18 de junho de 2010

Deixa pra lá!



É um tal de não nos conhecermos.
É um tal de sermos qualquer um...
É um tal de não ter coragem...
Ai credo!
Tenho medo do que nos tornamos.
Parece que promessas podem ser vagas...
Isso é tudo?

Amne

Luto póstumo!



Sempre chega a hora em que descobrimos que sabíamos muito
mais do que antes julgávamos.José Saramago - *16/11/1922 - +18/06/2010


Hoje estou mais triste...
Menos gente, por perder um pouco de Saramago...
Amne

17 de junho de 2010

Minha flor


"Dentro do quarto escuro onde vivia
a menina ia.
No escuro nada sabia,
da luz da janela dela."
Amne

Dói doendo doente todo dia desde ontem


Vai doer um pouco mais
O dia que não chegou
Um doente desde o nascer
O dia de ontem...

Dia dói diariamente
Já nasce doendo o dia
de amanhã!
Amne

15 de junho de 2010

Pássaros noturnos


Tem dias que quando anoitece
Pássaros se recolhem mais cedo
Pra deixar a noite pra mim
Os pássaros sentem pena
Em especial as segundas-feiras

O novo do velho ser
Diante do olhar curioso
Mostrando esperanças maltrapilhas
Até similaridades cotidianas acabam dando as caras

Boa sensação pra um dia qualquer
Numa noite pontual
Em especial as segundas-feiras...aquelas...
Digna da pena dos pássaros.

Amne

14 de junho de 2010

Vou indo obrigada!


"Vivemos esperando
O dia em que
Seremos melhores
(Melhores! Melhores!)
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo..."

J Quest

Crítica Social


A modernidade me assusta.
Existem "amigos" que só atendem em horário comercial. (rs)
Amne

Changes

"Simplesmente parece não valer à pena."
Amne

Juízo Profano


" A dimensão do mundo
Acaba sempre quebrando-me ao meio
A verdade anda abstrata demais."
Amne

13 de junho de 2010

Sinto tanto



"Me sinto tão só.
Me sinto tão inacabada...
Me sinto. Me sinto.
O mundo me dói."
Amne

Ai ai



"A gente demora pra perceber como perde tempo sem fazer exatamente o que queria...a gente perde tempo sendo menos feliz..." Amne

11 de junho de 2010

Na Estação


Leve,leve
Tal qual a semente de uma pluma
Gasta no tempo
Inebriada pela vida
Sigo cantando só
Pela estrada de girassóis atentos
E você não sabe se vai
Se fica
Nesta inquietação infantil
Neste teu momento de sorte
Nesta tua jornada interna
Talvez viver seja um misto
Esta coisa engasgativa
Meio gasta
Meio doida
e doída...
O espaço entre o pouco
Um tanto
E tudo aquilo que foi...
Amne

Rebeldia


Nem de pecados sei
Sei-me aqui do presente
Não peso mais estações
Deixei de crer no tempo
Também não olho pra traz
Tão pouco vejo amanhãs
Parei de brincar com as horas
E jogar dados
Não olho mais para o céu
Tão pouco tenho raízes
Fiz morada no mundo
E cortei o cabelo outra vez...
Amne

10 de junho de 2010

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma...


Paciência
Composição: Lenine e Dudu Falcão


Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...
Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...
Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...
Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...
Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...
A vida não pára..

6 de junho de 2010

Bem longe


Andando numa confusão do íntimo
com a dor do caminho chorão.
Andamos filosofando o desconhecido.
Ter planos, não tê-los.
Aquele caminho que não quer seguir.
Correu demais que se cansou.
A volta pela estrada vazia
O fim do nosso começo.
Uma vontade contra o desapego,
da chuva daquela janela.

Mais uma tarde em maio,
mais uma vida em meio segundo de espera.
A sensação inexplicável do agora,
Brotando diante o esquecimento da alma.
A importância de se ter um quintal,
Onde se cultive vida.
Ninguém imagina...
o que guardo sob à pele.
É muito mais que um comer-me e beber-me
São coisas miúdas, que descansam num mar.
É um vôo que morre devagar como à tarde.

Somos nós achadouros de felicidade.
Amne

.

2 de junho de 2010

Dando o troco em balas



Chegue bem perto, mas não muito.
Esta deva ser alguma advertência pros inocentes.

Fique por perto, mas corra devagar...
Faça parte, mesmo indo embora.
Pois isto também faz parte.

Seja feliz, mas não divulgue.
Aliás, divulgue em doses bem pequenas.
Seja triste, de forma que só você saiba, mas nunca chore.
Aliás, chore as vezes, regue as plantas e tua alma.
Só não as encharque.
Desenhe mais sóis.
Decore as luas e a ordem das estrelas.

Se apaixone, mas bem pouquinho.
Paixão passa...
Não fique tão longe, embora sinta saudade.
Se envolva, e em cada detalhe.
Isto é bem importante.

Saiba se despedir, mas que sejam segundos apenas.
Jamais arranque alguém da memória.
(Há não ser que realmente não valha nem à memória!)
Viva pacientemente todos os dias.
E procure qualificar os detalhes, conforme as marcas deixadas por quem passou.

