...vontades e frustrações com escolhas do caminho de pedras.
Vivo meu mundo imaginário todos os dias, vivencio apenas o que realmente pode me modificar. Se é que alguém muda...não é?
Todo dia sem exceção alguém carrega algo de mim, me refaço e pego para mim o pedaço de alguém, para que não me faltem partes.
Choro muito quando alguém vai embora, seja para morar nas nuvens ou na cidade aqui ao lado.
Sou muito , muito ansiosa e isto também me faz mal...já fui muito magra, muito gorda, mas com o tempo percebi que o que vale é apenas o que sou, e não quilos em uma balança. (porque sabemos que a balança é tão manipulada quanto a opinião pública em época de eleição!)As pessoas que resolveram me amar ou que deveriam, o farão sempre independente do meu formato.
Por isso agora ando tentando me formar em desenho de nuvem, ou quem sabe em cheiro de pipoca doce da praça no domingo.
Realmente encontrei alguns especiais no caminho, ainda os procuro, porque ainda tem muita gente minha perdida por aí.
Sorrio sempre quando conheço alguém ...parece ser um código primata de boas vindas.Tenho muita, muita fé no amanhã!O mais interessante da fé, é que me faltava e hoje me mantêm naquela base que me forma.
A gente acaba passando muito tempo desacreditando em nossas próprias conquistas, algumas tão pequeninas, isto nunca devia acontecer!
Deveríamos sair por aí festejando cada vez que nosso dia fosse bom, conseguíssemos sorrir para alguém apesar de tudo, porque a vida hoje está mesmo uma loucura e o que realmente é importante, descartamos junto com o lixo reciclável do dia, não é ?
O meu coração é grande e meio atordoado, mas apesar de tanta confusão anda sempre cheio, principalmente quando do ninho das minhas poesias, brotou um anjo meio humanizado feito de mim... cheio de meus olhares e adivinhações. Para ele escolhi um nome; mas na realidade era para ele se chamar " felicidade",a minha, o meu motivo, minha razão, minha existência...meu choro, meu riso e toda minha complexidade no amar, toda a minha dependência, cheia de dúvidas no tomar a mínima atitude.
Amo dançar, quase que tanto quanto amo cantar, mas não o faço muito, já mencionei o tamanho de meu coração que me faz pensar nos ouvidos próximos ...já que nunca sei a letra da música, e acabo por misturar várias, o que em geral é péssimo! Mas também sou muito aplaudida por não tentar ser cheia de técnicas... mas é o que tenho a ofertar , sou assim sem métrica e arranjos mesmo.Vivo caindo!Tem pessoas que me encontram e mesmo antes de dizer um típico "oi" perguntam dos meus joelhos ! Tudo bem, também isso faz parte do que sou.
Tinha mania de estabelecer o que é certo e errado, sofria muito porque falta-me evolução, hoje apenas tento aceitar o que me faz bem e o que é bom para os outros, já que somos livres no "ser".
Parei de julgar(ao menos por hora), isso é muito ruim! comecei a aceitar mais o tudo de todos, o que tem sido melhor.
Tentei diminuir as coisas da minha vida, a gente arranja bagunça demais, mas o que precisamos é deveras bem pouquinho, bem simples...bem natural.
Aceitei meus cachos(pelo menos por hora), percebi que sem eles, aquele amigo tão antigo que me chamava de leãozinho , não o faria mais...cantarolando a música do Caetano , que prefiro não imaginar em que pensava no momento que à fez.
Ando temendo tanto minhas madrugadas cheias de livros , poemas , sentimentalidades, papéis e palavras que quase não cabem mais em mim...a poesia está trazendo uma loucura sem fim,para a minha solidão corriqueira, que encontro entre a louça na pia e juntar brinquedos do chão (da casa inteira...).
Você provavelmente não irá acreditar, mas tenho criado borboletas nos estômagos alheios.Coisa típica de menina que acha que é fada...porque por mais que eu tente minha meninice não passa.
Outro dia mandei a nuvem ficar parada, porque ela também tem teimado muito em ser coelho.Proibi os desenhos do corredor de dançar, mas cada vez que passo por lá eles se escondem cheios de peraltice.
E sabe o que percebi ontem? Que eu preciso vencer, não tenho muitas escolhas.Vencer para mim está intrinsecamente ligado a minha condição respiratória.Posso contar com minha sombra, todo dia para sonhar,porque não se depende de ninguém para ser feliz!
Falando nisso...já são cinco horas!
Vou ali correr atrás do prejuízo que alguma geração passada me deixou como herança!
Beijos e abraços do tamanho do universo todo.
(Frase de um menino pequeno, mas de coração enorme e puro, que certamente será um grande homem!)
Até logo... talvez amanhã!
Ou quem sabe até agora.

