5 de maio de 2009

Tanta Cegueira...pena...



"O que mais me assombra nos seres,
é que mesmo perante as adversidades se fazem cegos!"
Amne

Obra-René Magritte

4 de maio de 2009

Nada de Imagens para tanta Utopia

"Das UtopiAs"
por Mário Quintana

Se as coisas são inatingíveis...ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

2 de maio de 2009

Magia pro dia.




Viver – a emoção do tédio!

Amne

1 de maio de 2009

Deixo aqui um sorriso meu


"Não importa mais
O que foi perdido
Importa apenas o teu sorriso
E nada mais
Não há lembranças pra se guardar
Existe a vida
E os poetas como sempre
No vício das esquinas"

Fragmento da música " Não quero você assim!"
Paulinho da Viola

30 de abril de 2009

Porque hoje ninguém entenderia!


"Eu não consigo compreender,
quanto mais eu cresço menor eu fico.
Parece que qualquer hora
acabo virando criança novamente!"

Amne

29 de abril de 2009

Pai dos Burros


Pessoas, venho pedir desculpas pela vergonha que passei!
Mas como poeta, (título meu,que obviamente nada se refere à minha escrita pobre, ou
mesmo à minha má gramática, título adquirido pelo sentir apenas...e por meus tons que só alguns conseguem ver),preciso confabular sobre a língua.
Dia desses escrevi logo abaixo “ilariante” e não “hilariante”, após a vergonha situada pela cor da minha face, foi notório que existem olhares sobre tudo o que escrevo e sou.
“QUE BOM!”
Este substantivo masculino, oriundo do latim, que tem por significação na língua portuguesa denominar aquele que alegra...é apenas mais uma palavra, diferente da pessoa que vos fala, eu não sou apenas mais uma pessoa.Eu sou eu, tão desvanecidamente contraditória, crua e imperfeita.
É obvio hoje, que para ser “poetinha” tenho muito para aprender...mesmo porque, aqui nesta TERRA DE MALUCOS HERÓIS , este país belo e triste de se ver, já existem “analfabetos demasiados”, não posso contribuir para a pouca sapiência popular.
Peço desculpas pela vergonha que passei...embora me sinta plena ao errar, pois houve um tempo que eu não me permitia os tais erros (mesmo ligados apenas a tal complexa língua...), muita evolução no meu errar, SOU ENFIM HUMANA.
(Observe você o que lhe digo, isto de maneira alguma desmerece os criteriosos, que reproduzem as críticas que me fazem melhor, ao contrário, os torna dignos de minha humildade. Mas esta, já é outra história!)
Nós nunca cansamos no aprender, e nem quando passamos vergonha.
O que não devemos é virar estátuas de sal..."acomodados com tudo aquilo que nos incomoda."Neste caso em especial, esta minha má gramática!
Beijos e abraços de uma menina que anda precisando de livros, e aceita doações de conhecimento!!!
;)
Hoje menos Hilariante e mais "ilariante" do que nunca!
Acho que agora começarei à fabricar novas palavras,
devo mesmo ser POETA!
O que acham??? rs
PS-Direto do mundo dos "SHUS"

Amne
=)

28 de abril de 2009

Pipa no vento


Ora Menino...
O que lhe é importante?
Um punhado de verdade ou
uma inocência contida?
A admiração por uma pele branca,
ou a vontade em tocá-la?
As noites no claro
ou os dias no escuro?

Menino...
Nunca cresce.
Apenas surge maior.

Fitando menina que voa
Que dança...
Que coleciona nuvens.

Cheio de pormenores
Cheio dos medos vagos e tolos
Tipicamente... de menino
Que nunca cresce.

Mal conhece anseios.
Mal sabe de si.
Tanta coisa para aprender e apreender também.

Menino
Que já destruiu gigantes com espadas de plástico,
Agora tem medo de um olhar...
Muita ironia em um espaço tão curto de tempo,
Que não passou.

Menino
Que se esconde atrás de uma força
que não possui.

O mesmo menino...
Que comprou um futebol de botão
E andou com bolsos carregados de bolinhas de vidro
Correndo descalço,
Partindo para voar em uma tarde qualquer
Com capas imaginárias
E lutas previamente vitoriosas

Menino
Que agora range os dentes e digere vida.

Mesmo ainda sendo um menino....

Amne

Fechada pra Balanço!


Sarcasmo!!!
Violência hilariante...
narcótico pro dia!

Amne

26 de abril de 2009

Lasciare che vanno



Decisões do Espelho

Acordei disposta no acordar.
O espelho tão incisivo,
nunca me encarou tão sério.
Parece que andei permitindo sonhos vazios demais,
para tanta permissão.
Porque é no fim que aparece todo o começo,
nos perdemos novamente.
Porque eu andava mesmo em falta com meu espelho
...andei me perdendo de tudo aquilo que construí...
me permiti fugir,voltar,voar e o final solidão.

Sai do caminho que eu vinha semeando minhas flores,
todos os meus valores...
desenhei no escuro, chorei no escuro...até sorri no escuro!
Perdida e com medo.
Agora eu sei que mesmo no escuro, luz ( a minha ).
Para à solidão, companhias (todas que me cabem).
Para à chuva, amigos ( que conhecem cada centímetro do meu caráter!).

Cada dente meu, eu fiz renascer nos últimos anos...
"tantos planos"...
E num passe de mágica,
Aniquilei com o meu sorriso!!!
...como pude ser cruel assim?

Pediram dia desses, que eu não fosse embora.
Parece depois da tempestade,
Que continuo no mesmo caminho torto
(Me fazendo mal)
Permitindo que ditem o que sou, o que mudou em mim
Mas sou tanto, e sou muito...
e nem acredito no que ando escutando.
Fico aqui deixando de ser eu!(Porque sou tola)
Perdendo-me, depois de tanto me achar...

Vozes Puras me assombram, na tentativa de me fazer menor.
De derrubar tudo aquilo que construi a duras penas...
"penas" que sinto por mim!
O engraçado é que alguns se espantam com meu tamanho.
Me abraçam, e me convidam, e me levam no sorrir...
Demasiadamente.

Hoje o espelho me disse baixinho
Num tom severo:
VOCÊ!
Eu olhei bem fundo nos meus olhos,
Achei até minhas grandezas.
E tomei muitas decisões!

Amne

22 de abril de 2009



"Que dizer de um poeta?
Um poeta é apenas um plagiador da vida!"

Amne

21 de abril de 2009

Fazendo o impossível...



In(habitado)

Todo poeta é tolo ao acordar dançando
Na noite do dia
Eu sou tola também e carente
por nunca dormir...

Fico aqui me entupindo de contemporâneidades
e aí fica faltando passado,no meio
bem no meio, de uma saudade azul
que fabriquei dia desses

Fico então descrevendo sutilezas
apalpando o que não me pertence
e povoando lugares inabitados

Num breu dum dia de sol como hoje
Para você criança,
deixo apenas meus sonhos e algumas
palavras neste papel, que o tempo consumirá.

Amne

20 de abril de 2009

Out Of Reach



Subliminar

Amo sensações.
Amo Seres.
Amo coisas.

Tão burra.
Tão crua.
Sou assim,
uma desordem no CAOS.

Ingênua?
Tola.
Dispersando no vento.
Endurecendo na fronte.

Solidão vazia.
Cheia de tudo que me cabe.
uma desordem no CAOS.

Um grito no silêncio
da dificuldade de ordenar ações.
Um sorriso desesperado que não sai.
Um medo,
Uma dor.
e enfim uma "poesia".
uma desordem no CAOS.

AMNE
obra-Maurits Cornelis Escher

18 de abril de 2009

Vociferações



Criando clima para as "tristezas".

Abrindo as portas.
Abrindo os braços.
Abrindo a alma...

Sábado, um dezoito qualquer... Aretha Franklin ...Ella Fitzgerald...
na esperança de acalmar todas as tempestades...

banho?Água morna...lenta ...demorada sobre os olhos dolorosos de vazio
creme contínuo e suave sobre a pele molhada...macadâmia...
passos leves, descalços no escuro...
faltando pressa no sentir.
abrindo uma garrafa de vinho, de uma taça solitária...

..."Um brinde à mim "...
Onde a casa fica parecendo maior...

uma lágrima virando espinho no escuro da sala.
pensamentos brutos, difíceis...indigestos...pouco mastigáveis.