Quero apenas que saiba que ainda me lembro,
e continuo pedindo o meu "troco em balas".
Amne

29 de maio de 2010

Não aguento isto


E vem uma força, uma tempestade,
uma coisa que estraga o momento tênue
que ia tão bem...
Até virar poesia.
Mais ou menos,
da forma que todo o sentido
fosse mesmo dono de alguma palavra.
Não aguento.
Isto me assusta!
Amne

Um dia



O mais provável é que nem mesmo
eu consiga compreender tudo que sinto.
Amne

Coisa de poeta, coisa de amigo.


Poça d' água

"Se pensas que ninguém te pensa, estás enganada.
A luz reluziu e vi nos teus olhos
o caos.
Coloquei, então a frenética liberdade
de te conduzir.
Em frente avistamos um rio, pedras, o sol.
Esta imensa solidão passa.
Como a chuva que cai e se faz poça dágua
sob nossos pés". Beijo, Amne lindinha...

Do meu amigo e poeta
Nestor Lampros

25 de maio de 2010

Quanto custa?


Surpresa na vida.
Parece que fizeram uma bagunça nas cordinhas que guiavam a marionete aqui.
Lembram-se que certa vez falei que minha vida é norteada por novidades?Pois é...Todo dia algo acontece.E mais...toda noite algo acontece.
Deus brinca mesmo com a gente. Pra sair da rotina, pra mudar o foco, pra embelezar a vida e ensinar pormenores.
Pormenores? Pormaiores.
A gente leva cada susto, se agita e ao final...
Bom, sou parecida com quase todo mundo, mas com histórias bem diferentes pra contar.
E não é que a vida é mesmo surpresa.
E quando a gente menos espera...mais uma, vez por outra, mais outra!
Se bem que não deixo mesmo passar nada! Fico quieta, com meus olhos ainda maiores e mais atentos, as células sensoriais sempre em pleno funcionamento.
Assim dá até pra sentir tudo, olhar pra tudo e mais do que tudo, guardando cada sensação dentro daquele meu velho baú de histórias.
Parece que tudo fica com cheiro de pitanga no pé...
Tudo isto pelo parco preço de um suspiro pela manhã, mais 24 gotas de poesia dosadas ao longo do dia.
Imagens que falam à distância, comunicando-se entre si.

Amne

19 de maio de 2010

Lá no Pico


Quanto prazer existe em não se dizer nada.
Andei passeando nas nuvens, contando histórias sem métricas, andando descalça no chão...
E lá bem perto do céu percebi, a delícia de se deitar no chão.É de uma complexidade não ser nada por instantes.Tendo a paz de uma planta ao sol da manhã.
As pessoas sobem nos picos da vida e acabam "sendo" demais.
Existe tanto prazer no silêncio de nada ser.
De simplesmente não ser nada relevante...
O riso quando não se é nada, tem até sabor diferente.
As grandes coisas da vida, as coisas mais simples exigem silêncio e labor.
Muitos segundos são necessários quietinha pra se ver estrela cadente...
Parece que tempo suficiente pra se fazer um pedido.

Amne

"Não se volta se a meta é a estrela"


Aí a vida muda.
Sabe aquilo que eu chamava de "Fenômeno da minha existência"...então...
Passou à ter como pilares coisas bem pequenas, as menores coisas do mundo.
Grãozinhos de areia, o vento, estrela cadente ou talvez apenas ficar dois minutos inteiros com os olhos fechados sentada no sol.
Andei sacudindo tanta poeira do meu corpo, que minha alma andou amanhecendo mais leve. O que eu tinha como conhecimento armazenado, era quase um pólen comum, com o tamanho de um pulgão.
Não na mesma intensidade, é bem verdade... Mas acredito que perder, largar, afrouxar e desapegar das estruturas é bom... Acredito que é o tipo da coisa que faz muito bem obrigada. E faz bem, ou faria, pra todo mundo, embora de fato a estagnação é bem mais cômoda.
Agora lembrei daquele desenho tão lindo “Up -Altas aventuras”, quando o velhinho se vê obrigado à jogar fora um monte de coisas que para ele eram realmente importantes. Reavaliando sua própria vida, ele percebe que o relevante nos deixa marcas no corpo, na alma e claro... no coração.
Ando pensando muito em minha vida...Pensando no que tenho feito com minhas marcas. Ao que parece o pensador tem razão:

“O importante não é o que acontece...e sim o que a gente faz do que acontece com a gente.”

Dia desses algumas pessoas insistiram no fato de que eu deveria imprimir minha história em páginas branquinhas.
Pensei fração de segundo, e cheguei a conclusão que tanto por fazer tornou minha meta principal alcançar estrelas.
Sigo pensando.
Por enquanto, nunca gostei tanto de plantar sementes em algodão.
Amne

7 de maio de 2010

"Se você não pode ser forte, seja pelo menos humana!"