Amne de Hoje
Porque provavelmente amanhã eu já seja outra, e tenha algo mais para acrescentar...

7 de outubro de 2008

Obra Nestor Lampros


Contra mão!

Talvez minha urgência tenha sido muita
Meus planos ficaram mesmo planos, e parei de voar
Levantei no escuro da noite em minha vida
Agarrando-me as migalhas que vieram no vento
Talvez tenha sido imortal naquele momento em que minha
Alma e coração congelaram-se
Continuo o caminho de pedras tentando voltar ao começo
Aquela infância ... que ninguém saiba, mas nunca existiu
falaram que ando adulta em demasia
Porque passei dias gritando com tanta força
Que me desfiz na brisa
Para você mandei ternura
Por aqui não sobrou nada
Indiferente do agora
Ando numa ira muito particular
Que tenho degustado com meus pães cheios de esperança
Mas ninguém percebeu porque meu sorriso recobre cada
Lágrima fujona
Cativando o vazio que ficou
Ando eu e o vento um com pena do outro
Tem me irritado muito
Aparições e desarmonia com os fatos
Ando em linha contrária aquilo que mantenho sob julgamento
Cativando silêncio que me namora
Ando sentindo tanto
Provavelmente deixei de ser humana
Odeio sua lembrança... dia
Odeio sua fuga... noite
Odeio ser sua... vida!

Amne

4 de outubro de 2008


Viver – uma emoção no tédio!

23 de setembro de 2008

Borboletas que aparecem


Escute o vazio

Pare por um segundo e
escute nosso silêncio
Feito de nossas expectativas
com esta vida pequena
Traga um pouco de mim para seu mundo incolor
Porque ficou tão claro, e até para o céu,depois que nos vimos
Como da última vez que a borboleta se deitou em minhas costas
...todos riam de minha capacidade de atrair borboletas!
Os dias foram pesados, principalmente com estas notícias que chegaram
Meus pés custam a sair do chão
Ando tão só
Mas falaram que tudo se modifica
Então acabei me agarrando nas esperanças alheias
Ando por aqui a tecer linhas embaixo do cobertor
Que tem sido meu único escudo
Minha única proteção
Aí fico a vagar ... eu e minhas prosopopéias
Nunca pensei que seria capaz de sentir falta de algo que sequer existe
Preciso dormir um pouco.
Ajeitar os olhos, para arrumar as coisas na cabeça
E todos estes sentidos
Afinal o que é certo? Me diga então!
Tudo cheio de objeções,
A vida numa complicação bem adulta
E eu com este coração de criança

Amne

20 de setembro de 2008

Eu
solta no espaço
cheia dos ventos
por todos os lados
sem pretensões
onde irei parar?
cheia de esperança tristonha
quem sabe eu desça antes do escurecer?
Amne

9 de setembro de 2008

Inocência

Talvez esta noite eu durma nos braços de algum anjo
Que desça até aqui, para que o conforto saia do vazio
Quem sabe só por hoje a paz me encontre
Porque as lágrimas deram para multiplicar-se no escuro
Tudo o que realmente almejo
Corre entre meus dedos, nesta loucura que é a vida
Parece que sempre tomo para mim o que se sente aí fora
Mas com meus baús cheios de lembranças se acumulando
pela casa , tenho corrido imóvel enquanto a raiva não passa
Sinto o calor das lágrimas aquecendo meus olhares
Sinto que o que falaram de minha inocência semana passada
Talvez esteja mesmo a me prejudicar
Preciso mudar.
Só ainda não sei como...
Porque não acredito que se mude a essência de alguém
O que nos cabe é abdicar dos defeitos
Mas nunca , nunca a essência
Olho para este céu teimando em virar paisagem na minha cabeça
Quando percebo já estou levitando sobre as paredes da casa
Sopro as flores do caminho, que balançam alegres.
Continuo só...


