18 de abril de 2010

Eu.


Diagnóstico: "Inquietação"

15 de abril de 2010

Sobre eu escrever, Bukowski define bem:



"Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura."

Bukowski

Pois é!



"Um bom poeta pode fazer uma alma despedaçada voar."

No meio do meu Caminho


Sem mais por hora
te peço apenas fagulhas de alguma
Paz.
Com minhas dores que ninguém faz feliz.
E minha escrita leve das coisas pesadas.

Amne

14 de abril de 2010


" SEI QUE TE AMO COMO ONTEM
SÓ TENHO QUE TE ACOSTUMAR "

(Chico Science)

13 de abril de 2010

Um pouco de Vinicius de Moraes


Que me perdoem se eu insisto neste tema
Mas não sei fazer poema ou canção
Que fale de outra coisa que não seja o amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração como expressão
Mas não faz mal, é tão normal ter desamor
É tão cafona, sofredor que eu já nem sei
Se é meninice ou cafonice o meu amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração como expressão
Você abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Que me perdoem se eu insisto neste tema
Mas não sei fazer poema ou canção
Que fale de outra coisa que não seja o amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração como expressão...

12 de abril de 2010

Pensando melhor


Eu sempre pensei que as palavras fossem todas vivas
O que eu não sabia nada
era sobre estar morta
mesmo quando se vive.

Pensei melhor:
Eu quero morrer!
(mas apenas em dias de sol)
Pra encontrar meu firmamento na luz
E poder voar ao lado das borboletas

E que nunca seja noite
Porque eu fico com medo
Mesmo deixando minhas pegadas
no cotovelo da vida.

Amne

Indo embora


Lembrança.
Tão boa...
Daquelas que fazemos com o coração, bem longe da mente.
Lembrança
Que enrolei na seda do infinito.
Com todo o meu cuidado
Cheia de esmero.

Certas coisas...
Coisa mais límpida e legítima
Como um cristal delicado
sem riscos ou imperfeições
Tão cuidado por nós.
Tão raro, tão justo e tão sincero
Forjado com a pureza da verdade.
Do começo ao fim!

Lembrança boa,
que levarei pro meu tempo
Com aqueles dias e noites tão leves
Cheirando à pipoca com Chocolate
Feita de sorrisos e afagos no cabelo

Lembra-se da frase que falava sobre
a felicidade da espera?

Então,
Venhas comigo
em minha memória.
Venhas ser guardado com todo o meu carinho.
Num Adeus colorido
Alegria! Alegria!

Pra ti eu deixo de lembrança
um largo sorriso em meu rosto
um fragmento de minha gratidão
Deixo ainda
O canto direito na cama
Aquele...pelo qual tanto brigamos.
E um desejo enorme de felicidade
pra iluminar tua vida!
Alegria! Alegria!

Porque amizade não é destas coisas
que se encontra na feira de hoje em dia.
Não se compra mesmo ao preço de bananas.
Amizade é pra se carregar pra vida.
Porque é somente nela que encontramos
aconchego pra encorajar nossas utopias.

Adeus, e até qualquer dia.
Te liberto de minha alma.
e pra nós...
Alegria! Alegria!

Amne

Carlos Drummond de Andrade : No meio do caminho.


