27 de julho de 2009

Vida louca vida!


Vassouras Bailarinas

Esta semana esbarrei no passado.
Reencontrei um amigo de infância, aquele tipo que temos quando iniciamos os questionamentos ...quando nos percebemos indivíduos.Foi bacana, porque me fez me ver de outra forma, lembrei de uma delicadeza que eu nem lembrava mais possuir, nós dois já éramos sonhadores e revolucionários aos nove anos e nem mesmo sabíamos!Eis agora a confirmação, após de mais de uma década sem nos falarmos começamos por citar “Schopenhauer” e seus devaneios metafísicos sobre o amor e o mundo.
O engraçado de lembrar de quem éramos, é perceber que evoluímos tão pouco.Quantas páginas serão lidas?Quantos amores vividos?Quantos mundos serão desfeitos?
Será que algum dia evoluiremos ao ponto de não conhecer mais nosso passado?
Donos do mundo éramos e nem sabíamos, donos dos sonhos e da inconstância da transformação que a vida impõe. Éramos eu e ele , revolucionários da “quarta série B”, quando preferíamos divagar sobre o céu à jogar bola na grama alta do pátio do colégio do interior.
Sempre ficava pro dia seguinte o gosto bom da infância, e da pureza da companhia pras palavras.
A grama e o céu, testemunhavam descobertas e fascínios, tristezas e solidões, Maria mole e doce de leite no canudo.Mas, ali falávamos de planos pra humanidade... medos, pra toda a certeza do mundo.
Algumas vezes também quando as estrelas vinham, dançávamos encantados com vassouras (tímidas) ao som de borboletas noturnas. Fitas cassete eram mágicas, como os olhos das crianças e suas vassouras bailarinas.
No papo com o “garoto” que conheci vinte anos pra traz, me vi viva numa moldura de pano.
É inacreditável como a essência que a gente teima em perder, permanece...que bom.
Hoje, parei de dançar com vassouras! Hoje, fabrico nuvens no céu!
Amne
Obra.Vik Muniz

Um comentário:

Stela Up° disse...

A amizade é mágica. Nos surpreende com estabilidade... rs