25 de julho de 2010
O tempo
E as entranhas se modificam com seus átomos descrentes
Sinto a pele mudar
Sinto alma expandir
Sinto.
Minha mão tem outras linhas
Os sonhos ganharam até aspecto
A face não é nem de longe a mesma
O recheio todo se modificou
nem pareço mais comigo!
Amne
Conversa
23 de julho de 2010
Lástima
Percebi com o tempo,
que no mundo real
é tudo de mentira...
Percebi que sempre que
algo começa, é porque está próximo
do fim.
Que ninguém é integral
quando diz ser só verdade.
E por fim
que nem sempre vale a pena
se mostrar integralmente.
Até dá uma tristeza na utopia
dos crentes
Dos amantes
Dos poetas
Lastimável...
Amne
22 de julho de 2010
21 de julho de 2010
Ops
Ando falando baixinho
O ser me torna só.
Mesmo eu não sendo absolutamente nada.
Um ácaro na atmosfera dos fiéis
Um pólen do tipo comum
Chega que dá um nó no medo do dia.
A sutileza insana de não perceber as cores
A fragilidade mundana de nada ver
A volta da idéia torta
A vinda da falta de alguém,
quase desconhecida.
A ida de tanto sentimento...
Via vento.
Por isso, não penso mais no nó...
Na dó.
Na dor que morava no escuro
e abriu a janela.
Penso em acaso!
Amne
20 de julho de 2010
Florbela Espanca
Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só...
Florbela Espanca
19 de julho de 2010
Perdão
Tem dias que acordo perdoada
Tem dias que não perdôo ninguém
As vezes as lembranças transbordam do corpo
contrariadas, infinitas...
Teimam em ser perdoadas
Mesmo não tendo sequer existido.
É difícil falar sobre desconhecimentos
É dificil perdoar nossas próprias falhas
Pouco sei de heroísmos
Sei-me apenas de mim
e minha intensa mania
de guardar tudo no bolso...
Perdão, hoje reservo-me o direito
de nada saber sobre o assunto...
Parece que feriram-me em demasia...
E falta perdão pra esta gente.
Amne
18 de julho de 2010
Sobre minhas verdades
12 de julho de 2010
Eu não sei o que virá
Devir
Eu queria ter muitas vidas
Um punhado de areia nos bolsos
Eu queria que todos por instantes
conseguissem poetizar a vida
Nesta experimentação quase abstrata e utópica
dos sonhadores...
Eu queria matar lembranças com meus suspiros
numa resignação que o tempo leva
Como aquelas bandeirinhas que enfeitavam a praça
nos dias de sol
Poderia querer finais
Mas ainda anseio começos
Não tenho forças nos braços
pra calar o que sou e o que sinto.
Não sei disfarçar muito bem...
Amne
11 de julho de 2010
You
Tantas as gaiolas mágicas e seus pássaros sem asas
(Em silêncio)
Sem silêncios.
Nunca mais corra no caminho que desconhece
Nem por um segundo qualquer.
Dance delicadamente entre as mãos do agora.
Porque é noite mais uma vez.
E nas noites poucas são as cores
Em olhares tão perdidos,
quanto os meus.
Esta incompletude de quem guarda universos.
Esta quietude da sabedoria do sentir.
A contra mão do tempo eterno.
Nunca mais falarei dos verões e suas noites quentes.
Talvez, um dia eu escreva noites quentes e suas brisas do mar.
Hoje digerindo o último ontem.
Porque no fundo o todo mora na gente...
Amne
10 de julho de 2010
Sobre laranjas
Duas pantufas azuis bordadas com uma borboleta cada, o lado direito tá mais gasto, devo mesmo pisar torto.
Fiquei bom tempo sem tirar o velho pijama de estrelinhas , e a xícara parece que amanheceu mais uma vez em minha mão.
Pessoas e situações,e dentro de uma única manhã.