Taça vazia de amigos..."um brinde à falta deles"...
taça cheia, de todas as angústias...
Um brinde! À todos que se foram...
Taça, abandonada ...
que se colocou dentro do escuro de uma noite qualquer...

... pés conversam em um balé medíocre.
mãos contraem-se tamanha inquietação...
um cheiro narcotizante vindo do passado.

Taça cheia ...um brinde!
palavras seguem baixinho...como se pudessem ser tocadas, pano de fundo.
Querência em ser maior ...ultrapassando os limites da razão.

Precisando de pareceres cheios de verdade
menos acomodações e criatividades destrutivas...
Uma falta de cumplicidade com o tempo,
variando dentro dos pensamentos congelados e suas ações sem "sentidos"
completamente solta dentro do escuro e da falta
Um brinde! À taça...e a genialidade da vida!

Todo ser que a casca se foi... segue sentindo!
Toda terra na espera de chuva...
Todo o sol ao acordar...

Sonhos se perdem dentro de uma sala que dança...
me acomodo em meus próprios braços, secando as lágrimas da taça...

Sorrio em silêncio.
Abraçando devaneios
e mastigando solidão!
Amne

imagem: Olhares.com

15 de abril de 2009

Viajar é preciso!



Andei refletindo dentro dos meus silêncios, divagando entre tanto "não".
Não compreendo quantas fogueiras precisaremos para tanta vaidade...
Será que falta ou sobra a tal sensibilidade pro mundo?
Eu ando é meio perdida com o despreparo dos homens, fico avaliando quieta, eu que nada sei, sei bem mais que tantos...
Não entendo como este mesmo homem, destrói tudo aquilo que ele mesmo contrói...como as pessoas por exemplo, as relações entre elas, que acabam sem ter existido de verdade( e o pior, acham normal...e seguem procurando outras para fazer tudo igual novamente...)Porque por alguma quimera não se permitiram ser elas mesmas...vai entender...
Pensei em domingos, pessoas cheias de "nada" juntas.
Pensei em motivação, daí lembrei como falta amor entre os seres de um modo geral.
(Hoje ninguém mais fala bom dia... já reparou? e se você ousa falar todos te olham com ternura...no pensamento delas você é apenas uma exceção, que sofre de exceço de amor...)
PS.EXISTE EXCEÇO DE AMOR???nossa...
Somos seres solitários, despatriados, rotulados e indignados com a falta de nossas próprias escolhas.
PS II(que cá entre nós...nem sabemos quais são realmente)...VAI ENTENDER...
Achamos fácil demais dormir, e travamos os olhos a hora que o sol nasce, todos sem expressão.(facial, artística ou mesmo "HUMANA"...vai entender...)
Pensei em paixão e as modificações momentâneas dentro dos organismos que já estavam dormindo faz tempo...(PORQUE É MAIS FÁCIL DORMIR À LIDAR COM INSÔNIAS...)
Pensei em como um olhar modifica uma percepção, é tudo tão simples, mas hoje temos barreiras!
PS III (eu diria muralhas maiores que na China)para nos proteger...mas nos proteger de quê? por quê?)
Nossa... já imaginou se as pessoas soubessem como é legal ver um broto de sorriso causado com um simples "bom dia", no rosto de um desconhecido?
...certamente olhariam mais nos olhares alheios.
PS IV (porque nem mesmo teus irmãos sabem quem você é...VAI ENTENDER...)
Tanta gente...tanta coisa para se aprender...assimilar ...ensinar.
Pensei se nos colocássemos parados em silêncio no meio de um grande aglomerado de seres(preferencialmente humanos, mas não é uma regra...porque o vento também ensina),poderíamos sentir (apenas...o que é muito hoje em dia!)
...PORQUÊ TEM GENTE QUE GOSTA DE MOLHO, TEM GENTE QUE TEM CICATRIZ...TEM OUTROS QUE FALAM SOZINHOS...OUTROS QUE CHORAM ESCONDIDO...OUTROS QUE NUNCA SE OLHARAM...MUITOS QUE NUNCA SORRIRAM DE VERDADE...
Pensei que existem pessoas que um dia acordam e são capazes de "viver uma vida em um dia",enquanto outras nem sabem nada sobre viver ou que ainda vivem.
O fato é que as primeiras sempre terão o que recordar, enquanto as outras só viverão de recordações que elas mesmo criarem.
PS V(mas que cá entre nós...nem existirão por causa das barreiras que eu já falei antes...).
E os amigos? Bom, uma vez escutei, que esta era a parte generosa do cara que criou toda esta bagunça...vai entender...
Acho que as pessoas quando conseguem ter a capacidade de escolher outras entre tantos, são plenamente felizes...você poder olhar é raro!( e quando a outra pessoa te compreende em toda a tua grandeza,nossa...é mesmo algo divino!), o se doar de verdade, com verdade...e sem nada, absolutamente nada em troca, as vezes uma conversa em silêncio, as vezes um abraço apertado...as vezes o nada
(simples e real) ou aquela distância(mesmo sem você pedir...)
...Por isso eu cultivo amigos ...parece que o cara que criou a bagunça é meu chapinha...me enche das mais inapropriadas companhias, para que eu possa melhorar, crescer e aprender.(com os tais olhares, sorrisos, e aquele monte de nada que se faz uma amizade).
E sobre o amor?
Campo indeterminado!
porque por mais que hoje existam fórmulas, rótulos e rituais para tudo...nada é certo (ou errado).
Qualquer hora te dão uma coca-cola no lugar da flor...tudo tão pouco, pífio e sem cor.
Acredito nos bombons( mas sempre desconfio das velas)...acho que tem muito mais haver com os primeiros raios de sol da manhã, e menos muito menos com um papel que codifica o que talvez nem exista!(nem se cuide mais)...vai entender...
O amor tem mais a intenção do cara que sai pelo mundo, em uma bicicleta e uma mochila nas costas, há lidar com regrinhas e determinações...sei lá...vai entender...
Somos seres perdidos em um mundo onde tudo é permitido e tudo é condenável.
Preço alto para tanta evolução.
As pessoas nem aprendem mais nada...apenas respiram e seguem!pena...
PS VI(O triste é acharem normal, por isso odeio a normalidade...porque não gela, geme, treme, aquece, queima, lateja...a normalidade é normal demais...)
E a vida?
Bom este é um caso sério...porque ela que manda, não nós!
( sempre achamos o oposto até nos darmos conta, chega há ser engraçado, não acha?)
Feliz é o pescador que tem dois "amor" e ainda sai para pescar...


Amne
Obra: Romero Britto

14 de abril de 2009

Decidindo como saltar do mundo!


Sobre ter vida.

O mundo ficou pequeno
O giro que antes demorava,
eu consegui entre o abrir e fechar
da pálpebra.

Sangrei com os espinhos
e chorei baixinho
quase em silêncio,
continuei descalça sobre o quente do chão

A lua até caiu do céu
(ou será que ela se jogou?)
No meu sertão brotou foi lágrima
que umideceu um sonho.

Em um tempo em que não se viveu
e talvez nem existiu...com uma falta
de asas absurda.
onde tudo pareceu impossível.

Ando aprendendo à rezar.
já que todo o canto se foi...
e a noite chegou sem pressa aqui dentro da minha vida.
dentro da minha colcha,casca protetora
ansiosa com meu mundo imaginário!
triste com tanta luz sobre o tecido...

presa vou com o desinteresse humano
pensando em me jogar do mundo...

Amne

12 de abril de 2009

Esperando a tarde cair...



NA COSTA

Eu nem mesmo sabia quase nada sobre meus próprios sonhos
E mesmo tendo vaga idéia,
Jamais me mostraria assim para alguém
E eis que hoje me vejo em ti
E tudo o que ousa ser para meu ser
Enquanto ouso ser aquela alma
Onde tudo se entristece.

Enquanto ousa ser minha ânsia de viver
Tudo anda tão incompleto...
Cada olhar (até dentro da perfeição que se mostra!)
Cada tentativa no sorrir
Até quando tudo já fora dito.
tudo as claras...como uma tarde na costa.

O que me deslumbra é mesmo a tormenta
Toda a lenda me encanta.
No país dos meus sonhos,
Cheio da mais eterna tristeza
Que cabe na palma da minha mão...
E aquela alegria que me presenteou
Se perdeu dentro dos meus próprios sentidos.

AMNE

10 de abril de 2009

Conversando com o mar...