Demorou para eu compreender destas coisas tão maiores, então fiquei avaliando como sempre me apaguei aos despropósitos. Com um olhar atento ao ciclo de vida das lagartas.
Difícil entender, mas sempre me compreendi melhor nos silêncios, obtendo solidões aos pedaços.
Amplificando as pessoas, com meus sorrisos tão instáveis, capazes de variar ao vento do dia.Coisa que todo mundo faz...e ninguém se permite.
Parece que nunca esperei amanhãs como tenho buscado o agora.
Tem dias que me sinto tão só...
Tem dias que a mutação me toma, em algumas tardes tão cinzas.
Andei lendo sobre a metafísica do amor e suas improváveis variantes.
Parece que hoje sinto a dor do crescimento.Como a agonia de uma semente de feijão, presa em um copo plástico com tampa dentro de um quarto comum.
Aprendi, dia desses, onde trabalho que as pessoas podem ter cara de peixe.E que se o abraço for forte, forte mesmo "chega acelera o peito".
Outro dia estava fitando paisagem mínima, daquelas que encontramos nas garrafinhas de areia colorida.
Hoje em dia vivo desertos e quase não escuto mais sons, daqueles...sabe? Som típico de passarinho logo cedo.
Ando cansada, e a revolução interna é a revolução contemporânea que mais me assusta e preocupa.
Sempre achei quinas coisas complicadas demais.Por isso queria me transformar em um reflexo dos lugares onde me sinto bem.
Embora eu tenha a impressão que a janela do meu quarto guarde tantos infinitos, tantas eternidades...
Acho que mais uma forma que encontrei de dar unidade ao destino.
E assim falando do que eu não sei, sempre me indisponho com o universo.
E os dias somam.
Parece que sonho é mais real que a vida.
Muitas vezes a minha vida parece teimar no começo, outras vezes ela parece já ter morrido faz tempo...
Continuo sorrindo tristezas, vendo invisibilidades e escrevendo.
Parece que não estou apta pra conversar!

Amne

2 de maio de 2010


"As coisas que não têm nome são mais pronunciadas
por crianças."

Manoel de Barros

24 de abril de 2010

“Só sei que nada sei”


Tenho uma professora que do alto de sua vasta sabedoria se mantêm em pleno estilo Socrático.
Parece que os seres favorecidos encefalicamente tendem a este comportamento.
Cá muito entre nós, ela é basicamente um “mestre do magos” pós moderno, para cada pergunta, ela solta outro questionamento mais abrangente, e sinceramente some atrás de alguma pedra... deixando-nos lá com cara de paisagem, com cérebros super aquecendo nas noites e dias vindouros.
Andei pensando novamente em questionamentos nada saudáveis pro momento, eis que deparei com Sócrates em sua conhecida frase de Orkut :“Só sei que nada sei”.
Sabedoria condensada em uma única e singela junção de símbolos, tão bem codificados em seu pleno e abrangente significado...e há um baita tempo por sinal...Antes, bem antes de Jesus já tinha gente sendo condenada por defender a Verdade.
Vamos simplificar a coisa, se é que dá pra agir sem comportamento “Mestre dos magos” nesta situação.
Hoje buscamos tanto tudo (que em geral é nada ...coisas vazias), que perdemos a capacidade de compreender a Verdade das coisas. A tecnologia, a evolução social tem mesmo nos prendido sozinhos dentro de nós, e por alguma razão “alienígena” estamos perdendo a capacidade do questionamento.
(Aquele comportamentozinho que o cara tanto gostava, e a minha professora também hehehe)
Bom, a bem da verdade é que hoje deixamos que questionem sem questionamento algum, as respostas que buscamos, então as encontramos prontinhas em algum lugar do Google.
Não lhes parece legal, mas é isto mesmo.
Enquanto uns tomavam cicuta pra defender posicionamentos e questionamentos a gente tem a postura do “Hã, é comigo...ah deixa pra mais tarde.Eu acredito em qualquer coisa, desde que eu não tenha que pensar muito”...e enfiamos goela abaixo, e só.
Não estou filosofando, estou buscando algo ou se preferirem: estou fazendo uma investigação cega sobre os desdobramentos das coisas que me incomodam, paradigma bem meu.
Parece que estou filosofando.
(rsrsrs...depois não entendem quando cito o Batman, e sua frieza inglesa diante de um precipício...)
Como eu ia dizendo...evolução do que mesmo? Dos Homens? Parece que não, ainda matamos quem pensa, no mínimo limitamos seu conhecimento.
Vejam a situação das mulheres muçulmanas.Bom, aí terei críticos colocando que é uma questão cultural, eu prefiro pensar que é uma questão humanitária.Moramos todos no mesmo planeta ou não?Porque quando acabar a água seremos de fato “todos seres humanos” ...?E gente é feito tudo igual. Carne, osso e algum sentimento.(Que dependendo está no cérebro ou n’alma...)
Parece que o filósofo já sabia das coisas :
É melhor morrer defendendo uma vida justa à viver inverdades!
Porque é só através da verdade e da justiça que se evolui verdadeiramente.
O cara já falava da importância de nos conhecermos, mas nós altamente contemporâneos achamos bacana é camiseta com filtro solar...
Quando será que chegaremos em algum nível razoável de sabedoria?
Onde nosso eu, nossas verdades e paixões nos dêem coragem de tomar a cicuta da vez?
Estando nós antes de tudo, valendo cada gota de nosso suor, fazendo questionamentos e considerações internas valer o veneno do auto conhecimento.
Sócrates disse:

“A maneira de se conseguir boa reputação reside no esforço em se ser aquilo que se deseja parecer.”

