23 de junho de 2010

Quem inventou o amor, explica por favor...




Descobri que não sou moderninha.
Calma que já explico!
Hoje em um papo bom com uma amiga, aliás, esta semana inteira as palavras amor, paquera etc, rondaram os papos, parecem que existem épocas mais propícias pra isso...pois é!
Andei “rindo” muito, das pessoas, das situações ...e mais, das percepções que cercam este universo hoje.
Eu meio gasta, e fora do “mercado” tem um tempo, não tinha idéia de como a coisa hoje anda “descambada”...hehe...pois é!
Que medo...que engraçado...que pena...
Chega ser mesmo assustador o amor ou a falta dele. Esta coisa esquisita que chamam de relacionamentos hoje.
Escutei que existe até “sexo casual com todo respeito”...a gente escuta cada uma?!?
Tudo bem que hoje a liberdade é também a maior amarra, no campo incerto onde ninguém se joga por inteiro...coisa de hoje em dia.
É tanta a liberdade que a gente nem sabe o que fazer com ela, e se frustra!
Renato já escrevia destas coisas “esbrumelengas” que nos incomoda na barriga:

“Enquanto a vida vai e vem
Você procura achar alguém
Que um dia possa lhe dizer
-Quero ficar só com você
Quem inventou o amor? explica por favor... “

O amor hoje tá difícil, tem hora, email ...rede social.
Pobre é o amor.
Tem que ser belo, falar direitinho, nem defeito, nem desajeitos com os defeitos da gente...ninguém anda mais de mão dada, coisa mais esquisita que eu já vi. Tem que saber se comportar na frente dos amigos. Sem essa de espontaneidade pelo amor de Deus!!!
E pra amar hoje , nem precisa gostar este tantão todo não, um pouquinho e pronto.
Tem que ter a medida certa, e estar em dia com padrões.
Não pode ter mania, inha ou vinha! Tem que ter carro pro passeio ( hoje em dia, ninguém mais anda à pé...as pessoas estranham até o vento, coitado)...
Tem que ter gel, e falar pelo menos duas línguas.
Tem que ter cheiro caro e dia vazio.
Não pode ligar muito, mas se não liga ... bom, aí “esta moça não quer nada sério”.
É dum fingimento só, o amor de hoje em dia, é um tal de “ser de alguém”.
Ser? Eu preferia a época que a gente “era” de alguém...a modernidade brinca demais da conta com os verbos desta língua que vos fala.
É um tal de não mais se conversar...por isso gosto da chuva, é uma boa desculpa prum papo legal, sem TV, rádio ou novela.Pro cafuné em silêncio, quando se ama o silêncio mas de forma acompanhada.
Falta “combinação” pros carinhos, e carinhas e seus bicos!
Falta compromisso com a felicidade dos demais e com a nossa também.
Hoje é só uma noite, e mais um tantão de vazios pra se colecionar.
Que graça que tem, nem ser assim de alguém?
Pois é, chegamos na feliz frase apreciada por alguns “ Ninguém é de ninguém mesmo”, temos a maior solidão de todos os tempos.É pra se "penar" com mãozinha na testa de tamanha tristeza.
Mas quem aí que você conhece quer mesmo ser de alguém?
Pode ser perigoso, o ministério da brejeirice adverte.
O amor hoje não tem tempo. Não tem vento...nem pôr do sol.
Pobre do amor, que sofre um risco pleno de extinção.
As pessoas não amam as pessoas...elas competem entre si, dizendo-se perdidamente apaixonadas.
Mundo moderno, onde se compete até com quem se diz amar...
Acho que ando cafona demais, pensando em redes (mas nas de pano...), com fruta no pé e pé sem roupa.
...Ah, parece que não existe momento dentro do passado que vivo, que mostre esta solidão instantânea que se propaga no ar, quando conhecemos alguém hoje em dia ( mas só neste dia).
Sei lá, deve faltar versão 2.0 pro meu coração que é vagabundo e continua querendo guardar o mundo em mim...
Ando preferindo minha própria companhia à solidão acompanhada...
Devo ser mesmo esquisita.Dizem que não sou daqui.
Sou do tipo que escuta Noel...Que coleciona fita amarela gravada com o nome dela...Que não quer alma ensangüentada, nem choro nem vela...
Prefiro aquelas "bobices" tolas, como um bom e velho veneno no olhar de lado, com certezas de sorrisos promissores.
Aquele falar arrastado pra conversa durar um bocadinho mais!
Tenho um amigo que quase tem um derrame cada vez que o celular toca, ele pertence mesmo à namorada dele. Tenho uma vontade de rir, com graça e com pena.
Ao observar ele tremendo, explicando que o dia dele foi bom, e que foram ao todo 236 suspiros de amor...O amor pede satisfações!
Será que pra se amar é preciso tomar parte da vida de alguém?
É um tal de criar distancia.
Porque não se fazer parte junto?
Pena que tem coisas que só a vida ensina!
Penso que gosto do sotaque que o amor cria, a voz parece boa e deve ser assim todo dia.
Amor de verdade ao que parece , fora filmes, odisséias e poesias...deve ser este que encontrei ao chegar em casa hoje, e deparar com a gata com o cuca que é puro chiclete...ri sozinha do amor do tal menino, que só por hoje vai dormir perdoado.
Enquanto a pobre da gata cheira Tutti Frutti por uns dias...
Falta-me modernidade pra chipar a gata, ou o menino.Aprendendo que ninguém mais “junta” escova de dente.
Todo mundo acorda em sua própria casa nestes dias tão normais.
Coisa mais esquisita estes amores modernos, não é minha amiga?
Amne

6 comentários:

Uma menina... disse...

Esquisito né amiga?? Já diria mais ainda Renato: "e hoje em dia... como é que se diz eu te amo?...", será que é como o que eu penso que se diz?? Pena...

Vanessa disse...

E eu que parei no meio do espediente e li...

ainda bem que o fiz...


Ando preferindo minha própria companhia à solidão acompanhada...


lindo Amne....

sei lá...vou ser egocêntrica e axar o texto a minha cara tbm...

bjoo amiga talentosaaaa

Silvio Matos disse...

E, Por Sermos... Amores...Amados...Amantes...Amigos.
Tudo Dito, É Verdadeiro
E Por Sê-Lo, Devemos Seguir
Como Mandamentos Imperioso À felicidade...!!!!!
Beijos...!!! Abraços...!!! Um Cheiro...HHHUUUMMM...!!!!

Rodrigo Bentancurt disse...

Poetinha, texto maravilhoso tanto na escrita quanto no conteúdo. Ou seja, ele próprio é o amor, a junção da forma, carinhos, beijos, desejos, com o conteúdo, saudade, vontade, companheirismo, também desejo!
PS: concordo!!!!

Stela Up° disse...

"...as pessoas estranham até o vento, coitado."

Restou somente nós, para nós mesmos, Amne. Ainda não sei se é uma pena.

Também me sinto vazia. Mas o amor é totalmente fora de controle.

Marcos disse...

não entendemos bem
a grande verdade: ninguém é de ninguém.
Esquecemos que a gente só é de verdade
Quando se dá pra alguém.