No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

11 de abril de 2010

Cutucando certezas para cultivar uma cultura anti stress


Fui ao médico dia destes, o cara olhou bem para mim e disse à queima roupa “ que ando com problemas”, é um BIDU! Mandou eu encontrar algo que gosto pra diminuir minha tensão .
Então cá estou, e boa sorte pra nós!
Aí eu meio desanimada abri um jornal, que mais parece uma coluna contemporânea de “Nostradamus “.
Alta tecnologia pra se falar de desgraças, pensei comigo:
“ ai Jesus, mais um pouquinho nossa alma vem com chip...!”
Enquanto isso a galera em Cuba ainda enfrenta suas barreiras pra “acessar o mundo”, contraditório não seria, porque enquanto isso acontece, tem gente sendo latifundiário Virtual (que piada).Mas pasmem é verdade, as fazendas toscas dos sites de relacionamentos hoje movimentam cerca de 100 milhões de dólares ao ano...que retrocesso cerebral, os Australopithecus devem sentir raiva, pra que tanta evolução?
O mundo está mesmo contraditório até pra roda da vida, parece que faltam nem que sejam “segundos” de sabedoria.
Vivemos o futuro antes do futuro chegar, e o presente quem vive?
Na televisão eu vi dia destes uma propaganda onde a mulher mandava cuidar da “Flora” da “fauna” RS do intestino fora de casa, pensei comigo “Que droga, porque não falam para cuidar da fauna da Amazônia !?!”
”Quem cuida disso afinal?!Prioridades?
É dengue, tragédias ambientais(veja No Rio esta semana)...e ainda tem gente perdendo tempo com 2012.Chamo físicos,cientistas e afins pra declamarem a data para se acabar com a fome.
A gente anda vivendo meio “retrospectiva de final de ano da televisão”, um monte de informação, imagens jogadas em menos de um minuto...no final a gente não carrega nada, nem o rosto de quem amamos.Memória fraca?
E assim a vida segue.
Fiquei pensando na falta de cultura, porque as pessoas correm tanto e nem aprendem mesmo nadinha, (e olha que li que nosso cérebro aprende até dormindo).Acho que a tecnologia de certa forma desamplia relacionamentos. Pra se brigar com alguém hoje é mais fácil marcar hora no Messenger...Tá uma droga esta vida moderna, porque as facilidades tecnológicas parecem nos levar pro tal buraco negro perdido na dimensão de nós...aquele que os cientistas tanto estudam.
Voltando pra cultura, pensei em educação (são parentes!), pensei no Brasil, este país sem educação.Encontrei até uma saída pra minimizar os danos “ O ideal seria, como saída imediatista, colocar os filhos dos nossos governantes na rede pública de ensino. Já imaginaram?”...boa...
Putz, tantas são as lutas que ainda temos neste caminho tortuoso de humanidade, como diria o poeta, bem desumana...chega ser degradante pensar muito.
Na próxima vida pretendo vir vaga-lume pra acender a “bunda” e ainda voar...parece fácil? Nada ...estão sendo extintos por conta da poluição e degradação sem fim...vamos e vamos andando pra trás ...
A anti evolução pra que tenham uma idéia é tanta, que tem um lugar no mundo que se chama Orânia, ( que fica na África do sul, um Apartheid moderninho)onde só tem gente “Fina”, RS, lá o povoado é 100% branco ...defendem isto.
Agora imaginem comigo a placa do lugar “Seja bem vindo se você for branco” aaaaa vahhh, e nós aqui fazendo feira de tecnologia, criando robôs sentimentais (é sério foi criado um pelos árabes...).
Pelo amor de DEUS! Estes dias vi que Alice agora vem em 3D, Tim Burton que me perdoe, gosto do bom e velho filminho, ingênuo ...tradicional...porque estes tecnológicos são massa, incríveis, mas cadê o charme?
Mais um pouco comeremos ração humana no cinema...tchau pipoquinha!Mando lembranças...
Credo, este mundo nos coloca (me coloca hahahah) em cada questionamento...
É “Avatar” (pobre Chaplin), é coelho sendo queimado pra fabricação de bicombustível.Onde vamos parar? Vamos parar?
Mais um pouco a gente começa a matar pessoas pra fabricar hambúrguer.
Meu Deus do céu, tem gente achando bacana se tornar militante contra xiita...mó febre ser terrorista (e olha que como “moda” deve durar pouco).
Sociedad de mierda!
Bizarro!
As vezes sinto é saudade das cores primárias que a professora ensinava nas manhas sutis, aquela coisa bairrista da infância.Hoje as crianças acessam o Google Earth...e tem medo de minhoca!
Vivemos a política do “foi mal”, dá uma saudade das velhas e boas “desculpas”...aquela política de se pensar nos demais.O sistema que criamos pra nós, sei lá viu...individualista ao extremo, nos colocará em 2012...é o CAOS.
Queria pensar em coisas mais simples, como o por que dos gatos ronronarem, mas não tem jeito não.Nossa preocupação como filhos da tecnologia tá mais para “pílulas de inteligência”, “Vida artificial”, “casas multigeracionais”,e como “gerar demanda” e blá e blá e blá...
O médico estava errado, Tô stressada novamente RS
Vou dormir tchau, porque a vida moderna nos dá pílulas do conforto e nos aproxima do equilíbrio do Batman!
Boa noite!
Amne