Um tom rosa na pele

Do que somos capazes por um olhar sincero?
Feito daquela tarde e de um tom de pele mais róseo...
Quanto carinho cabe em uma cumplicidade?
...chega à surpreender, não é?
Não existem distâncias ...só existem adivinhações!
Mimetismo até no pensamento.
Contraditório, entretanto tempestade.

Parei de comer (enfim) minhas esperanças com pão,
Hoje eu até as encaro.
Dizem que ando grande...mesmo continuando pequena.

Agora, agora mesmo fiquei olhando para o céu
Seu tamanho modificou-se no meu olhar.
Comecei a gostar de não ter certeza
Apenas contrariedades...logo eu, preterida pela razão.

Então me refaço
Tramando poesia no cair da tarde
De frente pro mar...

Pensando em sentir
Lembrei da dor!
Contei minhas graças e meus sorrisos tolos de menina
Que encantada ...encantou um certo encanto de alguém.

Porque o que é impossível de se perder a gente não perde,
Mesmo tentando.
Apenas fecha em uma caixinha e guarda no bolso
...para que brote
Dentro de nós.

Porque até o sol se jogou na água neste instante.
Agora, quando eu e meus devaneios choramos sorrindo
Com inveja do sol...
Mas a brisa, a brisa que o mar trouxe, me acolheu.
Juntando as conchinhas que sobraram.

Passo a passo sozinha de areia venho e me refaço
Refaço
Refaço...
Passo a passo na areia!
Eu e o sol.
...que deitou bem no seio do mar e dormiu sendo afagado
Pelas ondas.
Em mais uma tarde de espera.
Onde um olhar silenciou-se entre o sol e o mar.

Amne

8 de abril de 2009

Dente de leão


Desça!

Fala de força?
Que sabe da vida?
Que sabe de fragilidade?
Eu pouco sei...
Mas vou lhe contar para que me entenda,
Caso um dia passe tua humanidade tão humana...
Dentro dos confins da invisibilidade de tuas escolhas errôneas.

Pensei nos erros
Me achei tão santa...
Do púlpito onde andei fazendo morada.
Do manto que me colocaram como vestimenta.

Pensei em toques.
Me achei coberta da mais fina camada de vento
Um vento feito de ternura, da mais ambígua ingenuidade com a vida.

Pensei em passos
Vi uma estrada de açúcar que um dia desenhei num papel.
Lembrei de um olhar
Acabei vendo arco-íris, num mundo áspero e sem vida.
Acabei sentindo que só eu via, ou me alimentava com olhos vendados.

Pensei em punição!
Retribui com a outra face...
Porque onde quer que eu vá
Me faço tão frágil.
Até com aqueles que me arruínam.

Pensei em me calçar
Mas meus pés são da terra.
Vou colecionar pedras e espinhos...
E meu toque independe do céu.

Talvez na distância eu me encontre,
Ou apenas me torne mais humana.
Cheia de mágoas, decepções e conformismo.
Tipicamente racional.
Talvez, enfim eu seja forte!
Uma pena ...

tanta força que pode ser levada pelo vento...

Amne
Foto-Olhares.com

7 de abril de 2009

Pendências



Vamos, seres aniquilados!

Loucura só reflete o tamanho da dor.
Loucura só reflete que há pendências com a realidade.
Loucura é a desculpa para falta de equilíbrio.
Um momento igual a todos os outros , dentro de uma vida pequena e sem valor como a minha!
Loucura é um estágio perdido , sem razão no existir.
Loucura se ocupa de vazios.
Loucura é diante tentativas se jogar mais uma vez contra uma “decepção”.
Loucura é viver o impossível, acreditando que ele existe.
Mesmo a vida sempre provando exatamente o contrário...
Loucura é acreditar nas pessoas como em nós mesmos!
porque elas nunca, nunca condizem...
Loucura é ter uma pureza tão pífia,tola e crédula.
Hoje, relutante.
Loucura é não crescer agora.
Loucura é ter lágrimas de sangue, mesmo quando delas fizeram pó.
Loucura é transformar nuvem em nada.
Loucura é pintar uma tela em preto , na tentativa de cores.
Loucura é se deixar levar por um olhar que nem mesmo é real.
Loucura é sofrer mais uma vez por histórias que nem existem...
Quem se importa com o passado, quando não se tem raízes?
Talvez por loucura alheia ou por falta de verdades no agora.
Para mim o universo está pouco, a dor intensa e a contrariedade esmagadora.
Porque queria ter a minha pureza que fora roubada sem pudor
...de tudo o que eu desconhecia.
Chega de loucuras por hoje!
Loucura é o ócio.
A Decepção engolida em não ser o nada,
nem absolutamente nada para ninguém
...para nenhum outro ser na Terra.
provavelmente só mais uma "Loucura" , não é?

Amne
Obra. Salvador Dali

6 de abril de 2009

Aqui jaz o restante do que não tinha.

Cortejo Fúnebre

Sigo de cabeça baixa atrás do cortejo
Me balançam tranquilamente enquanto
levito sobre o chão
Tão tola e tão crente!
...Rezo sobre meu corpo
Velando aquele último sono,
Passo a passo me aproximo do nada.

Sigo de cabeça baixa atrás do cortejo,
Saboreio com temor à areia em minha boca
E as asperezas das pétalas que jogam em meu caminho
Pétalas negras em sinal de luto.
Gritos silenciosos em sinal de respeito.
Dores insignificantes em sinal de descontinuidade.

Sigo de cabeça baixa atrás do cortejo
A última lágrima bate no chão demoradamente,
Limpando o caminho para os que vêem atrás
Todos vestidos de preto.Todos descalços.Todos em silêncio.
Apenas sigo de cabeça baixa atrás do cortejo...

O algodão travou no nó da garganta
Mesmo sua intenção sendo outra
O meu corpo enfim cinza!
O meu peito enfim costurado,
E o músculo quietinho, parado!

O sino balança
A fumaça o acompanha em sinal de devoção
O homem de chapéu preto canta em silêncio na frente
Muitas palavras de antes, mas que só brotaram agora.
Enquanto me balançam tranquilamente,
enquanto levito sobre o chão.

Dentro da cova me mexo imóvel, tamanha perplexidade
Com os atos de quem leva meu esquife dolorido
Que derrama sangue no chão...

Sigo de cabeça baixa atrás do cortejo, me olhando de longe
Cavo ferozmente tentando me enfiar na terra
Me escondo dentro do buraco bem fundo
bem mais que sete palmos do chão.
Parece ser meu último suspiro.

Descanso em paz?
Ou sigo chorando poeira?

Amne
foto: Site Olhares.com

27 de março de 2009

Direção


Me diga você!

do seu planeta solitário, que já foi tido melancólico,
onde você cultivava uma flor triste e bela,
para onde vamos quando virarmos pedras?
E quando virarmos pó?

para onde vamos, quando o fio que une as pessoas começar a gritar de dor?
e se o fio se partir, para onde vamos?

e quando tudo perder o sentido ...para onde?
e quando deixarmos de acreditar em nossas vontades... para onde?
para onde?
para onde...............

e quando o corpo doer demais para sorrir?Seguimos? Para onde vamos?
Iremos?
Para onde se encaminha quando acabou o chão?
Para onde se vai quando precisamos de afeto palpável?
Para onde?
Para onde?
para onde?para onde...............

Para onde ...quando do lado direito só restar solidão...para onde?
E se o lado esquerdo já tiver petrificado?
Petrificou...existe onde ir?

Quando o sol se apagar na vida da gente, para onde?
e quando todos te querem "tão" bem...mas ninguém se
importa realmente...para onde ir?
Existem mesmo lugares?
e quando pelo caminho pularmos as carcaças ...para onde ir?

E se amanhã continuar chovendo,
Para onde? Em busca de abrigo?
Para onde?
Para onde vamos quando a tristeza se apoderar?
e se as noites pararem de dormir...para onde?
e se a imensidão nos levar por aí e nos deixar vagando?
Onde iremos?

23 de março de 2009

Homem de lata



"E você, meu amigo galvanizado, você quer um coração?
Você não sabe o quão sortudo és por não ter um.
Corações nunca serão práticos,
enquanto não forem feitos para não se partirem..."

O Mágico de Oz

21 de março de 2009

PARA ME ACHAR



Enquanto isso...

me fizeram sem forma
só coração,
e de um pouco daquilo que segue
daquilo que nunca se aprende

encontram-me na nesga feita de manhãs
encontram-me quando o sol se deita
encontram-me no ar
fazendo de minha solidão
outras partes

perdendo-se na capacidade inerente de me achar
encontram-me na aspereza do dia.
encontram-me no vazio e na transparência da vida.
distraindo-se no separar meus tons...
e esta minha capacidade de voar!