Conheço gente moderna que diz:

Se a tua consciência está tranqüila, que se Foda a tua reputação!

(graças à Deus existem pensantes sobre esta Terra, em números restritos de fato, mas quase se enche um mão inteirinha RS). Mas ao que parece ainda hoje a maioria segue o que o mesmo pensador observou no comportamento humano, somos embalagens ambulantes sem conhecimento algum sobre a terra , nossa reputação do parecer vem antes inclusive do direcionamento de nossas vidas. Nos tornamos só isso?
A importância da liberdade do pensamento, do auto conhecimento só me faz pensar que existindo a falta deles nos tornamos escravos de nossa ignorância, covardes e sem confiança em nós mesmos.
A importância da sensibilidade dos poetas, a particularidade de ser como se é, a essência individual e a verdade são hoje banalizados como na Grécia já o era...
O processo lógico de evolução pecou na demora, nossas mentes (que tão pouco conhecemos) só serão livres e plenas, quando nossa mente for no peito, defendermos nossas verdades e crenças, e termos pleno domínio de cada compartimento nela guardada...haja boa vontade, aplicação e esmero.
Do contrário só tomando cicuta, ou sendo o Batman.
Amne


Obra: Dali "Premonição"

Despedida


Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces ? - me perguntarão. -
Por não Ter palavras, por não ter imagem.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras ?
Tudo.
Que desejas ?
Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação ...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão !
Estandarte triste de uma estranha guerra ... )
Quero solidão.

Cecília Meireles

Observação II


"E você, meu amigo galvanizado, você quer um coração?
Você não sabe o quão sortudo és por não ter um.
Corações nunca serão práticos,
enquanto não forem feitos para não se partirem..."
O Mágico de Oz




Imagem: Grafite em SP

23 de abril de 2010

"Paris, 1957"

Hoje somente hoje, passei em um sebo.A casa continuava lá esperando gentilmente sua arrumação. ( Pobre casa, tão tola... )
Entre o pó e o nó na garganta, entre o espirro da vez, eis "Vinicius" ali, todo para mim.
Entre o amarelado já gasto das folhas velhas de um outono qualquer
( E digo: sem capa alguma!).
Ali parado no minuto imóvel da minha existência.
Ei-lo datado "Paris 1957", como de fato deveria ser.
Nascera em julho o tal poema.
Feito de forma cuidada com uma dor quase melancólica em sua totalidade.
Fora publicado em 1983, bem próximo de minha vinda para esta Terra dos loucos que tanto tem me doido.
Tocou meus olhares. Lê-lo fora quase como uma digestão ávida de um gomo qualquer em meus lábios.
Senti o calor em minha face enrubescer, tamanho espanto daquelas palavras, tamanho espanto frente a dualidade quase perversa que o momento propriamente me causou.
Se tu hoje escreveste pra mim, ou se por algum devaneio publicou algo de nós em teus sonhos na última madrugada...muito tens destas linhas que li....
Ali, o espanto confuso do momento disperso, uma espera entre meus dentes...
Ali sentada no escuro do fétido mofo, encontrei tudo o que poderia me incomodar.
Amne


O amor dos homens



Na árvore em frente
Eu terei mandado instalar um alto-falante com que os passarinhos
Amplifiquem seus alegres cantos para o teu lânguido despertar.
Acordarás feliz sob o lençol de linho antigo
Com um raio de sol a brincar no talvegue de teus seios
E me darás a boca em flor; minhas mãos amantes
Te buscarão longamente e tu virás de longe, amiga
Do fundo do teu ser de sono e plumas
Para me receber; nossa fruição
Será serena e tarda, repousarei em ti
Como o homem sobre o seu túmulo, pois nada
Haverá fora de nós. Nosso amor será simples e sem tempo.

Depois saudaremos a claridade. Tu dirás
Bom dia ao teto que nos abriga
E ao espelho que recolhe a tua rápida nudez.
Em seguida teremos fome: haverá chá-da-índia
Para matar a nossa sede e mel
Para adoçar o nosso pão. Satisfeitos, ficaremos
Como dois irmãos que se amam além do sangue
E fumaremos juntos o nosso primeiro cigarro matutino.
Só então nos separaremos. Tu me perguntarás
E eu te responderei, a olhar com ternura as minhas pernas
Que o amor pacificou, lembrando-me que elas andaram muitas léguas de mulher
Até te descobrir. Pensarei que tu és a flor extrema
Dessa desesperada minha busca; que em ti
Fez-se a unidade. De repente, ficarei triste
E solitário como um homem, vagamente atento
Aos ruídos longínquos da cidade, enquanto te atarefas absurda