6 de abril de 2010

Feita por um amigo ...delicada poesia!

MENINA
Fascinante é o seu sorriso,
Arrebata sem aviso,
Seu olhar tem brejeirice,
Doçura e meninice.

Conquista mesmo sem querer,
Creio que até sem perceber,
Invade e ocupa rapidamente,
Apaixona e nem sente.

Pensar em você é uma constante,
Preenche todo e qualquer instante,
É sonho, é alegria contagiante.

Preciso de seu carinho tanto e tanto,
Que é difícil precisar o quanto,
Estou entregue e preso ao seu encanto.

Poeta FABRÍCIO MOHAUPT

Estrelas


Guardei de fato nossa vida
Dentro daquela velha caixa de sapatos
Caixa feita com a proporção do infinito
Todo aquele universo de nós dois

Não queria eu falar-lhe
Assim, por intermédio do tempo
Queria eu falar-lhe através do vento
E daquele planetinha onde quase fomos morar

Disseram-me dia desses
"Eis um mundo inteiro!"
devotei-me aquela frase
Embora por hoje, e só hoje
Seja eu um mundo vazio.


Amne

5 de abril de 2010

Impróprio.


Foram precisos anos
Capins secos
fotos velhas
Velhos planos e alguns danos

Foi preciso um milhão de lágrimas
e mais meia dúzia de sorrisos

Foram precisos desencontros
Desenganos
Descompassos
Vaidade
E até palidez nas cores

Foram precisas tristezas insolúveis
Foram precisos corpos patológicos
Mais alguns martírios

Foi preciso interro de flor
E funerais chuvosos de pedra
Foram precisos muros
Cercas, e sementes híbridas

Foram precisos filmes e cicatrizes
Foram precisos outonos e primaveras
E também o último iverno

Foram precisas inúmeras vertentes
E procuras indiferentes, solitárias.

Foram precisas sombras
de uma montanha
Foram precisas notas de adeus
E algumas expectativas

E mesmo assim
tudo continua inacabado.

Amne

No Passado do futuro


"Que fé é esta?
Que fio de esperança é este
que mora em mim?
Por que?"
Amne

3 de abril de 2010




Sou o resultado da burrice do dia, e
...da última década,
e de uma vida inteira...
Amne

2 de abril de 2010

Uma gentileza


As vezes eu penso.
As vezes sei lá...
Tantos são os nós
Desta vã jornada triste
Entre sonhos, todo o mal dos santos

O conformismo dos cínicos da madrugada
O caos da cura que não se tem
Nem mesmo na cruz do altar

A presença da ausência do sentir tudo outra vez
Entre as noites que ansiavam não ter mais fim
As vezes sei lá...
Me faço e refaço em cada defeito grandioso
Calco no vazio todos os nós
Dados por nós num dia que já se perdeu
Aquele dia sem fim
Feito de loucos e de nós

Tudo aquilo
A manipulação da vida em suspiros, olhares
seres.
A cura pra doença tanta
A distância entre se ter
Ao menos mais um pouquinho...
Marcas que culminam em cicatrizes belas
O futuro do nunca mais.
Amne

1 de abril de 2010

Mal me quer


"O que eu perdi afinal...
senão desamor."
Amne

Teu Pragmatismo


Agora que a vida se espalha
e tudo tem gosto de palha,
compreendo aqueles lamentos antigos,
que mencionava.

Quando a vida se espalha
os pedaços não se encaixam,
tudo é tão pouco.
Compreendo enfim aqueles teus lamentos antigos,
Aqueles que mencionava.