Amne
foto: Anne Geddes

13 de março de 2009

....pesado ...



Dilacerante

Porque sonhos doem?
É bem verdade que as flores também furam.
Fiquei olhando para fora, a mesma água da janela, hoje estava em meu rosto...
E amanhã fará sol?
Quanto vezes serei pequena para o mundo?
Quantas telas ficarão em branco enquanto faço planos?
Quantas pessoas irão embora? Quantas restarão?
Quantas vezes o teto vai cair em minha cabeça?
Quantas vezes tentarei me proteger com pétalas?
Tudo em vão...
Continuo só...
olhando para a boneca de pano que nem fala!
Amne

FOTO:site olhares.com

10 de março de 2009

Tem sol


Fica bem...
porque amanhã já nasce o sol.
E o meu sertão virou foi mar desde ontem...
Vão meus “irmãos” corram sempre!
Porque eu ando pela cidade em vão.
Acabaram-se os sonhos dos outros,
onde se perdeu esta capacidade hoje em dia?
Que gentes que nos tornamos?
Que sistema este que comemos com pão?
Então o engulamos e façamos rápido a digestão!
Digestão de tanto nada...inacreditável, não?!
Quanta “lesisse” para coisas tão simples...meu Deus...
Vamos apreciar as tardes?
Vamos fazer planos e abaixar toda a guarda
Que hoje se vestiu com uma farda de flores
Me acolhe porque o tempo parou.
Quanta solidão!Não fique assim não!
Queria poder falar baixinho em todos os ouvidos do mundo agora...
E a tua razão parece ter fugido ontem,
Não fique assim...voe!
Me dê tuas mãos que eu te ensino o caminho.
Fico falando coisas que eu mesma desconheço...
Só queria gritar uma maravilha qualquer
Uma doçura repentina, um poeminha despretensioso
queria cantar para abrandar o que lhe tem ocorrido...
mas sou tão cheia de silêncios!
... vezes também chego à duvidar!
Sábado fez sol, você viu? Devia olhar mais para o céu!
...as vezes ele dança!
Vamos tornar alguma alegria palpável?
É preciso!
...chega de domínios, a vida não é assim!
Levanta, lava tua cara e vista um sorriso,
só hoje...encare o que eu falo, sou parte bem próxima da família, não?
Fica bem!
Se lhe vale de algo...as vezes eu também choro!
Mas eu sempre deixo “a paz invadir o meu coração.”
continuo aqui, conversamos hora dessas...

Amne / março 2009
Imagem
Gregory Colbert

28 de fevereiro de 2009

Só uma menina...



Só uma menina que eu conheço.

Eu conheço uma menina
Que de tão doce andou fazendo doçuras
Que tão pequena andou sendo grande
Que agora acha que merece...

Que de tão triste fabricou lágrimas que se transformaram em chuva
Que não tem certeza de nada
Que tem medo de tudo!
( inclusive dos pormenores)
Que adora achar desenhos nas nuvens
Sem mencionar os doces de maracujá
E brigadeiro de panela , o
Cheiro de canela ...daquele bolinho que o menino tanto almeja quando chove

Que agora faz borboletas dançarem em estômagos por aí
E nem toca mais no chão quando anda
Que adora caixinhas para poder guardar sonhos
Que ama o lápis número dois da Faber
Que acorda de mal humor ( mas ele vira sorriso em seguida)
Que adora delicadezas e carinhos
Que é rabugenta e sistemática, porque o caderno tem um padrão!
Que gosta de gente estranha
E tardes ensolaradas
(sem falar do vento...ah o vento...)

Que canta sem saber a letra
Que dança mesmo caindo às vezes
Que adora hora certa e local combinado
Que prefere não crescer por medo da dor
Que não aprendeu como ser “gente normal”
Que adora pintar os olhos e as unhas do pé
Que lê Quintana como parte da família
Que ri sem ter motivo
(Ficando vermelha depois...)
Que adora joaninha
E morder pés que ainda não cresceram
Que não gosta de quiabo
Nem de bananada...
Que se preocupa com o futuro
( do planeta também ...sem falar nos seres)

Que não se parece com nada, e provavelmente nem se parece com ninguém
E tem medo do “monstro” barata e suas antenas
Que procura tatu bola
E gosta de sorvete de limão
Que briga em palanques
(mesmo sem saber a motivação)

Que se indigna com pouco
E não tolera injustiças!
Que se esquece de tudo
Mas carrega pessoas no bolso
Que odeia a louça na pia, mas adora brinquedo no chão
Que não sabe passar roupa
Que explode bolos,
Mas faz um “menino” como ninguém

Que se perde dentro dela toda hora
Que tem problemas com nomes e datas
( sem falar nos botões)
Que adora desenho animado
E ri muito cada vez que o “pica pau” sobe no “pé de pano”
Que é criança por opção, menina por dedicação e mulher por necessidade
Que não sabe onde é o norte
Mas anda se equilibrando no meio fio
Que odeia tanto...
E que as vezes ama também

Eu conheço uma menina que se "pinica" até nas pétalas das flores
E que é capaz de furar pessoas com um único olhar
Que não gosta do errado!
Que gosta de cheiro bom
E de toque macio.
Que cresceu para dentro e coleciona amigos.

Que confia muito pouco
E mesmo assim se entrega em tudo
Como a entrega dos “mortos”

Que roeu unhas por ansiedade
E pintou a boca por vaidade

Eu conheço uma menina que
também pode ser personagem de filme
Aquele de lata...porque nesta menina às vezes mora o vazio
( mesmo um vazio tão cheio)

Eu conheço uma menina ...
que quase não cabe mais dentro dela,
Que dobra a alma todo dia para que caiba no corpo!
( e pretende aprender à voar...)

Amne

24 de fevereiro de 2009

Meu motivo


"Amor sem fim...
eu ainda não descobri
"onde eu começo e ele termina".

Amne



23 de fevereiro de 2009

A chuva choveu no sol


O dia que o amor não me quis.

Sabe quando você leva aquele tapa da vida?
Acorda!!!
(Ela grita em sua cabeça, batendo na tua cara...)

Fiquei voltando para meu recheio.
Abri um pedacinho daquilo que costuma me proteger,
coloquei a cabeça para fora,um pedaço da alma também
e lá veio a vida com seus pontapés e utopias.
Fechei bem rápido.
Que susto!

Voltei para cá...falta coragem.
"No dia que o amor não me quis".

Agora reforcei à porta.
Talvez eu nem saia mais,
mas o provável é que ninguém mais entre!

Amne


Foto:Olhares.com

Para todos que têm cara de pavio


Oi gente !!!
olha não costumo fazer isto, trazer palavras que não são minhas.
Mas hoje eu estive navegando no blog do Paulo

-http://caradepavio.blogspot.com/

(um amigo meu muito bacana, que cresceu tanto que acabou por virar criança!)
Aí sorrateiramente eu roubei isto:
Com vcs Paulo Netho...um poeta na vida:

"Eu odeio você
quando olho pra dentro do seu universo
e não encontro nada de mim.

E lhe odeio mais ainda
quando vejo em você
o que não é cabível a você:
metáforas sem sentidos
ritmos descompassados
restos de tudo
que um dia foi inteiro.

Inteiro como um sol intenso ao meio dia
ou como uma lua cheia sem nuvens,
sem a possibilidade do quase.

Dessa vez passa, mas saiba que eu lhe odeio
por você permanecer aí calada e vazia
quando eu mais precisava da sua companhia
e do seu conteúdo pormenorizado
de emoções passageiras.

Guarde bem isso!
Eu odeio a sua ausência de vida
Nessa terça-feira
em que a solidão insiste
em querer se apoderar de mim.


lindo, né?
Porque a vida segue!
simples assim.
Beijoka minha ;)
Amne

16 de fevereiro de 2009

Outro dia



Andei sentindo...acabei voando!


Outra forma, outro ponto, outra visão
Também sinto medo!
Muita coisa, tudo junto e ao mesmo tempo
Medo de existir daqui até o sempre
Assim tão sem peso
É possível?

Aconteceu um momento... eu parei de pensar!
Em um segundo cheio de toque
Com o impalpável
Irreconhecível demais para nós e toda nossa mania digna de
Ajeitar o mundo, que anda tão perdido.