No teu cotidiano, perdida, ah tão perdida
De mim. Sentirei alguma coisa que se fecha no meu peito
Como pesada porta. Terei ciúme
Da luz que te configura e de ti mesma
Que te deixas viver, quando deveras
Seguir comigo como a jovem árvore na corrente de um rio
Em demanda do abismo. Vem-me a angústia
Do limite que nos antagoniza. Vejo a redoma de ar
Que te circunda – o espaço
Que separa os nossos tempos. Tua forma
É outra: bela demais, talvez, para poder
Ser totalmente minha. Tua respiração
Obedece a um ritmo diverso. Tu és mulher.
Tu tens seios, lágrimas e pétalas. À tua volta
O ar se faz aroma. Fora de mim
És pura imagem; em mim
És como um pássaro que eu subjugo, como um pão
Que eu mastigo, como uma secreta fonte entreaberta
Em que bebo, como um resto de nuvem
Sobre que me repouso. Mas nada
Consegue arrancar-te à tua obstinação
Em ser, fora de mim – e eu sofro, amada
De não me seres mais. Mas tudo é nada.
Olho de súbito tua face, onde há gravada
Toda a história da vida, teu corpo

Rompendo em flores, teu ventre
Fértil. Move-te
Uma infinita paciência. Na concha do teu sexo
Estou eu, meus poemas, minhas dores
Minhas ressurreições. Teus seios
São cântaros de leite com que matas
A fome universal. És mulher
Como folha, como flor e como fruto
E eu sou apenas só. Escravizado em ti
Despeço-me de mim, sigo caminhando à tua grande
Pequenina sombra. Vou ver-te tomar banho
Lavar de ti o que restou do nosso amor
Enquanto busco em minha mente algo que te dizer
De estupefaciente. Mas tudo é nada.
São teus gestos que falam, a contração
Dos lábios de maneira a esticar melhor a pele
Para passar o creme, a boca
Levemente entreaberta com que mistificar melhor a eterna imagem

No eterno espelho. E então, desesperado
Parto de ti, sou caçador de tigres em Bengala
Alpinista no Tibet, monje em Cintra, espeleólogo
Na Patagônia. Passo três meses
Numa jangada em pleno oceano para
Provar a origem polinésica dos maias. Alimento-me
De plancto, converso com as gaivotas, deito ao mar poesia engarrafada, acabo
Naufragando nas costas de Antofagasta. Time, Life e Paris-Match
Dedicam-me enormes reportagens. Fazem-me
O "Homem do Ano" e candidato certo ao Prêmio Nobel.
Mas eis comes um pêssego. Teu lábio
Inferior dobra-se sob a polpa, o suco
Escorre pelo teu queixo, cai uma gota no teu seio
E tu te ris. Teu riso
Desagrega os átomos. O espelho pulveriza-se, funde-se o cano de descarga
Quantidades insuspeitadas de estrôncio-90
Acumulam-se nas camadas superiores do banheiro
Só os genes de meus tataranetos poderão dar prova cabal de tua imensa
Radioatividade. Tu te ris, amiga
E me beijas sabendo a pêssego. E eu te amo
De morrer. Interiormente
Procuro afastar meus receios: "Não, ela me ama..."
Digo-me, para me convencer, enquanto sinto
Teus seios despontarem em minhas rnãos
E se crisparem tuas nádegas. Queres ficar grávida
Imediatamente. Há em ti um desejo súbito de alcachofras.

Desejarias
Fazer o parto-sem-dor à luz da teoria dos reflexos condicionados
De Pavlov. Depois, sorrindo
Silencias. Odeio o teu silêncio
Que não me pertence, que não é
De ninguém: teu silêncio
Povoado de memórias. Esbofeteio-te
E vou correndo cortar o pulso com gilete-azul; meu sangue
Flui como um pedido de perdão. Abres tua caixa de costura
E coses com linha amarela o meu pulso abandonado, que é para
Combinar bem as cores; em seguida
Fazes-me sugar tua carótida, numa longa, lenta
Transfusão. Eu convalescente
Começas a sair: foste ao cabeleireiro. Perscruto em tua face. Sinto-me
Traído, delinqüescente, em ponto de lágrimas. Mas te aproximas
Só com o casaco do pijama e pousas
Minha mão na tua perna. E então eu canto:
Tu és a mulher amada: destrói-me! Tua beleza
Corrói minha carne como um ácido! Teu signo
É o da destruição! Nada resta
Depois de ti senão ruínas! Tu és o sentimento
De todo o meu inútil, a causa
De minha intolerável permanência! Tu és
Uma contrafação da aurora! Amor, amada
Abençoada sejas: tu e a tua
Impassibilidade. Abençoada sejas
Tu que crias a vertigem na calma, a calma
No seio da paixão. Bendita sejas

Tu que deixas o homem nu diante de si mesmo, que arrasas
Os alicerces do cotidiano. Mágica é tua face
Dentro da grande treva da existência. Sim, mágica
É a face da que não quer senão o abismo
Do ser amado. Exista ela para desmentir
A falsa mulher, a que se veste de inúteis panos
E inúteis danos. Possa ela, cada dia
Renovar o tempo, transformar
Uma hora num minuto. Seja ela
A que nega toda a vaidade, a que constrói
Todo o silêncio. Caminhe ela
Lado a lado do homem em sua antiga, solitária marcha
Para o desconhecido – esse eterno par
Com que começa e finda o mundo – ela que agora
Longe de mim, perto de mim, vivendo
Da constante presença da minha saudade
É mais do que nunca a minha amada: a minha amada e a minha amiga
A que me cobre de óleos santos e é portadora dos meus cantos
A minha amiga nunca superável
A minha inseparável inimiga.