O que é bom, quando se mora sozinha, é mesmo escutar o toc toc da porta, é sempre sinal que alguém se lembra de você.
A vizinha do apartamento da frente trouxe bolo de banana.
Cheirando caramelo com canela hummm...
Andei escutando música latina.
Revendo rostos familiares de antes do agora.
É aquele negócio de forjar lembranças pra velhice.
O mundo é muito legal.
Tenho uma amigo que está surfando na Indonésia,
outra que acaba de sair da Tailândia.
Fiquei sabendo hoje, que tem um que vai mochilar pela América,
como fez meu pai há tempos, lembra?
Fico pensando que significa um sonho? E que isso pode ser até ser um detalhe num fragmento de um sorriso de alguém...
Tocou na maçaneta a menor mão do mundo agora há pouco, a saudade sempre fala mais alto, nestas coisas de mãe e de um menino.
O mundo é mesmo muito legal!
Aí vem aquele sotaque de filho, e um abraço demorado como quem cresceu milésimo de centímetro nos últimos dias...
Apesar da tosse, que não me deixa nem por um segundo tem tempo, e eu estar aparentando à sutileza de um elefante por conta do estado “catastrófico” degenerativo do meu pulmão, vou bem obrigada!
Comecei a ler aquele livro que você me emprestou, no começo estava preocupada com o fim, hoje queria voltar e começar a ler outra vez.
Estive vendo a esquadrilha da fumaça aqui na minha cidade, os caras tem mesmo muita coragem sem falar na precisão...
Se bem que se fosse eu com o meu na reta dando pirueta no ar, também pensaria até pra respirar.
Mas deve de fato ser muito legal rodopiar lá em cima...
Por segundos eles devem ter a sensação divina do poder e da liberdade.
Estive conversando com o homem laranja, e escutei que estou melhor, fiquei mesmo fortalecida.
As feridas curam de dentro pra fora.
As pessoas nunca sabem quanto vale um olhar pro outro , e articular observações, daquelas do tipo que nos fazem bem.
Fizemos mais reunião poética, cada dia me convenço mais da loucura que cerca esta gente.
O mundo é mesmo muito legal.
Andava tristonha comendo bis com coca, no almoço e no café.
Tem três dias que como arroz com feijão.
A gente melhora é mesmo de dentro pra fora!
A gata cresceu como meus últimos objetivos.
E por incrível que pareça, até pra mim, existe alguma luz neste túnel.
Será que eu agüento?
A bem da verdade é que só se vive, vivendo.
E as escolhas estão aí, como os sorrisos, as lágrimas e até as caixinhas cheias da mais genuína e inesperada surpresa.
O mundo é mesmo muito legal...
Amne
9 de julho de 2010
7 de julho de 2010
Sabedoria
6 de julho de 2010
La Vie En Rose
Fazia tempo que não acordava tão infinita
parece que nunca estive tão bonita,
nestes últimos cem anos...
Tenho a séria impressão que não perdi os tempos passados.
Ganhei foi sabedoria pros que virão!
Poucas vezes em minha vida me senti tão minha, tão bela e tão passageira...
É certo que nada entendo de caminhos.
Amne
5 de julho de 2010
Tudo
Parece que a emoção estourou as comportas
A liberdade tem um sabor de vento
Pois eu não sabia que conseguia abraçar o mundo
Eu vinha tecendo flores na seca
Em dia que fazia sol quente
Não tinha idéia da agonizante matéria
que jamais se decompõe
Talvez apenas agora eu entenda um pouco sobre tardes frágeis
Agora eu penso mais no amarelo
E não confirmo mais coisas que tanto sei
Eu hoje nem caibo mais em mim
a Liberdade me Toma
me move,
me esquenta...
Tenho bem menos medos
Hoje em dia, fico inventando emoções pra amanhã.
Qualquer hora deixarei de caber nesta terra!
Amne
3 de julho de 2010
Parabéns FILHO!
2 de julho de 2010
Vendo-me
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