Em que momento nasci tão pura?
Sem culpa...
O que há aqui dentro?
Você conseguiu ouvir?
São as borboletas dançando em meu estômago trêmulo.

Meninice não passa?
Dei para ser “eu” novamente?!
Qualquer hora me pego há pular amarelinhas...
( Contar estrelas no céu)

Você se "ri" ... pudera!
Também não se reconhece.

E agora pulamos? Segurando um no outro...
Tive uma idéia...fechamos os olhos! Quem sabe não passa?!
Preciso de um par mágico de sapatos...
pode até ser de cristal
Tenho mesmo detalhes miúdos
( e tão delicados... também pudera sou que é só açúcar...)

Tenho uma pequena parte tão feia,
Feita de solidões!!!
(Guarde isto, não veja jamais!Nem olhe...)

Leve só uma doçura que fabriquei para você
Em um instante em que eu deixei de me pertencer
( de respirar , de pensar... será que morri ou que nasci ali?)
Sem pensar em amanhãs.
Sem manifestações concretas de futuro.
Sem tocar o chão...pura forma minha
Flutuante...

E naquele momento tão diferente de mim...
tardinha,que se fez na noite.
Porque amanhã provavelmente é outro dia...
que bom.

Amne

20 de janeiro de 2009



Meninos Palhaços Coloridos

Miudinha eu andava... já não sei do que será o ontem!
Confusa estou eu, olhando você no espelho do que um dia sonhei ser, do que fui, que tive a certeza que era.
Daquela forma simples, como tudo que é bom, a vida me floresceu as flores que andei destruindo...
Fora um presente de Deus! Igual a bola do menino, que corre quase voando ao sorrir para as nuvens... aquelas doces feitas de algodão... que hora torna pingo... hora coelho... hora despenca o pé do gigante...
Eu cá estou despertando deslumbrada, com meu coração trovejando em batidas vivas... enfim reais! Coração tonto em perdição de tantos versos e tanta prosa.
Sua paz, suas palavras irracionais... racionalizando a vida de tantos, tocando aquele instrumento de cordas feito de alma, amor e fé no amanhã... da ternura da tinta, da força do riso, da delicadeza do olhar, e de uma imensa generosidade das palavras... anda! Levita bem devagar e me ajude a tocar no céu... aquele bem azulzinho, tão meu, tão seu. Céu... que apenas puros e poetas contemplam verdadeiramente sem pudor, sem rancor... apenas com dois olhos, um coração e algumas notas...
Parece que Deus andou emburrando anjos... e do meu ventre brotou um... pulando amarelinha nas calçadas.
Virei pedra? Planta? Ou Ar? Qual foi o momento em que me perdi?
O poste lá da rua resolveu clarear minha imagem que tomou forma novamente... senti minha mão envelhecida pelo tempo que me esqueci do riso, me apegando apenas aos lençóis!
Olhei teus olhos encantados de canto, olhei tua fúria perante as palavras saltadoras de teu peito, sorri... quase explodindo em milhares de borboletas renascidas, encantando e enchendo a sua noite de minha alma remendada igual a colcha da cama da minha mãe!Olhei então, enfim para o chão e vi meus pés flutuarem sobre a terra vermelha, que tanto tempo mantivera presas minhas raízes profundas regadas de pranto.
Luta? Nitidez! Claridade ou dobradura colorida feita de sombra de mão na parede? Lembrarás de viver e amar ao próximo, tanto quanto lhe amei naquela fração de tempo que parou para nos vigiar?
Queria um sonho doce da padaria para me proteger da realidade do dia!
E cada oração minha cantará seu nome, para que os anjos te protejam e os querubins te afaguem... dia após dia...
Faça também uma oração, e nunca se esqueça o quanto somos capazes na vida de alguém, cada palavra, cada abraço, cada aperto de mão... você me encontrou!
Você! Você com seu tom lírico e seu jeito infantil me encontrou na profundeza do meu ser endurecido pelo tempo hostil... mesmo tendo eu me perdido num mundo tão distante e irreal de nós dois, nossas almas, nossa poesia... sendo ontem o hoje do amanhã... de qualquer modo... lhe agradeço poeta, palhaço... meninos coloridos.



Amne

19 de janeiro de 2009

Minha loucura


Loucura

Certa vez prometi para mim que somente minha razão
dominaria meus passos.
Porque as mulheres tem abstrações demais por debaixo
da pele, o que em geral as cega um bocado...
Resolvi que eu faria e seria meu tempo de ação.
Resolvi que viveria com todas aquelas que me formam,
Aquilo tudo que escondo atrás de meus olhos.
Resolvi que pessoas seriam apenas pessoas, e não um sentimento
meu...mais do que isso, provavelmente me causariam dor...
Apaguei tudo que é marca, cicatriz e trança no cabelo.
Transmutei em uma espécie de frustração na linha de ação.
Corri entre o meu deserto de ideais e minha arrogância
vazia de amanhãs.
Corri também do tempo perseguidor e das vontades de criança.
Fiz tanta promessa para mim.
E agora desmoralizada de destino, não sei onde colocaram a razão, só vejo tranças
de menina , cada vez que olho vejo meus olhos refletindo tudo que é esperança.
Sinto pessoas cada vez mais próximas , mentes cada vez mais cheias...
e inacreditáveis coincidências tolas ,resmungonas e doces.
Céus e luas dançam para mim, satirizando tudo que
tento corajosamente ignorar.
Porque apesar da força sou ainda tão pura...porque preciso desesperadamente acreditar no tempo e as coisas que tem hora para acontecer, mesmo quando não acredito.
Porque nada é certo...pré definido...
Sinto medo hoje, odeio não ter domínio sobre atos, boatos e minha própria mente.
E a coisa toda é uma loucura só...passo dias que passam cada vez mais rápido, a fugir
de tamanha fuga que se mostra.É inevitável a rapidez dos fatos e isto também
tem me assustado muito.
Parei de vez de me fazer promessas...

11 de janeiro de 2009

Soprando Segredos...


Hoje estive pensando que talvez eu seja uma menina da lua...Marte ou de qualquer canto por aí.
Queria apenas falar de meu dia, hoje mutei tanto e você provavelmente nem viu, porque agora você está com esta mania feia de sair por aí voando.
Fiquei sozinha a roer as unhas e rancar os fios longos que me sobraram.
Talvez eu seja mesmo aquele pedaço de menina, que cutuca as nuvens e rouba sonhos.
Um dia eu ainda aprendo a quietar no vazio.
Hoje o dia estava feinho e eu relutante, birra pura...preciso parar de fazer bicos e usar saias com margaridas...aquelas florzinhas alegres e petulantes, cheias de um colorido que nem me pertence.
A minha tarde passou que nem vi...a noite sem expectativas e aí de uma hora para outra tudo mudou...porque meu coração muitas vezes se deixa encher dos sorrisos alheios...e só assim acabo bem.
A alegria que vem dos outros,tão pura...chegou até minha realidade.
Apenas me rendi e acabei sorrindo.
O dia e suas surpresas, tenho até medo de olhar para o lado!Ando me surpreendendo muito com a vida, que anda em um balé delicado, doce e irracional.
Tenho crescido tão rápido, todo dia um pouquinho, e isto sim, sem dúvidas é tão triste.Queria ficar mais um pouquinho e dançar em silêncio em mais uma noite clara como esta.Porque inacreditavelmente tudo virou cheiro...tudo virou imagem ...sensações mudando a direção do meu caminho.
Parece que hoje eu passei literalmente a sentir as pessoas,muitas vezes fico quietinha as observando para que meus olhos consigam fotografar cada sorriso, pensamento e delicadeza de gestos que esbarro ...como estes de hoje , quando fiquei muda rodeada de pessoas e seus sonhos.
Talvez esta seja nossa missão: sentir!
Sentindo coisas...objetos soltos no espaço de um único dia, perdido na história de alguém.
Meus poros deram para exalar perfume, quem sabe assim nasçam flores? Aí seria então uma flor, mesmo com todos os meus espinhos.
Mesmo tristinha hoje, na parte fresca do dia...mutante quando o sol passou sobre a casa ...agora a noite fiquei feliz, nunca sabemos como acabará o dia...nunca sabemos quem cruzaremos pelo caminho...talvez esta seja então a magia de viver, não é sol?Que o amanhã seja como hoje, novos sorrisos, sensações, pessoas e principalmente de meus olhares apurados .
Boa noite...
até amanhã acaso.Amne

2 de janeiro de 2009

Alguém tem certeza de alguma coisa?