Paris,1957
Vinicius de Moraes

21 de abril de 2010

Andei lendo


Andei lendo Carpinejar, é incrível mas parece que de algum modo ele sempre se torna pontual pros meus momentos.

"Liberdade na vida é ter um amor pra se prender"

Tenho um amigo que acha o escritor tedioso...
Devo ser tediosamente ranzinza também, mas gosto destas coisas que encabulam a mente, sem combinar nada com coisa alguma.
Assim bem no meio da noite.
Frase que me rancou um suspiro, assim subitamente. Pensar, pensar e eis que uma frase me tira do sono profundo.
Eis eu de ficar hoje sobre minhas quimeras, e mais outra
madrugada.
Pensando em dois, vivendo um e amanhã volto ao trabalho. Parece que já estive bem mais lírica.
Chega de poesia, até para uma "poetinha", mas é só por hoje.
No mais a arte aí é de Cy Twombly, achei a flor bonita, parece obra do meu filho...tem todo um encanto bem pueril...bom, pelo menos pra mim!
Até amanhã Vida.

Amne

Away From The Sun


It's down to this
I've got to make this life make sense
Can anyone tell what I've done
I miss the life
I miss the colours of the world
Can anyone tell where I am
Cause now again I've found myself so far down
Away from the sun that shines into the darkest place
I'm so far down away from the sun again
Away from the sun again
I'm over this
I'm tired of livin' in the dark
Can anyone see me down here
The feeling's gone
There's nothing left to lift me up
Back into the world I know
And now again I've found myself so far down
Away from the sun that shines into the darkest place
I'm so far down away from the sun
That shines to light the way for me to find my way back into the arms
That care about the ones like me
I'm so far down away from the sun again
It's down to this
I've got to make this life make sense
And now I can't tell what I've done
And now again I've found myself so far down
Away from the sun that shines to light the way for me
And now again I've found myself so far down
Away from the sun that shines into the darkest place
I'm so far down away from the sun
That shines to light the way for me to find my way back into the arms
That care about the ones like me
I'm so far down away from the sun again

"Away From The Sun"
3 Doors Down

20 de abril de 2010

A chave de ontem


"Que são chaves
se nada posso fazer com elas...
se abrem a porta da distância...
se trancam-me num mundo tão triste.

Sem valia ando com elas entre os dedos
esperando a vida passar
e o som da porta ruir num dia de frio com sol...
Salvando o que restou do meu eu."

Amne

"Sem mais, a vida vai passando no vazio
Estou com tudo a flutuar no rio esperando
a resposta ao que chamo de amor"

18 de abril de 2010

Eu.


Diagnóstico: "Inquietação"

15 de abril de 2010

Sobre eu escrever, Bukowski define bem:



"Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura."

Bukowski

Pois é!



"Um bom poeta pode fazer uma alma despedaçada voar."

No meio do meu Caminho


Sem mais por hora
te peço apenas fagulhas de alguma
Paz.
Com minhas dores que ninguém faz feliz.
E minha escrita leve das coisas pesadas.

Amne

14 de abril de 2010


" SEI QUE TE AMO COMO ONTEM
SÓ TENHO QUE TE ACOSTUMAR "

(Chico Science)

13 de abril de 2010

Um pouco de Vinicius de Moraes


Que me perdoem se eu insisto neste tema
Mas não sei fazer poema ou canção
Que fale de outra coisa que não seja o amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração como expressão
Mas não faz mal, é tão normal ter desamor
É tão cafona, sofredor que eu já nem sei
Se é meninice ou cafonice o meu amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração como expressão
Você abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Que me perdoem se eu insisto neste tema
Mas não sei fazer poema ou canção
Que fale de outra coisa que não seja o amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração como expressão...

12 de abril de 2010

Pensando melhor


Eu sempre pensei que as palavras fossem todas vivas
O que eu não sabia nada
era sobre estar morta
mesmo quando se vive.

Pensei melhor:
Eu quero morrer!
(mas apenas em dias de sol)
Pra encontrar meu firmamento na luz
E poder voar ao lado das borboletas

E que nunca seja noite
Porque eu fico com medo
Mesmo deixando minhas pegadas
no cotovelo da vida.

Amne

Indo embora


Lembrança.
Tão boa...
Daquelas que fazemos com o coração, bem longe da mente.
Lembrança
Que enrolei na seda do infinito.
Com todo o meu cuidado
Cheia de esmero.

Certas coisas...
Coisa mais límpida e legítima
Como um cristal delicado
sem riscos ou imperfeições
Tão cuidado por nós.
Tão raro, tão justo e tão sincero
Forjado com a pureza da verdade.
Do começo ao fim!