Quando a vida se espalha
nos bolsos as migalhas de sonho
nas mãos a secura das lágrimas
Então eu compreendo.
Fica tão claro, teus lamentos antigos,
pragmáticos, e sem futuro...

Aqueles...
que você mencionava,
no começo
deste fim.

Amne

29 de março de 2010

Atrasada


Enquanto cresço pra fora
A parte de dentro chora
Pensei em morrer hoje...
Mas hoje, tenho tanto à fazer

Das punições secretas
Os sonhos perdidos.

Dei para escrever sobre o tempo
Dei para caminhar parada
Fico eu aqui
Transmutando a falta do sentir

Queria eu viver o vão momento das tardes
alaranjadas com rosa...
Queria eu dar a volta ao mundo.

Enquanto respiro, sigo mais uma vez
Porque vim duma casa pequena
com vontades profundas
Gritei.
Fiz planos...

Doente, com sede de vida
Preparo descalça meus amanhãs.

Amne

26 de março de 2010

Não tinha, nem lembro, sei lá


Outro dia
num dia desses...
fiz um texto.

Meio vazio
Meio pouco
Meio incoerente

Com restos de gramática
que alguém jogou fora

eu danada e moleca
tomei pra mim...

Não tinha nada
nem pé nem cabeça!
Era só coração.
Amne

Átomo Vazio


Que pessoinha
Tosca
Pobre
Inha...
Sem sonhos
Sem metas
Sem realização alguma
Passa pela vida passa
Pequeno
Incipiente
Invólucro ausente de nada
Pra nada
A farsa do fracasso
O fracasso propriamente dito e Palpável!
Que coizinha
Mais sem chão
Mais sem céu
Estruturinha
Menor que um átomo vazio...
Ai...falta a distância
...que pena oh Deus!
Apenas uma
Poeira num sapato velho...
Amne

23 de março de 2010

Menina mulher ou mulher menina?


Só uma menina que eu conheço...

Eu conheço uma menina
Que de tão doce andou fazendo doçuras
Que tão pequena andou sendo grande
Que agora acha que merece.

Que de tão triste fabricou lágrimas que se transformaram em chuva
Que não tem certeza de nada
Que tem medo de quase tudo!
(inclusive dos pormenores)

Que adora achar desenhos nas nuvens
Sem mencionar os doces de maracujá
E brigadeiro de panela , com o
Cheiro de canela ...
daquele bolinho que o menino tanto almeja quando chove.

Que agora faz borboletas dançarem em estômagos por aí
E nem toca mais no chão quando anda
Que adora caixinhas para poder guardar sonhos
Que ama o lápis número dois da Faber
Que acorda de mal humor ( mas ele vira sorriso em seguida)
Que adora delicadezas e carinhos
Que é rabugenta e sistemática, porque o caderno tem um padrão!
Que gosta de gente estranha
E tardes ensolaradas
(sem falar do vento...ah o vento...)

Que canta sem saber a letra
Que dança mesmo caindo às vezes
Que adora hora certa e local combinado
Que prefere não crescer por medo da dor

Que não aprendeu como ser “gente normal”
Que adora pintar os olhos e as unhas do pé
Que lê Quintana como parte da família
Que ri sem ter motivo
(Ficando vermelha depois...claro)

Que adora joaninha
E morder pés que ainda não cresceram
Que não gosta de quiabo
Nem de bananada...
Que se preocupa com o futuro
( do planeta também ...sem falar nos seres)

Que não se parece com nada, e provavelmente nem se parece com ninguém
E tem medo do “monstro” barata e suas antenas
Que procura tatu bola
E gosta de sorvete de limão
Que briga em palanques
(Mesmo sem saber a motivação, com seu ímpeto desenfreado e sede sabe lá Deus do quê...)

Que se indigna com pouco
E não tolera injustiças!
Que se esquece de tudo...com aquela suavidade de quem dorme e acorda tarde.

