
Hoje quem queria chuá era eu
mas não tinha...
Que pena.
O menino fala da falta de chuá destas chuvas contemporâneas
Eu falo de peles cada vez menos acostumadas aos chuás
Ontem senti cheiro de grama,
quase que eu choro de emoção...
A grama hoje, nem tem mais cheiro também
Mundo esquisito este nosso.
As crianças de hoje tem medo de formiga e tatuzinho,
a gente carregava no bolso, e corríamos descalças
na pedra da rua de chão batido
o pé nem doía tanto.
A bala vinha enroladinha em papel,
hoje ela pisca...mas, nem é mais tão doce...
Tem uma doçura pesada e medida pelo Inmetro...
Poucas trazem recadinhos apaixonados
A maior parte tem tatuagem,
Que nem gruda direito na pele.
O chá de mato nunca fazia mal,
e tinha terra com pó de café no meio.
Sei lá...
Ninguém mais escuta chuá na chuva
Estamos cegos no mundo de concreto
O que se escuta é tec tec tec
Tínhamos cinco sentidos
Hoje nem a vida tem sentido mais...
A gente tenta ser gente
Mas ser gente é tão sem graça
Bom mesmo deve ser
Ser tatu bolinha,
Ou pernilongo chato...
Zum zum pela noite à dentro.
Amne
3 comentários:
Gostaria de comentar com minhas palavras este sentimento, pois o sinto também, mas Fito Paez responde por mim:
"Não, não passa o tempo
Ao menos para mim
Tomo comprimidos e sigo sem dormir
Vejo tantos portos, não há onde atracar
Já não existem laços, alguém cortou
Trac, trac, trac
Todos os perfumes, todo aquele lugar
Todas as misérias e tudo mais que há
Cada movimento do sol sobre você
Cada móvel velho e cada anoitecer
Yeah, yeah..."
querida Amne, nem o "trac, trac" foi poupado , também deixou de existir, bela expressão de sentimentalidade, bjo!
ensaio sobre a surdez?
"A bala vinha enroladinha em papel,
hoje ela pisca...mas, nem é mais tão doce...
Tem uma doçura pesada e medida pelo Inmetro..."
Adeus à espontaneidade...
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