Amne

4 de setembro de 2008

Todos em rede

Na tela

Tela cheia de friezas corriqueiras
Rostos, olhares, sorrisos
Uma imagem qualquer
De um personagem alheio
Regue-o e terá uma flor

Porque ultimamente andamos
Enchendo as mentes com fragmentos
Cheios de lugar nenhum
Roubamos sorrisos e sonhos
E este “só” já nos basta

Na tela fria dos dias
Vivemos, andamos
E buscamos o tudo
Que aos poucos
Preenche nosso dia vazio
Que pena.


Amne

24 de agosto de 2008

O tempo no devido lugar

Espera Contrária

O tempo no devido lugar
Existiu uma certa favelização dos sentimentos
Faltou cuidado
Faltou amor
Sobrou falta
Sobraram planos
E agora me deparo com um passado no futuro
E a banalização do presente
Sinto medo do que pode ser para sempre
Olho na janela todos os dias apenas para lhe encontrar
Porque é chegada a hora de descansar a cruz
Na confusão nos enchemos de fuga
Aprofundando tudo o que nos tornamos
Só sei que tudo até agora foi profundamente difícil
E o tempo correndo como nunca
Minhas mãos enfraquecidas
Acenam aos ventos cheios de perfumes, sutilezas e ternuras
Minhas asas abrindo-se para você
Meu amanhã.
Dentro todas as minhas oportunidades
Braços cruzados
Choros digeridos
Pessoas
E tudo que agora exponho sem culpa, medo ou qualquer devaneio.

Amne

22 de agosto de 2008

Voando leve

Distração

Acabei de sair
Mas distraída que sou
O corpo ficou

Voando leve
Deixando a vida levar
Na imensidão da distância joguei -me
Nos pensamentos de alguém

Sorri baixo para acariciar meu pranto
Planejei o abraço
Corri na minha própria claridade secreta
Apanhei a felicidade que guardei com cuidado
No bolso tênue de pó

Cultuei os desenhos que ganharam vida
Nas paredes do corredor
Amaldiçoei tudo que é nuvem
Tentando parar o trem
Com a doçura de uma fada

Além dos meus olhos frágeis
De pessoas perdidas
Que falam antes mesmo da minha querência

Percebi que faltava-me peso
Voltei correndo para meu castelo de desejos
Adormeci
Talvez eu volte a voar...

Amne






21 de agosto de 2008



"Meus sonhos andam tendo filhotes,
fazendo uma folia danada dentro
de mim."
Amne

20 de agosto de 2008

Instante

Passado meu presente


Hoje esbarrei com meu passado, foi um
instante ... um pequeno fragmento de sorriso ,
dentro de um segundo inteirinho.
Perdi dias tentando entender tanta coisa,
tola que sou, não adianta... tudo vem ao meu encontro,
as conquistas, vida de sutilezas e também as derrotas
com as escolhas vagas sem carinho...
E não é que tudo passou tão rápido, eu apenas
vento que passou, em vidas, dias e toda a complexidade
de nossos desejos.
Fiquei sem jeito olhando, para aquela lembrança ali na
minha frente.Tentamos a cada dia com uma força imoral
deixar as lembranças cheias de pessoas povoando o passado.
Mas o destino esnoba toda a nossa arrogância, ri de tanta
fraqueza que nos forma... e pronto,faz o passado bater na
porta do futuro para ver como nos portamos,diante as
oportunidades de felicidade que sempre descartamos,
porque o que nos sobra no final é sempre a vontade.
Hoje nos arrependemos de nada fazer com nossas escolhas
ganhadas...nossos sonhos acovardantes, nosso próprio
testemunho de derrota.
Então pego aquele urso empoeirado que tem um nariz enorme,
é como se ele me entendesse a cada murmúrio e lágrima, que teimo
em dispensar sem o menor pudor, e voltasse a ser eu e toda minha
vontade com o amanhã.
Ali diante do meu passado hoje, consegui finalmente
perceber como já fui grande e pura.
Sem tanto relógio, ressentimento e decepção...
Sorria, respirava e principalmente enxergava!
Ri de meu estado muitas vezes ali hoje... desacreditei que deixei toda
aquela lembrança, tudo o que também acabou formando um pedaço

do que me tornei para traz , foi muito infantil de minha parte,
percebi que talvez eu realmente não possua o controle de meus passos,
e que a vida dá muitas voltas e para sempre naquele pedaço onde tudo
começou.