Mas carrega pessoas no bolso
Que odeia a louça na pia, mas adora brinquedo no chão
Que não sabe passar roupa
Que explode bolos,
Mas faz um “menino” como ninguém.

Que se perde dentro dela toda hora
Que tem problemas com nomes e datas
( sem falar nos botões)
Que adora desenho animado
E ri muito cada vez que o “pica pau” sobe no “pé de pano”
Que é criança por opção, menina por dedicação e mulher por pura necessidade
Que não sabe onde é o norte
Mas anda se equilibrando no meio fio

Que odeia tanto...
E que as vezes ama também, mesmo entre as raridades de quem nada vê

Eu conheço uma menina que se "pinica" até nas pétalas das flores
E que é capaz de furar pessoas com um único olhar
Que não gosta do errado!
Que gosta de cheiro bom
E de toque macio.
Que cresceu para dentro e coleciona amigos.
Neles se enxerga como parte integrante.

Que confia muito pouco
E mesmo assim se entrega em tudo
Como a entrega dos “mortos”

Que roeu unhas por ansiedade
E pintou a boca por vaidade

Eu conheço uma menina que
também pode ser personagem de filme
Aquele de lata, porque nesta menina às vezes mora o vazio
( mesmo um vazio tão cheio)

Eu conheço uma menina ...
que quase não cabe mais dentro dela,
Que dobra a alma todo dia para que caiba no corpo!
( e pretende aprender à voar...)

Uma menina feita de sonhos, fracassos, conquistas
Feita de nuvem e de chão.
Feita de ar.
Feita de ilusão.

Uma menina com a força de uma pluma
e a vontade de um trovão.
apenas uma menina que eu conheço...e reconheço no espelho pela manhã...
pra quem eu digo Bom Dia,
e garanto que no final vai dar tudo certo!

Porque ela é só uma menina
que fala preguiçoso logo cedo bem cedinho,
e canta leve pros anjos dormirem...
Amne

Tristisse


" E chove sem saber por quê...
E tudo foi sempre assim!"
Mario Quintana

17 de março de 2010


Sou cego de tanta luz
passarinho do teu vento
prisioneiro do infinito!
Camperon

15 de março de 2010


É tão difícil...
porque as vezes eu não sinto nada!
Amne

14 de março de 2010

Continuo aqui imóvel.


Enquanto falo bobagens
reciclo minha vontade
e a coragem que sobrou dos dias
que não chegaram
Então eu canto dentro do baú vazio de fotos antigas...
Desbotadas pelo tempo que não passou
nem passa aqui dentro do meu peito.

Vive assim... preso no esquecimento
Naquele canto onde o canto da lembrança
me acorda
e pede mais
...simples.

E os dias que não chegam
E a onda que não quebra
E a vida que não toca...
Continuo aqui imóvel.
embora hoje, eu estivesse olhando pro céu...

Amne

11 de março de 2010


Inventário
Carlos Drummond de Andrade

Que fiz de meu dia?
Tanta correria.

E que fiz da noite?
O lanho do açoite.

Da manhã, que fiz?
Uma cicatriz.

Bolas, desta vida
que lembrança lida,

cantada, sonhada,
ficará do nada

que fui eu, cordato?
Mancha no retrato...

7 de março de 2010

Ocupado


"Veio me mostrar vida.

Agora vivo sem vida

Perdida sem céu
Sem chão

Como se fosse normal não ser nada..."
Amne

Pesadelo


Tô cansada da minha intensidade pouca
Deste meu mundo vazio
Dos poços que escavei pro petróleo
Que escorre dos meus olhos...

Com esta minha boca ansiada de adeus
Dentro do planeta moinho
E do sonho pro acaso.

Cada um vive o seu mundo...
Cada procura é insana
Na medida da crença do que vai acontecer.
Ou de tudo aquilo que permitiremos acontecer.
Amne

5 de março de 2010

Palavra é um gesto


Até quando?

Porque não amo nem de mais
Não amo de menos
Parece que amo.

Amo na medida das coisas...
Parece que passarei esta vida
dentro do cazulo

Tentando ser livre
livre do amar!

se um dia a ciência mudar o rumo
da prosa
da vida
do dia...
quem sabe?