Você sabe a resposta?

É bem provável que eu seja mesmo das tardes de sábado
E não das segundas-feiras
Talvez, seja até provável que se possa preferir os sábados e suas fantasias...
Talvez só acordemos nas segundas...eu e você!
Talvez, seja mesmo provável que vivamos as fantasias alheias à ter que encarar
nossas realidades absolutas
Talvez...
É provável que não estejamos mais avistando à vida.
Talvez só exista em nós fragmentos e carne, e muito pouca essência (talvez seja mesmo provável! )
Talvez estejamos criando mundos demais e muito pouca gente para eles
Talvez, seja provável que cultivemos fixação em coisas que nem mesmo existam ou valham o esforço e o suor
É bem provável que sejamos contradições , isso pode ser até engraçado se você analisar...os olhos nunca mentem.
Quem você já foi? O que você é hoje?
Difícil , né?
Talvez seja bem provável que somos de tanta banalidade ,

que há nós só caiba este nada que nos presenteiam (tantos sorrisos amarelos...)
Acho sim provável que nossas inseguranças tenham morada no estômago ...afinal ele sempre avisa quando elas estão sufocadas.
Tenho pena de tudo que é intenso, afinal a maioria chama isto de loucura.

Talvez , seja provável que eu ame a intensidade...
Talvez seja provável que eu ande mesmo seletiva, mas mantenho com cuidado o que provavelmente parece ser inestimável.
O mais provável é que para palavras individualistas ,

não exista nenhuma compreensão
...é provável.

Amne jan 2009


19 de dezembro de 2008

...por hora...



Lirismo

Ando assim sendo
Desenhos inacabados
Magias em tardes amarelinhas
Pedaços de elegia
Frescor das manhãs
Tardes acinzentadas (mas só para alguns)
Absoluta redenção
A unidade das estrelas
Sonhos...e um pesadelo
O colorido da fantasia
O pão e o queijo também.
O giro da canção
O vazio da solidão
As gotas de chuva
A crença contida
Um poema inatingível.

Amne

18 de dezembro de 2008

Devaneio do dia ou da noite?

Detalhes






Depois daquela última conversa sobre à mesa , a caneca ficou ali estática me olhando, em um tom ríspido quase me repreendendo.Apegada ao nada ali sozinha , pensei nos detalhes. Voando longe para longe...Lembrei de quando pequena eu gostava de olhar as mãos das pessoas, admirando formatos, texturas e tendências, eu gostava de olhar meus pés indo e vindo na balança do parque.

Fiquei olhando à caneca, continuo a mesma, me encontrando nos detalhes alheios.
Porque eu gosto tanto de detalhes, pequenas ações ... perfumes.
Acabo me apegando aos detalhes, muitas vezes eles tornam-se mais importantes para mim, que as próprias pessoas, é através deles que nos tornamos essenciais, estes detalhes fazem com que nunca eu consiga me esquecer de ninguém, que passa por mim...são os detalhes que me deixam de presente e que me fazem tanta falta...como o cheiro que vinha dos bolinhos de chuva banhados na canela, nas tardes da minha infância..
As pessoas se vão...e seus detalhes ficam impregnados em mim...então fico ali chorosa morrendo por dentro.
Na realidade ando tão desonesta comigo ultimamente,talvez a caneca tenha percebido isto, o que sou hoje, uma "ativista" do nada, que romanceia o absurdo, para adormecer entre lágrimas.
Somos tão inacreditáveis...vivemos a forma que achamos e não da forma que deveria ser...
Lembrei ao lado da caneca anarquista, protuberante olhando para mim, que eu já ousei respirar um dia, com um algodão doce azul em minha mão.Sinto pena desta forma de gente que não se apega à devaneios, não são passionais...não se mostram.
Outro dia falaram de meu tom confessional, falaram de minha evolução e de minha essência.
Será que dá para arrancar a minha essência e colocar normalidade no lugar?Será?
Teve um poeta que disse, que preciso deixar algo verdadeiro para o mundo...me senti tão só ali...porque não tenho nada para deixar, não sou feita de nada...porque de "tudo" falta em mim...Fico sempre a juntar meus detalhes nestas folhas cúmplices do meu vazio.
Ele disse que eu era criança, o que não percebeu, é que cada um se defende com as armas que possui, eu semeio flores que dançam e que possuem poder cicatrizante.
Sempre gostei do pequeno, sempre gostei de detalhes, porque crianças encontram o tudo no pouco.
Os detalhes se mostram sozinhos preenchendo sonhos e deixando muita saudade!
E assim palavra alguma precisa ser dita.As vezes, é possível dizer tanta coisa em silêncio.
Amne

5 de dezembro de 2008

Expressão


Batom

Folheando a última edição da revista, que estava entre um jornal
e folders de anticoncepcional , eu estava esperando me chamarem
para uma consulta outro dia. Uma simpática senhora, sentou-se ao meu lado, (lembrando os regionalismos, que nós hoje em dia nem percebemos mais) com um vestidinho de algodão florido,
“molecas” de pano nos pés, cabelos bem presos com aquelas presilhas finas.
Virei a página da revista, mexi apenas o canto da minha boca
(esboçando um cumprimento, tipo :é isso aí “tia” ,se sente e fique à vontade).
Ela nem mesmo esperou eu virar a página novamente e disse :
Batom vermelho... é bonito! Você tem a pele tão clarinha... deveria usar!
Olhei para ela (e nesta fração de segundo pensei :
”acho que não hein? fico parecendo uma puta!”(ou melhor para os acanhados, mulher de vida fácil , que cá entre nós nem é assim tão fácil...)
então, sorri amarelo e respondi :
É bonito sim, mas não combina muito comigo...
Nisto chamaram meu nome ( como sempre me chamaram de tudo,menos é claro, pelo meu nome!!!) guardei a revista, acenei à senhora entre um sorriso e a porta do consultório.
Voltei com a história do batom em minha cabeça, porque outro dia li uma crônica do Jabor que dizia que batom vermelho só fica bonito em senhoras.
Mexi nas coisas, enfim um batom vermelho... me enchi de coragem e o passei, fui ao espelho e percebi algo daquilo que ele( o cronista) queria dizer...
Afinal eu fiquei a cara do coringa do Batman (me imagina gargalhando com um charuto na mão? Nem eu....rs).
O buraco é sempre bem para baixo...
Batom vermelho é muito mais que sua própria simbologia, aquela que vem de sua cor, está ligado a maturidade para lidar com os efeitos causados por ele...ele funciona como um divisor de águas, já
que para encaralo sem grilos e “preconceitos”,
você tem que estar madura, eis o que o Jabor falou, do encanto
que ele traz as jovens e às “jovens”... e o efeito distinto que se dá para cada grupo.
Olhei para meu rosto e minha “pele branquinha” e para a cor vibrante naquele momento em minha boca...e seus significados...
Vi o tamanho de minha falta de preparo para o mundo, vivi tanto,
bem mais que a maioria eu posso garantir...mas minha boca ainda só suporta os tons mais róseos, porque a gente não muda a natureza das coisas...tudo tem seu tempo exato!(A gente é que tem uma mania esquisita de atrapalhar a ordem).
Lembrei da senhora do hospital e compreendi porque para ela a cor era bela.
Talvez porque conforme envelhecemos, ( e só tenho percebido isto agora) as coisas e a própria vida vá perdendo a cor, aí passamos a nos fixar nos detalhes, nos apegando as cores dos outros.
Porque de algum modo a nossa tinta acabe, e seja mais conveniente viver na transparência há ter que lidar com as emocionantes cores...cores sim...como o vermelho.

3 de dezembro de 2008

Proteja sua cabeça!

