18 de junho de 2010

Apesar de tudo


Tenho um gosto diferente...
Gosto dos emaranhados!
Aí fiz eu uma listinha tentando resgatar sensações.
Fechei meus olhos...
Aconteceu aí uma tremenda preparação.
Aquela coisa de sentir o sentido que passa todo dia por nós.
São momentos frágeis que forjam os gostos da gente:

Gosto tanto do barulho da chuva, aquele momento que a gente abre o olho no escuro da madrugada e chove...e aí é só voltar à dormir, pois o céu está sendo lavado. Parece que até o suspiro do sono sai mais molhado...
Gosto daquela ansiedade, daquele pedacinho de segundo, entre a boca e o brigadeiro.
Gosto mesmo é do calor do sol, quando a gente senta pra escutar o tempo... à tarde, logo após o almoço, num domingo... e “tudo parece que faz tempo” como diria aquele poeta que eu também tanto gosto.
Observar as pessoas também é muito bom, eu gosto de ver nelas suas manias, seus sonhos camuflados, quando elas mudam de assunto meio sem graças na tentativa de esconder quem sonharam ser.
Gosto de sentar feito índio, com uma pantufa surrada no pé e um copo de chá em uma das mãos, escutando música do tipo calma, pra divagar meus próprios sonhos e encobrir meus pesadelos.
Ai, eu gosto tanto de parecer paisagem... quando meu corpo reclama com minha alma esta movimentação aleatória na minha vida.
Gosto de conversar por horas assuntos trazidos no bolso de alguém, meio gente, meio corada...sem jeito quando por motivo barato repararam meu tom.
Gosto das curiosidades do dia, quando no chão tem caminho de caracol, mesmo eu sabendo que ele já passou faz tempo...
Prefiro os filmes antigos com amores utópicos o bastante pra nos tocar...
Me emociona a orquestra caipira, e aquela fusão original que bagunça com o íntimo da gente.
Eu sorrio por dentro quando alguém ao meu lado sorri de verdade, se enrrugando ao ponto de seus olhos não lembrarem de nada por instantes.Quase um instante inteiro!
O som do piano me acalma...mesmo quando abandonei as aulas...
O barulho do mar me faz bem, e aquele caminhar ligeiro das tartarugas bebês correndo pra vida. Na construção de suas histórias na água.
Eu quase escuto o pôr do sol todo dia...
O vento tem sua diferenciação notável ao carregar meus carinhos, mesmo que os destinatários mal saibam das delicadezas assopradas na ventania do vento passando por mim...
Gosto de bolo quente! Ele exala fumaça com cheiro bom...
Eu quase flutuo ao beijar as pálpebras pequenas que sonham coelhos de nuvens, e suas mãos gordinhas, finas e não acabadas de criança.
Me agrada os mais novos, muito mais novos, e aqueles que se opõem ao tempo, sempre se aprende com eles...e suas mãos já gastas.
As vezes parece o mundo ser tanta coisa pra se gostar...apesar de tudo!
Amne

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