Aí eu deixo de amar
sendo pedaço...
com parte faltando.

Amne

3 de março de 2010

Que diria Pandora?


Tenho uma alma leve e triste
Tenho tristezas
Nenhuma alegria
Possuo lembranças
Possuo um rumo sem norte
Um corte que sangra no silêncio

Não tenho nada de mais
E de menos eu já possuía

Tive planos num certo tempo
num certo dia
Hoje percorro minha face
E
Olho singela pra tristeza do dia
do dia de hoje
do agora
instante sem fim...

Desvaneço.
Desfaço, e cresço
Pra onde?

A esperança morreu...
eu à matei com minhas próprias mãos.


Amne

23 de fevereiro de 2010


Hoje tenho a alma inquieta!
Amne

22 de fevereiro de 2010

Interesses


Interesse(s)

Eu sinto tanto ...
Quase que não sinto mais nada
Como se eu estivesse em uma ópera morna

O pote cheio de rachaduras esmigalhou-se na ventania
Dos meus dias

Ofertam-me corações
Risos e paixões
Como chuvas no verão
Sem peso
Sem emoção

Sorrio triste sem norte
Tudo é tão pouco
Hoje, e desde sempre

Sou a única esperança que possuo
Na trajetória que começou sem fim
Das coisas mais belas,
A infinita e inanimada perdição
em meu caminho.

Amne

14 de fevereiro de 2010

Oposto


Normal não é amar!

Amor é ímpar!
É insano
Não pondera
Não norteia
desorientando o caminho...

Amor é isso!
Espera.
Despreendimento.
Amor é sonho,
O encontro do desencontro.

Amne

6 de fevereiro de 2010

Nem precisa falar...


O meu corpo dorme
Conversando com as vontades e as tristezas do dia
Falando baixinho no ouvido de quem lê
Sobre magias e feitiços das coisas mais sutis e
De sonhos que andei perdendo no caminho
Como faíscas de pão ao vento
Das idéias que contornam as adversidades do amanhecer
Das frustrações nas alegrias
Nada mais precisa ser dito, com o corpo inundado pela
Força de se viver, e uma esperança teimosa
Que mora em meu olhar...
Amne

26 de janeiro de 2010



Falam da complexidade de existir!
Retruco eu:
A solidão é de uma simplicidade...
Amne

25 de janeiro de 2010

Sunday morning


Brincar com a vida
brincar com olhos, olhares e sorrisos
brincar com os lugares dos sonhos
brincar com a ironia de existir
(apesar de tudo isso)

Redimindo os medos
nas celas prisioneiras
A felicidade abstrata
de um dia a dia fantasiado
numa folha de papel...

A espera da última gota do oceano.
A fuga da impossibilidade desta Terra.
Num planeta solitário
de um vago devaneio eterno.
O temor de sentir
O temor de não sentir
O mesmo caminho vindo, indo e foi

A coleção de dores quase moles
quase nossas
quase verdadeiras...

A fuga do reencontro.
A espera por novos dias
Uma imagem antiga
incomodando o sono
aquele de se sentir.

coisas das manhãs de domingo
calmas
rancorosas
cheias
do vazio que sobrou...
na sobra do meu peito.
Amne

24 de janeiro de 2010





"Doi-me a cabeça e o Universo"
Fernando Pessoa

Nova impressão pra vida


A miséria de um homem
Na artéria da vida
Me incomoda, me irrita
Como os últimos mil anos
Que vivi ontem.

A vida descompasso, com os passos que passaram
A sensação fria da areia que alcança meu pescoço.
Da falta!
Do tédio!
Da solidão!

Daquilo que acabou com o meu “descabelado” natural
Quebrando o pau com o espelho, e a minha própria loucura
Cheia da genuína raiva que andei fabricando
Entre lágrimas ácidas e olhos vendados

Não quero mais ventos...
...anseio tempestades!
Não mais as luas ensolaradas...
...prefiro o calor dos vulcões!
Não mais as portas e janelas...
...quero passos na estrada!
Quero a ira da fé!
E chuvas gélidas pra banhar-me ao amanhecer...
Chega desta miséria que constitui almas.
Eu não aguento mais.
Não quero mais pensar
...quero apenas dormir hoje
e um dia acordar...