Amne

8 de agosto de 2008

Nossa forma

Apenas o que nos forma

“Bacanalidades”


Tá tudo aí
Tudo tão evidente
Tudo tão claro
A minha melancolia conflitando com o seu encantamento
Cada palavra vira discurso
Você acaba por tornar tudo pura complicação
E o curso da vida anda muito ,muito cruel
Batalhas diárias
Monótono dia
Chuvinha pedindo trégua
E talvez pouca paz
No seu molhar telhados
Cheiro bom do café
Pinceladas de açúcar
Com decisões salgadas
Pessoas recheadas de “bacanalidades” e distúrbios também
É verdade que tem um pouco de mim
E nada vira nada
Nem uma palavrinha singela
Na grande estória formada de passos e
inúteis evidências.
Amne

Vida

"Minha vida...oportunidade de melhora,
tudo o que realmente me forma, meu começo, meu meio,
meu fim...meu amor!"
Amne

7 de agosto de 2008

Tecendo Palavras

Teia
Talvez tenha mesmo perdido meu juízo
Embora ele tenha sido sempre falho
Mas continuo louca como nunca
Amando sem culpa
Apenas na pureza do amar
Porque é tudo sonho meu
Comecei a juntar valores em uma sacola
Resolvi olhar para mim
Absorver todas as minhas culpas
Fazer desenhos novos de caminho
Porque tenho uma mania feia
andar em sentido contrário
Atravessando montes de tristezas
Encontrando cachoeiras de lágrimas
E céus de sorrisos que já lhe proferi
Dando um tempo para o que sou
Fiz uma bagunça enorme por aqui
Tentando colocar as coisas no lugar
Flutuei um pouco ontem
Hoje tirei o pó de minhas asas
Engoli alguns gritos
Soprei algumas nuvens
Cantei algumas rimas
Tudo isso para que você me leia
E eu possa voltar a tecer teias.

Amne

"Feliz aquele que transfere o que
sabe e aprende o que ensina."
Cora Coralina

31 de julho de 2008

Quando alguém me vê

Transparência

Porque é sempre assim
Me diminuo perto
Me contraindo longe
Por mais que tente
Pago sempre o preço mais alto
Julgamento
Simplesmente por que
Apesar de me mostrar tanto
Não desaponto
Só incomodo muito
Causo alergias
Questionamentos
Euforias
Lágrimas
Inquietudes
O que tenho é medo!
Depois inibo os ausentes com
esta minha boca feliz
que estiveram por aqui
Raros os que amam
Poucos os que ficam
Alguns que admiram
Muitos bradam!
Mais é sempre assim
No final minha pele
acaba perdendo água
Infelizmente não fui feita
Apenas sobrei por aqui
Continuo Transparente
Talvez por isso ninguém
me perceba!!!

Amne

30 de julho de 2008

Declaro

Declarações

Declaro agora todo o meu vazio
Tão rico de um tudinho
Órgãos ,anexos ,utensílios ,ferramentas ,pessoas,
questionamentos,sentimentos ,tijolos,lembranças,
julgamentos,perdas,empréstimos ,decepções,alegrias,
emoções,fantasias,experiências ,buracos e pedrinhas ...
D eclaro minha existência recente,passageira e um tanto
quanto inútil
Declaro minha beleza de traços e vontades,
Pretensões,laços,florzinhas e ventos perfumados
Declaro meu descontentamento fúria ,imperfeição ,
fraquezas e pecados,segredos e camuflagens...
Declaro meu dia solitário e meus entardeceres complexos
à esperar as noites povoadas de ambições perdidas.
Declaro com muita sutileza ,minha declaração de direitos ,
vontades e algum dever impropriamente imposto.
Declaro todo meu egoísmo à me proteger com vagas
letrinhas meio muito agrupadas,em ordem desordenada,
em pitadas de euforia ,amor,ódio,pesar,nenhuma idéia de
concretização ou justiça...
apenas singelas brutas declarações !

Amne

Meu dia

Chegou o Dia

Para falar a verdade, hoje minha naturalidade tristonha
Deu um pequeno lugar ao sorriso que tinha guardado na gaveta
Nossa! Meu corpo está exausto com a força que
fiz para abrir a janela e ver o sol , correndo contra a correnteza
Saudosista, cheio de ironia este dia.
O amadurecimento dos meus olhos
Faz com que acabe só hoje
Enxergando o longe...tão longe
Mesmo sem saber o que realmente eu sou
A rocha ou a flor?
Não importa.Acho que nem mesmo para mim
O meu pé está encostando até no chão...
O abraço pode até durar um segundo inteiro
As notas que dei para o mundo
Aquelas cheias de travesseiro
E o meu adorar as nuvens, hoje só hoje
Se encheram da gotinha da minha concretização
Dos passos calmos que resolvi empenhar
Aonde for espero apenas um sorriso
E a garra , a luta e um pouco de fé
Para abrandar meu amanhã...