Lembrança boa,
que levarei pro meu tempo
Com aqueles dias e noites tão leves
Cheirando à pipoca com Chocolate
Feita de sorrisos e afagos no cabelo

Lembra-se da frase que falava sobre
a felicidade da espera?

Então,
Venhas comigo
em minha memória.
Venhas ser guardado com todo o meu carinho.
Num Adeus colorido
Alegria! Alegria!

Pra ti eu deixo de lembrança
um largo sorriso em meu rosto
um fragmento de minha gratidão
Deixo ainda
O canto direito na cama
Aquele...pelo qual tanto brigamos.
E um desejo enorme de felicidade
pra iluminar tua vida!
Alegria! Alegria!

Porque amizade não é destas coisas
que se encontra na feira de hoje em dia.
Não se compra mesmo ao preço de bananas.
Amizade é pra se carregar pra vida.
Porque é somente nela que encontramos
aconchego pra encorajar nossas utopias.

Adeus, e até qualquer dia.
Te liberto de minha alma.
e pra nós...
Alegria! Alegria!

Amne

Carlos Drummond de Andrade : No meio do caminho.


No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

11 de abril de 2010

Cutucando certezas para cultivar uma cultura anti stress


Fui ao médico dia destes, o cara olhou bem para mim e disse à queima roupa “ que ando com problemas”, é um BIDU! Mandou eu encontrar algo que gosto pra diminuir minha tensão .
Então cá estou, e boa sorte pra nós!
Aí eu meio desanimada abri um jornal, que mais parece uma coluna contemporânea de “Nostradamus “.
Alta tecnologia pra se falar de desgraças, pensei comigo:
“ ai Jesus, mais um pouquinho nossa alma vem com chip...!”
Enquanto isso a galera em Cuba ainda enfrenta suas barreiras pra “acessar o mundo”, contraditório não seria, porque enquanto isso acontece, tem gente sendo latifundiário Virtual (que piada).Mas pasmem é verdade, as fazendas toscas dos sites de relacionamentos hoje movimentam cerca de 100 milhões de dólares ao ano...que retrocesso cerebral, os Australopithecus devem sentir raiva, pra que tanta evolução?
O mundo está mesmo contraditório até pra roda da vida, parece que faltam nem que sejam “segundos” de sabedoria.
Vivemos o futuro antes do futuro chegar, e o presente quem vive?
Na televisão eu vi dia destes uma propaganda onde a mulher mandava cuidar da “Flora” da “fauna” RS do intestino fora de casa, pensei comigo “Que droga, porque não falam para cuidar da fauna da Amazônia !?!”
”Quem cuida disso afinal?!Prioridades?
É dengue, tragédias ambientais(veja No Rio esta semana)...e ainda tem gente perdendo tempo com 2012.Chamo físicos,cientistas e afins pra declamarem a data para se acabar com a fome.
A gente anda vivendo meio “retrospectiva de final de ano da televisão”, um monte de informação, imagens jogadas em menos de um minuto...no final a gente não carrega nada, nem o rosto de quem amamos.Memória fraca?
E assim a vida segue.
Fiquei pensando na falta de cultura, porque as pessoas correm tanto e nem aprendem mesmo nadinha, (e olha que li que nosso cérebro aprende até dormindo).Acho que a tecnologia de certa forma desamplia relacionamentos. Pra se brigar com alguém hoje é mais fácil marcar hora no Messenger...Tá uma droga esta vida moderna, porque as facilidades tecnológicas parecem nos levar pro tal buraco negro perdido na dimensão de nós...aquele que os cientistas tanto estudam.
Voltando pra cultura, pensei em educação (são parentes!), pensei no Brasil, este país sem educação.Encontrei até uma saída pra minimizar os danos “ O ideal seria, como saída imediatista, colocar os filhos dos nossos governantes na rede pública de ensino. Já imaginaram?”...boa...
Putz, tantas são as lutas que ainda temos neste caminho tortuoso de humanidade, como diria o poeta, bem desumana...chega ser degradante pensar muito.
Na próxima vida pretendo vir vaga-lume pra acender a “bunda” e ainda voar...parece fácil? Nada ...estão sendo extintos por conta da poluição e degradação sem fim...vamos e vamos andando pra trás ...
A anti evolução pra que tenham uma idéia é tanta, que tem um lugar no mundo que se chama Orânia, ( que fica na África do sul, um Apartheid moderninho)onde só tem gente “Fina”, RS, lá o povoado é 100% branco ...defendem isto.
Agora imaginem comigo a placa do lugar “Seja bem vindo se você for branco” aaaaa vahhh, e nós aqui fazendo feira de tecnologia, criando robôs sentimentais (é sério foi criado um pelos árabes...).
Pelo amor de DEUS! Estes dias vi que Alice agora vem em 3D, Tim Burton que me perdoe, gosto do bom e velho filminho, ingênuo ...tradicional...porque estes tecnológicos são massa, incríveis, mas cadê o charme?
Mais um pouco comeremos ração humana no cinema...tchau pipoquinha!Mando lembranças...
Credo, este mundo nos coloca (me coloca hahahah) em cada questionamento...
É “Avatar” (pobre Chaplin), é coelho sendo queimado pra fabricação de bicombustível.Onde vamos parar? Vamos parar?
Mais um pouco a gente começa a matar pessoas pra fabricar hambúrguer.
Meu Deus do céu, tem gente achando bacana se tornar militante contra xiita...mó febre ser terrorista (e olha que como “moda” deve durar pouco).
Sociedad de mierda!
Bizarro!
As vezes sinto é saudade das cores primárias que a professora ensinava nas manhas sutis, aquela coisa bairrista da infância.Hoje as crianças acessam o Google Earth...e tem medo de minhoca!
Vivemos a política do “foi mal”, dá uma saudade das velhas e boas “desculpas”...aquela política de se pensar nos demais.O sistema que criamos pra nós, sei lá viu...individualista ao extremo, nos colocará em 2012...é o CAOS.
Queria pensar em coisas mais simples, como o por que dos gatos ronronarem, mas não tem jeito não.Nossa preocupação como filhos da tecnologia tá mais para “pílulas de inteligência”, “Vida artificial”, “casas multigeracionais”,e como “gerar demanda” e blá e blá e blá...
O médico estava errado, Tô stressada novamente RS
Vou dormir tchau, porque a vida moderna nos dá pílulas do conforto e nos aproxima do equilíbrio do Batman!
Boa noite!
Amne