Eu preciso de mais loucura
Eu preciso de mais teatros no meio da rua
Eu preciso de silêncio no vento
Eu preciso de um bloco em branco
Eu preciso escrever música ...e cantar.
Eu preciso viver, e chorar só de alegria.
Eu quero me assustar mais vezes.

Estou indo embora de mim mesma
E é pra sempre!
Estou com saudade das coisas imperfeitas e sua indivisível perfeição!
Estou reconhecendo quem já fui...
Adeus!

Amne

23 de janeiro de 2010

Ainda vivo e morro disso



"Ainda vou viver poesia.
Ainda vou.
Viver, uma vida de saber o que sou
e onde vou dar...vai dar...poesia
poema pequeno
de pouco contingente
de gente que nem me vê."
Amne

22 de janeiro de 2010

Muito parecido com o meu


"Rifa-se um coração
Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste
em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.

Um pouco inconseqüente que nunca desiste
de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a
esperança de ser feliz, sendo simples e natural.

Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.

Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos que quase dá
pra engolir as orelhas, mas que
também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado
por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para
quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo,
defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer
para São Pedro na hora da prestação de contas:

O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e,
se recusa a envelhecer"

Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate
tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence
seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta
."

Clarice Lispector

Tempestades de bonança


Arregaçando as mangas e a alma
O que é que sobra?
Um futuro vazio de urgências morosas
Na estrada dos tijolos amarelos
Onde já nada se sente
Com mãos e suor petrificados pelo vento e a tempestade
Que matou a plantinha seca no vaso...

Que agora separa os cacos por ordem de tamanho
E remenda os buracos na face
Dança pras agonias que a noite trás...
Surpresa pelo mundo apenas girar
Girar e girar
Num eixo só.

Impaciente com tanta paz
Inconveniência do tudo sentir
Até quando medo vira bonança
E vida, surpresa trazida enrolada em presente pequenininho...
Dedilhando vagamente sobre os dias tão novos.
Amne

15 de janeiro de 2010


"Sofrer dói tanto que não há tempo de sentir...
Arranque meu coração com as mãos, mas não toque
na parte mais bela do meu peito!"
Amne

12 de janeiro de 2010

A gota do veneno na longa hora de morrer


O que temos sobre a mesa, senão
Um jogo de baralho gasto e desfalcado
E devaneios tortos de uma causa injusta...
Nunca escreverei sobre este jardim com peças mortas,
pessoas mudas...onde se torturam crianças!
O meu mundo entre escadarias contrárias se desfez
em partículas macro estruturadas de nada
Escavei pilares em geléia doce e incrivelmente doentia no efeito
Efêmero da dor doida e rancorosa de ontem
Onde nasceram flores tristes
Pra nunca mais crer
Pra nunca mais acontecer e voltar num tempo que sequer existiu
Abraçada as dores
Enrolada as angustias
E coroada por lágrimas de sal...
Sigo, fico e vou
Por falta de opção das palavras!
Na hora da morte sem fim.
Amne

9 de janeiro de 2010

Namastê


Estou cansada hoje, e parei pra pensar o que de fato me motivaria a seguir:
“Um dia tive no ventre um coração intruso, pequeno intruso.”
De fato coisas e situações mudam...mas o amor que dele brotou, não.
Eu me orgulho muito do “ser” meio eu... que fiz na barriga, e o fato dele existir muda tudo.
O meu amanhã está densamente nublado, o hoje envolto as tempestades...mas o motivo é claro para seguir.
O anjo da guarda que “cuida de mim, feito de mim, pra mim”...disse: O que é namastê?
Respondi ...É O QUE SINTO POR VOCÊ.
Amne

7 de janeiro de 2010

Repensando

Encontrei um diário meu hoje, datado de 1996 até o ano de 2000.
Parece que foi ontem, e eu nem sabia que tanto já escrevi na vida.
Encontrei um poema chamado "Kosovo" e seus refugiados.