Amne

Tudo que se sente

Esperança

Presta mais atenção
Quando meu riso chora
O mundo anda tão só
Em minhas vontades
Mas de qualquer forma
sempre se têm as cores
Talvez o amanhã consiga até crescer...
Quem sabe ele não brota?
Devíamos apertarmo-nos um bem perto do coração do outro
Talvez poderíamos até andar no vago chão natural
Natural o doce caminho dos ingênuos que sonham.

Amne

Acha que devo?

Evoluir para onde ?

Porque acabo por estar só criação
Sem falar nos delírios da cabeça
E do riso descarado
E da força que demonstro
Sendo quase que só pó mesmo
Quase que manto
Quase que nada...
Acham graça de meus anseios
Estando entre o acreditar e a realidade corrompida
De quem julga ser a evolução e o amadurecimento
Que eu deveria ter
A verdade é que a sensibilidade é quase que,
uma doença que acaba por
Nos tornar mutação
E o que eu, simples delírio solitário ei de fazer então?
Evoluir?
Ei é de rir da dureza dos tolos mascarados.



Amne

Pranto meu

Tantas


Noite passada fiquei esperando a lua cair do céu
Eu, meu coração de menina e aquela árvore perfumada dali de fora
Me sinto tão só ...só
E a lua ainda não caiu
A intenção era tão doce
Esperando você pela estrada
Lhe proferi tantos devaneios
Eu estava aqui comigo e as minhas paredes
Meus papéis e meus prantos
Mas singelamente nada aconteceu
Tudo isso porque sou assim cheia de coisas pequenas
Vagando pelos planetas imaginários de meus dias
Porque você anda deixando a doçura meio gasta
Já nem sei se bruxa ou fada fui...que sou, serei, seria
Me torno todos os dias
tento ser um pedaço de qualquer coisa
e mais dia que vêm assim para mim
numa brutalidade natural do universo
que anda muito a conspirar por nós
brinco de poeta nas tardinhas mansas e em noites vazias
este é o meu pouco a ofertar
sei que é bem pouco, pobre
só Deus sabe o quanto me custa meras palavras
Sóis ...chuvas cheias de alguma tempestade
e gotículas de areia fina
comecei minha dura vingança
agora desmereço as flores e suas cores

Amne

Um pouco de Melodia

Melodiosamente

Tem gente fabricando saudade para mim.
Assim há vista de qualquer um
Eu pensei em ser feliz chorando
Mas acabei mobilizando a massa contrária ao meu riso
Não tem jeito não... Porque sempre fui grande até mesmo quando era bem pequena
Porque tinha uma vontade enorme em ser uma versão melhorada de mim
Queria é que não existisse nenhum final no imaginar
Queria andar por aí dedicando rimas caras
Mas ando fraca em devaneios e alvoreceres
Ando libertando os pássaros e o teu andor
Andei respirando poemas
Pensei até em fabricar um samba para me fixar no tempo
Mas samba é sempre bonito
E eu? Ainda sou apenas eu
Então, tentei colar versos nas paredes
Fiquei rodando na chuvinha de palavras que bagunçaram todo o chão da sala
Tudo enfeitado de melodia...Tudo quietinho julgando meus pés bailarinos
Juntei todas as minhas melancolias e as bordei uma a uma
Assim a vida quem sabe fica um pouco mais colorida
Preciso de uma caixinha maior para guardar tanta saudade, papel e fantasias que dançam em minhas manhãzinhas
Vi as crianças perfumadas de vida ...Tantas faces para uma só moeda boa
Abracei as minhas quimeras diárias cheia de olhares tristes
As rimas ficaram mudas por causa da dor que andam me causando sem pesar algum
Brincando estão com meus sonhos
Tem nada não
As nuvens ainda me olham e apesar de tudo ainda tenho as flores.
Amne

29 de julho de 2008

Meu hoje

Personagem de hoje


Somos personagens
Enaltecendo tudo aquilo que não presta
Desmerecendo tudo o que realmente vale a pena
Cada decisão passa a ser
Simplesmente inábil
Dia após dia
Somos uma nova nação
De refugiados em nós mesmos
E acabamos por nos achar
Em um sorriso qualquer
Qualquer olhar alheio!