Como parte do que sou, ontem lembrei do "Chico", aquele que disse que a Geni era um poço de "bondade", aquela em quem jogamos pedras, por ela ser boa para apanhar, ser boa de cuspir e sem falar do fato dela dar para qualquer um...Ontem lembrei da cidade que fazia romaria para beijar à sua mão...Ando tão preocupada... não! Ando é "puta" mesmo, odeio lembrar que existe fatos que não se modificam, como as pedras na Geni. Será que só eu percebi?Ou ficaram todos loucos do deserto da decência?Sem falar que a decência muda, dependendo do lado que você está!Porque somos todos tolos, sorrindo para qualquer um?Que inocência a nossa, imaginar e crer. Porque no final quem manda mesmo é a falta de postura e vergonha na cara.Você entrega sua mão , aperta a do seu companheiro, e quando você pula e olha para o lado, veio sozinho.Tantos sorrisos, olhares que lhe enviam, tudo tão vazio, se doar? Para quê? Não, irão te julgar...jogue à pedra, jogue à pedra, jogue à pedra!Jogue à bosta e acabe com esta Geni...ela foi feita para apanhar.Que raio de postura, que todos têm e eu percebi que me falta? Preciso me adaptar melhorao mundo...caramba, será que voei tão alto que não vi acabarem com a Geni? Bom o fato é que somos humanos, então vamos errar à vontade ...deixem que sobrem pormenores, na nossa cabeça não vai cair, vai?Porque sou uma "anta" e fico aqui a pensar no sentido das coisas...utópica idéia esta a minha, nem pessoas têm sentido, quem dirá suas posturas!!!Muto minhas varinhas de condão, tentando melhorar os caminhos, e trabalho diariamente na construção de alguém ...para quê?Como diz alguém que conheço, é bem provável que a ética tenha sido extinta, e então existe uma espécie de falta de modos massiva.Vamos andando e cantando, e pisando na cabeça da Geni...ninguém fora os ossos de sua face perceberá.E a Geni sempre abrirá seus braços quando precisarem dela... Então é fácil... joga pedra na Geni, joga bosta na Geni, ela é feita para apanhar,ela é boa de cuspir...ela dá para qualquer um e ainda possui ética, porque o Chico acha que ela é feita de bondade...mal sabe ele...
Amne
IMAGEM SITE OLHARES.COM

2 de dezembro de 2008

Sobre quem cospe e bate no peito!Urra e grita para ser mais que a maioria, e sem dúvida é órfão de ética!

Atkishkin

Terra de malucos X Terra de heróis
Terra de malucos

Quando todos nós teremos ética?De forma plena, abrangente e bruscamente verdadeira?Teremos que nos melhorar muito, até que sejamos um pouquinho aceitáveis...Teremos que aceitar mais, perdoar mais, punir mais, redimir mais e assim talvez sejamos mais !Mas é tudo relativo, visto do ponto de vista contemporâneo, não acha?Antes o assassino era o herói e nós apenas plebeus observadores, não criticávamos, apenas povoando o mundo...Mundo dos dinossauros, cheios de ética perpetuando a espécie numa real matança, do maior para o menor... afinal pudor é apenas para nós que possuímos primos, até que enfim vieram gigantescos meteoros. E quem somos nós então e a ética?Certeza é que a maçã cai, se não caímos nós.Aí amanhece, crianças morrendo á ter abutres roendo carcaças, e nós ?Aquecendo ao sol cheios de nossas temperaturas com cremes , gordura e luxúria parcialmente sustentáveis .Ficar de pé, este sim seguramente foi um ato cheio de ética e petulância, usar a máquina de Deus cheio de aspirações, ajeitar até a mínima anatomia da coluna. Ética para motivar os incapazes de rabo, que acreditem ou não, ainda temos quando queremos descansar por falta de nossa ética diária.Ética ?Respirar é o oposto da ética, afinal o ar não está sujo?Está! Não está?A chuva hoje fura até os carros, e olha que foi dela que brotamos...vai entender o ciclo maluco, órfão de ética.Comida , água , nós e a ética.Dois mil anos e ainda tem gente chorando sobre o pó santo, precisamos levar ética para eles!Mas antes vamos operar nossos depósitos de alimento, semidigerido , cavidade, elo de ligação entre a vida e a própria morte, ou pularemos sobre mais uma cabeça , crânio, membro superior ali na calçada , alma que se encheu de ética e voltou a ser normalmente bicho,voltou a andar descalço , pêlos,cabelos,alimento escasso,cama de pedra e liberdade.Liberdade que nos fez povoar continentes, desbravando bárbaros .Vomitemos toda esta ética engasgativa, que nos forma uma forma de felicidade...trocada ,imposta,impune, nojenta de gente sem ética!Para que serve planeta sobrando, se eu nem posso roubar um para dançar descalça ?Do contrário queimo meus pezinhos pequenos e pesados como a cruz que ele carregou nos ombros.Porque provavelmente possuía ética em demasia.Se nem a eternidade restará para a ética, o que será de nós, senão o pó?Banais ,vis e inacreditáveis nos tornamos feios, para então assim não ter ética ,tendo consciência de nossa chacina multiplanetária !Quero mesmo um tom verde, como as folhas pensativas que digerem até Lixo,poluição,escuridão...Planta?Serei astronauta solitária em minhas loucuras verdadeiramente reais, cheias do vazio da ética!Cheia de sonhos com alguns amanhãs nesta terra de malucos.

Amne

24 de novembro de 2008


Nestor Lampros...um poetinha que eu conheço...

Falando nisso...muito prazer!