6 de abril de 2010

Feita por um amigo ...delicada poesia!

MENINA
Fascinante é o seu sorriso,
Arrebata sem aviso,
Seu olhar tem brejeirice,
Doçura e meninice.

Conquista mesmo sem querer,
Creio que até sem perceber,
Invade e ocupa rapidamente,
Apaixona e nem sente.

Pensar em você é uma constante,
Preenche todo e qualquer instante,
É sonho, é alegria contagiante.

Preciso de seu carinho tanto e tanto,
Que é difícil precisar o quanto,
Estou entregue e preso ao seu encanto.

Poeta FABRÍCIO MOHAUPT

Estrelas


Guardei de fato nossa vida
Dentro daquela velha caixa de sapatos
Caixa feita com a proporção do infinito
Todo aquele universo de nós dois

Não queria eu falar-lhe
Assim, por intermédio do tempo
Queria eu falar-lhe através do vento
E daquele planetinha onde quase fomos morar

Disseram-me dia desses
"Eis um mundo inteiro!"
devotei-me aquela frase
Embora por hoje, e só hoje
Seja eu um mundo vazio.


Amne

5 de abril de 2010

Impróprio.


Foram precisos anos
Capins secos
fotos velhas
Velhos planos e alguns danos

Foi preciso um milhão de lágrimas
e mais meia dúzia de sorrisos

Foram precisos desencontros
Desenganos
Descompassos
Vaidade
E até palidez nas cores

Foram precisas tristezas insolúveis
Foram precisos corpos patológicos
Mais alguns martírios

Foi preciso interro de flor
E funerais chuvosos de pedra
Foram precisos muros
Cercas, e sementes híbridas

Foram precisos filmes e cicatrizes
Foram precisos outonos e primaveras
E também o último iverno

Foram precisas inúmeras vertentes
E procuras indiferentes, solitárias.

Foram precisas sombras
de uma montanha
Foram precisas notas de adeus
E algumas expectativas

E mesmo assim
tudo continua inacabado.

Amne

No Passado do futuro


"Que fé é esta?
Que fio de esperança é este
que mora em mim?
Por que?"
Amne

3 de abril de 2010




Sou o resultado da burrice do dia, e
...da última década,
e de uma vida inteira...
Amne

2 de abril de 2010

Uma gentileza


As vezes eu penso.
As vezes sei lá...
Tantos são os nós
Desta vã jornada triste
Entre sonhos, todo o mal dos santos

O conformismo dos cínicos da madrugada
O caos da cura que não se tem
Nem mesmo na cruz do altar

A presença da ausência do sentir tudo outra vez
Entre as noites que ansiavam não ter mais fim
As vezes sei lá...
Me faço e refaço em cada defeito grandioso
Calco no vazio todos os nós
Dados por nós num dia que já se perdeu
Aquele dia sem fim
Feito de loucos e de nós

Tudo aquilo
A manipulação da vida em suspiros, olhares
seres.
A cura pra doença tanta
A distância entre se ter
Ao menos mais um pouquinho...
Marcas que culminam em cicatrizes belas
O futuro do nunca mais.
Amne

1 de abril de 2010

Mal me quer


"O que eu perdi afinal...
senão desamor."
Amne

Teu Pragmatismo


Agora que a vida se espalha
e tudo tem gosto de palha,
compreendo aqueles lamentos antigos,
que mencionava.

Quando a vida se espalha
os pedaços não se encaixam,
tudo é tão pouco.
Compreendo enfim aqueles teus lamentos antigos,
Aqueles que mencionava.

Quando a vida se espalha
nos bolsos as migalhas de sonho
nas mãos a secura das lágrimas
Então eu compreendo.
Fica tão claro, teus lamentos antigos,
pragmáticos, e sem futuro...

Aqueles...
que você mencionava,
no começo
deste fim.

Amne