Amne

Apenas uma resposta ao poeta!

Resposta

A verdade se colocou na minha retina
Passando tudo tão claramente aqui dentro
Fiquei pensando o quanto voou
Observei a tua vontade se transformando em poesia
Fiquei sonhando que era até humano
Que talvez eu até pudesse pegar e tocar na tua alma

A minha verdade, costuma ser tão incoerente
Mas ainda é também vaga
E eu também crua

Observo tua vontade ao longe
Como pretendes a busca pelo chão?
Já que tanto te aplaudem
Você se sente só!
Talvez tanto quanto eu... mas ainda ousa o pilar
Daquele instante de cruz onde te exaltam

Somos é palavras, pouco nos resta mesmo
Triste combinação e sina esta a nossa,
daqueles que fazem do corpo a
Continuação da idéia e do sonho

Continuo a esticar meus braços até o céu
Tenta nem que por instantes tocar o chão
e voltar para a seguridade de nossas cavernas de papelão.
Só me apego as esperanças do dia.

Abraços aos braços meus e teus na imensidão da distância.

Amne

Presta atenção

Olha o que se fez

O que pretende afinal?Senão agonia? Sabe o tanto que me tem ajudado? Como consegue ter alguma idéia de dimensão? Talvez você tenha até percebido... E hoje zomba da minha meninice que não passa!
Parace que algo mudou.
Tantos dados, conceitos e ideologias que estavam na caixinha, agora estão pegando um certo pó.
Tanta saudade dançando no vento.
Descobri que o tempo não cura, também não aniquila tudo que tenho tentado sentir, andei achando é que ele é muito, muito cruel. Tenho passado os momentos solta no precipício, mas não há de ser nada.
Comecei a cavar a minha própria superfície, em geral chego onde ninguém vê.
Abaixo tem tanta coisa ...o nosso elo invisível continua aqui guardando segredos.
Parece que aconteceu uma intimidação real dos fatos.
Mas também não há de ser nada, muitas vezes torno pura intimidação, acabo que não percebo os atos tão falhos meus.
Continuo inutilmente, apenas não me dei conta desta, como eu posso dizer...proximidade?
Ultimamente o que mais tenho guardado são os pedaços de fuga.
Porque para mim o que é importante, é bem pouco visto de longe.
Nem ira crescente, nem mesmo distância que anda tornando a vida sem cor!
Não tem como, espero cada fração do mísero segundo para ver se algo acontece, decifrando tudo que é migalha, crio fantasias que sequer estão aqui, nesta presente história.
Então me sinto tola , querendo virar o mundo ao contrário.
Apenas os problemas continuam no seu plantão diário. Minha teimosia com a vida, as dores vem e vão, eu as devoro numa ânsia com o amanhã.
Quero apenas estar por aqui, ser , tornar...
Ando blefando, tamanho medo de me mostrar, falaram do meu estado “mutante”,sorri.
Fugi novamente deste tipo de tom.
Sou eu apenas, um pouco, muito...cheia de irregularidades cruas, puras, incontestáveis.
Por que na realidade as possibilidades são mínimas, fiquei pensando o que é realmente palpável ?
Talvez apenas olhares o sejam, são pelo menos um pouco mais verdadeiros, não é?
Em geral tudo está tão quieto, na realidade, eu paro o mundo, cada vez que olho.
Apenas não contei antes, para não desmotivar o riso.
Espero não ter sido conservadora em demasia.
Andei inclusive fazendo mágica. Até fiquei transparente, você acredita? Claro que acredita! Hoje passou por mim, dentro de mim, sequer percebeu. Fiquei tão chorosa no meu vazio transparente... chovi por dentro, ali estática.
Não há de ser nada, acabo virando também cicatriz.
Doces os inquietos, andam a afagar o que restou depois que me furtaram a vida.
Sabe, parei de sonhar!
Só não conte à ninguém , sonhar chega a ser imoral..
Ando tão preocupada, olhei meus pés, vi que viraram pedras!
Aí sim, de chorosa virei foi choro.
Mas existiam lágrimas não... não as admito no meu tom árido, só solidão caia no rosto cheio de sentimentalismos baratos.
Não fui embora, estou aqui como sempre!
Talvez acabamos por escolher nosso caminho.
Sinto sua falta!


Amne