"Mãos armadas de sangue
Um ódio santo, camuflado de dor
Triste como um pássaro em chamas
Sem canto...em lágrimas.

Desigualdade na dor,
de fé,
de "poder".
Poder sentir dor.

PODER
Armado que mata
corrompendo a carne
nos espíritos que se perdem
...dos que matam.

Mata-se o amor nos olhos das crianças tristes
Esquece-se de Deus pisando-se nas flores.
Armando os involuntários à maldade
...dos homens.

Véus nas faces!Negros...
faces das faces da vergonha
Racionais?
Que somos, observando.
Silêncio no céu
E "paz na Terra aos homens de boa vontade"
Vida aos anjos descalços na neve vermelha..."

Amne 1999.

Pra pensar

"O sistema é mau, mas minha turma é legal
Viver é foda, morrer é difícil
Te ver é uma necessidade
Vamos fazer um filme
E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
Sem essa de que: "Estou sozinho."
Somos muito mais que isso
Somos pingüim, somos golfinho
Homem, sereia e beija-flor
Leão, leoa e leão-marinho
Eu preciso e quero ter carinho, liberdade e respeito
Chega de opressão:

Quero viver a minha vida em paz
Quero um milhão de amigos
Quero irmãos e irmãs
Deve de ser cisma minha
Mas a única maneira ainda
De imaginar a minha vida
É vê-la como um musical dos anos trinta
E no meio de uma depressão
Te ver e ter beleza e fantasia.


Renato Russo

5 de janeiro de 2010

Mosaico



A única necessidade existencial que possuímos
É de fato respirar.
O resto apenas se brinda à vida.
Imaginando que somos todos livres até de nossas vontades.
Tudo é moldado pelo tempo que ainda virá.
Portanto, cuidado: Respire mais.
E acredite: AMOR é utopia!
A gente descobre cada coisa quando o cansaço bate pra desmoralizar...
Amne

2 de janeiro de 2010

Dentro do labirinto do Fauno


Me perdi de mim...me perdi em um labirinto de um “fauno”... com aquela mistura toda entre o bem e o mal.
Rasguei meus pulsos na hera densa e fechada da vida.
Caminhei passos contrários vindos de mitologias regionais. Aprendi a colecionar erros, perdi até a compaixão pelo espelho.
Voei para um inferno feito de gelo.
Vivi uns tempos na fortaleza de minha solidão.
Descuidei das palavras e dos tons, em especial das ações que regem o movimento da Terra.O bem, o certo e o justo.
Certa vez me descreveram assim... em uma carta que me descrevia aos poucos, e com cuidado:

“...E você com aquela voz preguiçosa pela manhã... vem e diz bom dia, e dá um sorriso contando seus sonhos, e me mostrando alguma poesia, e um arco-íris se pinta sozinho no céu ... e assim eu ganho força pra continuar e seguir em frente...”

Onde eu fui parar?
Onde fica a parte da frente das histórias?
Perdi todo o encanto, aquele charme que a ingenuidade trazia da pureza do” ser menina”, e assim transparecia.
Tornei-me mais amarga e densa, um fato irrevogável ...
Mas enfim hoje sou uma mulher de cara limpa, e com os pés presos com os cravos e a trindade esquecida.
Tanto para compreender ainda meu Deus...
O primeiro passo é voltar a “cantar” poesias preguiçosas ao abrir dos meus olhos...simples, como eu sempre fiz...
Escrevendo sobre devaneios , ao som de mantras de paz...dos tempos vindouros que anseio por aqui.
Amne

1 de janeiro de 2010

A vasta sabedoria de Drummond


"Eu te amo porque não amo
Bastante ou demais a mim
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque Amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte, e da morte vencedor
Por mais que o matem (e matam)
A cada instante de amor"

Lindo não é?
Coisas de C.Drummond de Andrade