Um dia um cara que dominava o céu na época, olhou para mim na minha estradinha de jasmins e disse :
-"Em sua vida encontrará pessoas muito especiais , terá de se curvar para muita coisa e situações, isto lhe fará bem, talvez seja até um ser humano bem melhor do que agora..."
Parece que foi um decreto.
Não!
Na realidade foi uma lei.A lei da minha vida, uma vida que resolveu começar desbravando todas as minhas impossibilidades de tamanho, situação e escolhas dos outros, algumas vezes duras para toda minha ternura no ser... outras abrandadas.
Inclusive doeu muito para perceber a realidade das coisas como elas são, simplesmente cruas. E são assim e pronto!Porque em geral a minha realidade nunca foi real...vim assim sem paradoxos e utopias...sem raízes, sem história alguma, sem combinar com nada, nem com ninguém, apenas vim... e cheia de pretensões.
Percebi como um perfume e um sorriso faz toda a diferença; como é bom ser colorida, mas também quando volto a ser eu, toda cinza ...todo mundo se vai outra vez.Percebi também que minha alma é enorme e cabe um montão de pessoas,e estas pessoas em geral tem formas, cores, sentidos e opiniões diferentes, aprendi até a observar a grandeza delas, porque no fundo somos todos bem iguais com defeitos, iguarias, quimeras e algum egoísmo camuflado.O que não se pode é rotular, pois somos humanos! Vou falar bem baixinho, preste bastante atenção: dentro é tudo igual...é gente! Carne ,osso e sentimentos , cheios cada um com um pouco de suor e provavelmente alguma história ímpar, que pode ser igual à sua também.Meu tom sempre foi intenso, o amor desesperado, a indignação relutante e em geral desbravadora, até raiva muitas vezes(mas estou trabalhando nisto)tenho tentado ser melhor, mas não é fácil ser sempre uma força contrária, absorvo pessoas, dias e até coisas .
Não sei bem o por que da distração daqueles que me fizeram , e me fizeram lenta ...fiquei cheia de amigos antigos , embora tão jovens em suas almas claras.
Dissolvo as tristezas e problemas (que em geral não o são) com minha varinha mágica que brota bolhas de sabão todo dia quando acordo.O doce feito na panela com um tanto de lirismo e cacau ainda me faz muito bem.Obrigada!
Tenho refletido e chorado muito em tardes perdidas.
Me desespero por nada, e sempre foi assim...mas é preciso ser forte e grande, e sempre foi assim também.
Tenho um verdadeiro apelo pelas artes e tudo o que transformam em nosso organismo.
Existe até grande amigo...que será sempre grande, sendo ou não meu amigo.
O mais complicado da história é que acabo sempre falando muito além do necessário, depois me arrependo... claro!É que me sinto tola e crua... aí pronto, visto minha camuflagem cotidiana de bobagens e lá vamos nós outra vez ganhar um milhão de pessoas e não possuir mais ninguém. Mas existem coisas que provavelmente ninguém sabe e nem o saberão, fica parado no meio de todo o meu silêncio. Dentro do meu baú de tristezas...vontades e frustrações com escolhas do caminho de pedras.
Vivo meu mundo imaginário todos os dias, vivencio apenas o que realmente pode me modificar. Se é que alguém muda...não é?
Todo dia sem exceção alguém carrega algo de mim, me refaço e pego para mim o pedaço de alguém, para que não me faltem partes.
Choro muito quando alguém vai embora, seja para morar nas nuvens ou na cidade aqui ao lado.
Sou muito , muito ansiosa e isto também me faz mal...já fui muito magra, muito gorda, mas com o tempo percebi que o que vale é apenas o que sou, e não quilos em uma balança. (porque sabemos que a balança é tão manipulada quanto a opinião pública em época de eleição!)As pessoas que resolveram me amar ou que deveriam, o farão sempre independente do meu formato.
Por isso agora ando tentando me formar em desenho de nuvem, ou quem sabe em cheiro de pipoca doce da praça no domingo.
Realmente encontrei alguns especiais no caminho, ainda os procuro, porque ainda tem muita gente minha perdida por aí.
Sorrio sempre quando conheço alguém ...parece ser um código primata de boas vindas.Tenho muita, muita fé no amanhã!O mais interessante da fé, é que me faltava e hoje me mantêm naquela base que me forma.
A gente acaba passando muito tempo desacreditando em nossas próprias conquistas, algumas tão pequeninas, isto nunca devia acontecer!
Deveríamos sair por aí festejando cada vez que nosso dia fosse bom, conseguíssemos sorrir para alguém apesar de tudo, porque a vida hoje está mesmo uma loucura e o que realmente é importante, descartamos junto com o lixo reciclável do dia, não é ?
O meu coração é grande e meio atordoado, mas apesar de tanta confusão anda sempre cheio, principalmente quando do ninho das minhas poesias, brotou um anjo meio humanizado feito de mim... cheio de meus olhares e adivinhações. Para ele escolhi um nome; mas na realidade era para ele se chamar " felicidade",a minha, o meu motivo, minha razão, minha existência...meu choro, meu riso e toda minha complexidade no amar, toda a minha dependência, cheia de dúvidas no tomar a mínima atitude.
Amo dançar, quase que tanto quanto amo cantar, mas não o faço muito, já mencionei o tamanho de meu coração que me faz pensar nos ouvidos próximos ...já que nunca sei a letra da música, e acabo por misturar várias, o que em geral é péssimo! Mas também sou muito aplaudida por não tentar ser cheia de técnicas... mas é o que tenho a ofertar , sou assim sem métrica e arranjos mesmo.Vivo caindo!Tem pessoas que me encontram e mesmo antes de dizer um típico "oi" perguntam dos meus joelhos ! Tudo bem, também isso faz parte do que sou.
Tinha mania de estabelecer o que é certo e errado, sofria muito porque falta-me evolução, hoje apenas tento aceitar o que me faz bem e o que é bom para os outros, já que somos livres no "ser".
Parei de julgar(ao menos por hora), isso é muito ruim! comecei a aceitar mais o tudo de todos, o que tem sido melhor.
Tentei diminuir as coisas da minha vida, a gente arranja bagunça demais, mas o que precisamos é deveras bem pouquinho, bem simples...bem natural.
Aceitei meus cachos(pelo menos por hora), percebi que sem eles, aquele amigo tão antigo que me chamava de leãozinho , não o faria mais...cantarolando a música do Caetano , que prefiro não imaginar em que pensava no momento que à fez.
Ando temendo tanto minhas madrugadas cheias de livros , poemas , sentimentalidades, papéis e palavras que quase não cabem mais em mim...a poesia está trazendo uma loucura sem fim,para a minha solidão corriqueira, que encontro entre a louça na pia e juntar brinquedos do chão (da casa inteira...).
Você provavelmente não irá acreditar, mas tenho criado borboletas nos estômagos alheios.Coisa típica de menina que acha que é fada...porque por mais que eu tente minha meninice não passa.
Outro dia mandei a nuvem ficar parada, porque ela também tem teimado muito em ser coelho.Proibi os desenhos do corredor de dançar, mas cada vez que passo por lá eles se escondem cheios de peraltice.
E sabe o que percebi ontem? Que eu preciso vencer, não tenho muitas escolhas.Vencer para mim está intrinsecamente ligado a minha condição respiratória.Posso contar com minha sombra, todo dia para sonhar,porque não se depende de ninguém para ser feliz!
Falando nisso...já são cinco horas!
Vou ali correr atrás do prejuízo que alguma geração passada me deixou como herança!
Beijos e abraços do tamanho do universo todo.
(Frase de um menino pequeno, mas de coração enorme e puro, que certamente será um grande homem!)
Até logo... talvez amanhã!
Ou quem sabe até agora.

Amne de Hoje
Porque provavelmente amanhã eu já seja outra, e tenha algo mais para acrescentar...

7 de outubro de 2008

Obra Nestor Lampros


Contra mão!

Talvez minha urgência tenha sido muita
Meus planos ficaram mesmo planos, e parei de voar
Levantei no escuro da noite em minha vida
Agarrando-me as migalhas que vieram no vento
Talvez tenha sido imortal naquele momento em que minha
Alma e coração congelaram-se
Continuo o caminho de pedras tentando voltar ao começo
Aquela infância ... que ninguém saiba, mas nunca existiu
falaram que ando adulta em demasia
Porque passei dias gritando com tanta força
Que me desfiz na brisa
Para você mandei ternura
Por aqui não sobrou nada
Indiferente do agora
Ando numa ira muito particular
Que tenho degustado com meus pães cheios de esperança
Mas ninguém percebeu porque meu sorriso recobre cada
Lágrima fujona
Cativando o vazio que ficou
Ando eu e o vento um com pena do outro
Tem me irritado muito
Aparições e desarmonia com os fatos
Ando em linha contrária aquilo que mantenho sob julgamento
Cativando silêncio que me namora
Ando sentindo tanto
Provavelmente deixei de ser humana
Odeio sua lembrança... dia
Odeio sua fuga... noite
Odeio ser sua... vida!

Amne

4 de outubro de 2008


Viver – uma emoção no tédio!

23 de setembro de 2008

Borboletas que aparecem


Escute o vazio

Pare por um segundo e
escute nosso silêncio
Feito de nossas expectativas
com esta vida pequena
Traga um pouco de mim para seu mundo incolor
Porque ficou tão claro, e até para o céu,depois que nos vimos
Como da última vez que a borboleta se deitou em minhas costas
...todos riam de minha capacidade de atrair borboletas!
Os dias foram pesados, principalmente com estas notícias que chegaram
Meus pés custam a sair do chão
Ando tão só
Mas falaram que tudo se modifica
Então acabei me agarrando nas esperanças alheias
Ando por aqui a tecer linhas embaixo do cobertor
Que tem sido meu único escudo
Minha única proteção
Aí fico a vagar ... eu e minhas prosopopéias
Nunca pensei que seria capaz de sentir falta de algo que sequer existe
Preciso dormir um pouco.
Ajeitar os olhos, para arrumar as coisas na cabeça
E todos estes sentidos
Afinal o que é certo? Me diga então!
Tudo cheio de objeções,
A vida numa complicação bem adulta
E eu com este coração de criança

Amne

20 de setembro de 2008

Eu
solta no espaço
cheia dos ventos
por todos os lados
sem pretensões
onde irei parar?
cheia de esperança tristonha
quem sabe eu desça antes do escurecer?
Amne

9 de setembro de 2008

Inocência

Talvez esta noite eu durma nos braços de algum anjo
Que desça até aqui, para que o conforto saia do vazio
Quem sabe só por hoje a paz me encontre
Porque as lágrimas deram para multiplicar-se no escuro
Tudo o que realmente almejo
Corre entre meus dedos, nesta loucura que é a vida
Parece que sempre tomo para mim o que se sente aí fora
Mas com meus baús cheios de lembranças se acumulando
pela casa , tenho corrido imóvel enquanto a raiva não passa
Sinto o calor das lágrimas aquecendo meus olhares
Sinto que o que falaram de minha inocência semana passada
Talvez esteja mesmo a me prejudicar
Preciso mudar.
Só ainda não sei como...
Porque não acredito que se mude a essência de alguém
O que nos cabe é abdicar dos defeitos
Mas nunca , nunca a essência
Olho para este céu teimando em virar paisagem na minha cabeça
Quando percebo já estou levitando sobre as paredes da casa
Sopro as flores do caminho, que balançam alegres.
Continuo só...


Amne

4 de setembro de 2008

Todos em rede

Na tela

Tela cheia de friezas corriqueiras
Rostos, olhares, sorrisos
Uma imagem qualquer
De um personagem alheio
Regue-o e terá uma flor

Porque ultimamente andamos
Enchendo as mentes com fragmentos
Cheios de lugar nenhum
Roubamos sorrisos e sonhos
E este “só” já nos basta

Na tela fria dos dias
Vivemos, andamos
E buscamos o tudo
Que aos poucos
Preenche nosso dia vazio
Que pena.


Amne